Estrondos inquietantes reverberavam nas ruas de Strevigh. Os ecos de gritos desconhecidos permeavam o ar, enquanto uma sensação de terror se instalava na cidade. Entre todos os sons apavorantes, um grito agonizante se destacava, crescendo em intensidade a cada segundo, embora ninguém parecesse notar.
Um manto de opressão cobria o ambiente. Em um corredor sombrio e estreito, ecoava a súplica de um homem desesperado por ajuda. Havia alguém naquela escuridão? Sim, ele estava lá — um homem, correndo descontroladamente, clamando por socorro. Contudo, os habitantes de Strevigh permaneceram em completo silêncio, como se uma barreira invisível os impedisse de reagir. Era como se o desespero do homem simplesmente não existisse para eles; ninguém, absolutamente ninguém, se movia para atender ao seu pedido angustiante. O homem que lutava pela própria vida agora se via aprisionado em um cenário bizarro, um espaço surreal que não existia um segundo antes. Ele estava delirando? Surtando? Não, a verdade era mais perturbadora — ele estava fisicamente constrangido por uma força invisível, atando suas pernas e tornando impossível sua fuga. Desesperado, ele lançou maldições aos moradores que permaneciam imóveis, ignorando seus gritos.
— ALGUÉM ME AJUDE! — sua voz ressoava, preenchendo o ar com uma mistura de desespero e fúria.
Nesse instante, ele percebeu uma figura que o seguia, uma sombra persistente em sua aterrorizante corrida. Era alguém conhecido? Antes que pudesse formular um pedido de desculpas ou um apelo à razão, ele se viu paralisado — falta de ar, os dentes cerrados em um esforço titânico para não sucumbir ao pânico. Os olhos se fecharam, e uma onda de impotência o dominou. Foi então que seu perseguidor, com uma calma perturbadora, pronunciou uma única palavra:
— Obrigado.
Obrigado? O que poderia motivar tal agradecimento? Uma apreciação insólita, como uma ironia cruel em meio ao caos? Não houve explicação, não havia contexto para tal declaração. O perseguidor poderia ser realmente insano ou talvez estivesse preso em um delírio próprio. Mas seria possível que alguém pudesse ser tão cruel a ponto de se divertir com o sofrimento alheio? O cenário era tão obscuro e confuso, sem um motivo claro para essa perseguição.
O perseguidor então revelou seu raciocínio distorcido:
— Foi muito divertido observar suas expressões. Eu gostei de você, e por isso, te recompensarei por me entreter.
O som cortante de uma faca retirando-se de sua bainha quebrou o silêncio. Gotas de sangue espirraram, manchando o rosto do perseguidor, que ria exuberantemente, seu sorriso transbordando uma alegria macabra que só poderia estar associada à loucura.
Então, o cenário começou a mudar. Era como se uma força maligna oculta estivesse manipulando a realidade, como se o mundo ao redor deles estivesse sendo cuidadosamente moldado em uma representação grotesca do que ora era. Vidros estilhaçando e metais ecoando formavam uma sinfonia de terror.
O perseguidor, que antes tinha tirado a vida do homem, começou a mudar de forma. Seus traços se transformaram, e para o horror da vítima, ele se via agora diante de um jovem de aproximadamente 18 anos, um ser que exibia os mesmos olhos perturbados e a mesma risada insana.
Agora ele estava em um estado de surto. O cenário se restabeleceu ao momento anterior ao crime, e sua consciência despertou para o que havia feito. Era como se uma onda de arrependimento o oprimisse, dominando cada fibra de seu ser.
— Aaaaargh! Aaaaaargh!! — os gritos de dor ecoaram novamente. — AARRGH! Minha cabeça! — O desespero tomou conta dele. — Não... Por quê?! Por que eu fiz isso?? Eu matei uma pessoa!!!
E em um momento de revelação angustiante, ele soltou:
— Aquela maldita da Bruxa me lançou essa maldição! Esses poderes e esses surtos não são meus. Eu só queria... ajudar minha família... queria fazê-los felizes. Tudo isso por causa daquela coisa que eu roubei...
As lembranças começaram a inundar sua mente, traumas do passado se misturando às conseqüências de suas ações. Sentimentos de culpa e arrependimento pela busca por benefício pessoal o afundaram em um abismo de trevas.
Uma voz feminina, sombria e enigmática, emergiu da escuridão:
— Nicholas Nightyng. Este será o seu nome agora.
Com a nova identidade, o cenário começou a se distorcer novamente. O jovem, agora rígido pela dor que pulsava em sua cabeça, não sabia o que fazer. Ele simplesmente fechou os olhos. Quando os abriu novamente, percebeu seu entorno e recordou os horrores que o haviam seguido.Voltamos ao presente, na Escola de Segurança e Disciplina Máxima, a ESDM. Nicholas estava sentado à mesa do refeitório, conversando com seus novos amigos, mas a lembrança do que aconteceu não lhe dava descanso. Ele se levantou, absorvendo a confusão que o envolvia, e saiu calmamente do local, dirigindo-se ao dormitório.
Ele então murmurou para si mesmo:
— Bruxa de merda. O que você fez!
Em um cenário distante, um grito cortou o ar, ressoando como um eco distante de mais desespero.
Continua...
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Transtornado, Psicótico e Sobrenatural...NICO! (Em Construção E Revisão)
Mistério / SuspenseNa "Escola de Segurança e Disciplina Máxima", jovens delinquentes enfrentam uma série de assassinatos misteriosos. Quando começam a suspeitar do novo aluno, Nico, percebem que algo mais sombrio pode estar em jogo. Descubra os segredos que rondam a e...