Em "Contract marriage" acompanhamos a história de Stella Bianchi e Aslan LeBlanc, ambas as famílias são rivais a anos. O destino os une em um casamento arranjado, regido por um contrato que mais parece uma sentença do que uma união.
E Apesar do ódi...
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Stella Bianchi|
Eu já disse o quanto eu odeio o Elijah, meu professor de matemática? Porque, sinceramente, eu acredito ser difícil encontrar uma palavra que defina o quão grande é o ódio que sinto por ele.
Semana passada, tivemos prova e, como sempre, ele zerou a minha e colocou as frases de sempre: "Você sabe o que fazer para essa nota melhorar" e, no final da folha, com a letra bem pequena, "bqt ou sx". Ele sempre abrevia essas duas palavras e as deixa bem minúscula para que eu não consiga incriminá-lo, para que eu não tenha provas para mostrar o assediador que ele é. Mas, mesmo se conseguisse provar, não acreditariam em mim e diriam que eu que escrevi na prova.
Hoje era a prova de recuperação e cá estou eu fazendo essa merda dessa prova, com a companhia merda do Elijah e alguns alunos que também ficaram de recuperação.
Bufo ao ver que a questão que ia fazer, não consegui entender o enunciado, não sei a fórmula e muito menos qual das alternativas me leva à resposta certa. Apoio minha cabeça em uma das minhas mãos enquanto giro o lápis com a outra, tentando me lembrar de alguma coisa da matéria que possa me ajudar. Até penso em colar de alguém, mas todos sabem que o Elijah faz as provas de recuperação completamente diferentes umas das outras, então descarto essa ideia.
O professor passa de mesa em mesa auxiliando alguns alunos e, depois de uns minutos, o vejo parar ao meu lado através da minha visão periférica.
Ele se agacha, segurando em minha mesa e olhando para mim.
— Precisa de ajuda, senhorita Bianchi? — Abre um sorriso, um tanto maldoso.
— Não, obrigada. Eu consigo me virar muito bem sozinha.
— Ah, qual é, Stella... — O tom de voz de Elijah diminui. — Você sabe muito bem como sair daqui sem fazer essa prova e com a nota máxima. — Sinto sua mão encostar no meu joelho. — Mas, sabe como é, né? Teria que esperar todos esses alunos saírem daqui. Porém, teria sua nota garantida. — A mesma mão que antes se encontrava no meu joelho, começa a subir, trilhando um caminho até minha coxa e adentrando por debaixo da minha saia.
Me levanto rapidamente do meu assento, soltando um "Preciso beber água" baixo e saio da sala.
Vou até o bebedouro, bebo um pouco de água e fico por um tempo aqui.
Queria a Maitê aqui pra, pelo menos, me fazer companhia.
Hoje não tem aula. E devido a isso, o professor de matemática decidiu passar a prova de recuperação dele hoje, porque de acordo com o mesmo, a prova estava muito difícil e obviamente iríamos gastar mais de uma aula fazendo. A direção o autorizou a passar a prova hoje e, graças a isso, a Maitê não está aqui. Isso é um bom sinal, para ser sincera. Significa que ela não ficou de recuperação. Mas é horrível não ter a companhia da sua melhor amiga em um momento difícil. Sei que ela não faria nada de mais, entretanto, saber que teria sua presença perto de mim, me traria um pouco de conforto.
