"Eu só queria que você me amasse como eu te amo, mas em vez disso, vejo você com outras mulheres, enquanto eu fico aqui, esperando, e nenhuma delas sou eu."
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A cada fim de semana, nossos passeios pelo Rio ganhavam uma dimensão ainda mais íntima. Clara, sempre tão firme e resiliente em sua profissão, começava a se permitir ser vulnerável comigo. Seus desabafos revelavam a carga emocional que ela carregava, o peso de enfrentar os aspectos mais cruéis da humanidade diariamente. Como criminóloga, ela lidava com detalhes que poucos suportariam, e essa convivência constante com o lado sombrio do mundo cobrava seu preço.
Naquele domingo, decidimos visitar um canto do Rio menos explorado, um mirante que oferecia uma visão ampla da cidade. Ao chegarmos lá, Clara parecia contemplativa, observando o horizonte com um olhar perdido. Notei sua expressão, e antes que pudesse perguntar, ela começou a falar.
Clara: Às vezes, eu me pergunto se estou realmente fazendo diferença. São tantos casos, tantas histórias trágicas... parece que nunca vai ter fim. - Sua voz estava embargada, e pude sentir a dor em suas palavras.
Aproximei-me dela, entrelaçando nossos dedos.
Cabelinho: Clara, cada pessoa que você ajuda, cada família que encontra paz, é uma vida transformada. Você traz justiça para aqueles que não podem lutar sozinhos. - Ela sorriu, mas com um misto de melancolia e gratidão. Sabia que esse consolo era temporário, mas percebi que estar ao seu lado lhe dava forças para continuar.
Nessa conexão intensa, Clara e eu construímos uma relação que transcendia qualquer entendimento superficial. Os momentos de silêncio compartilhado, os olhares que dispensavam palavras — era como se ambos compreendêssemos a profundidade do caminho que tínhamos escolhido juntos. Ela sabia que, ao voltar para casa após cada caso, teria alguém com quem dividir o peso, e eu sabia que, mesmo diante da escuridão que sua profissão trazia, nosso amor era uma luz constante, uma força que se renovava em cada pequena conquista.
Por fim, ao final daquele dia, Clara olhou para mim, e percebi em seus olhos uma firmeza nova. Ela sabia que os desafios continuariam, mas agora também sabia que não enfrentaria mais sozinha. Eu era, e sempre seria, seu porto seguro.
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[21/01/2023] - [02:15 pm - sabádo]
Nos dias seguintes, Clara parecia mais leve, como se cada conversa, cada passeio e cada momento de silêncio partilhado tivessem aliviado o fardo que ela carregava. Mesmo que o trabalho continuasse desafiador, ela encontrava em nossos momentos juntos um refúgio, um espaço onde não precisava ser a perita criminóloga com respostas e força inabalável. Aos poucos, fui percebendo que Clara não apenas buscava conforto; ela também desejava compartilhar a beleza do que via. Fotografia, algo que antes era um hobby ocasional, passou a se tornar um meio poderoso para ela expressar o que sentia.