Em "pinta-me com as cores do amor", três vidas marcadas pela dor se cruzam no hospital Healing, em Busan. Kristen, uma estudante estrangeira de medicina, tenta se reerguer após uma traição. Hyunjin, um médico viúvo, luta para superar o luto e a soli...
"Eu junto minhas mãos para orar esperando que amanhã eu ria mais por mim. Vai ser melhor para mim. Quando essa música terminar, que uma nova música comece. Espero que eu seja um pouco mais feliz."
BTS- 00 O'clock
Kristen Moore
Quando o alarme tocou, tentei me levantar no mesmo instante, mas senti como se um peso maior estivesse me prendendo na cama. O som insistente ecoava pelo ambiente misturando-se com as lembranças que eu preferia esquecer.
— Mais um dia — eu repeti para mim mesma, tentando reunir forças para sair da cama.
Levantei-me lentamente, o corpo frágil protestando a cada movimento e fui até o banheiro. Olhei para o espelho e quase não me reconheci. Olheiras profundas marcavam meus olhos. Passei a mão pelo rosto, tentando apagar as marcas das lágrimas da noite anterior, mas elas estão tão impregnadas na minha pele quanto na minha alma.
Tomei um banho quente demorado para aliviar a tensão de meus músculos. Novamente diante do espelho, pego a base e o corretivo na esperança de esconder as olheiras .
Enquanto aplico a maquiagem, minha mente volta para o dia em que tudo desmoronou. O rosto de Jisoo e sua expressão culpa... As palavras ásperas de Soobin e sua expressão de derrota.
É como se cada pincelada de maquiagem estivesse colocando uma máscara sobre a minha verdadeira identidade, ocultando o quão quebrada estou por dentro.
Tento não pensar nisso enquanto escolho uma roupa para o meu segundo dia de estágio no hospital. Preciso manter as aparências e parecer forte, ainda que esteja desmoronando.
O jeans escuro que antes me caía tão bem, agora está frouxo, quase folgado. Não estou comendo direito nos últimos dias e meu corpo está começando a mostrar os sinais dessa negligência, mas a fome simplesmente não vem. Talvez porque o vazio em meu peito seja maior que o do estômago.
Ao terminar de me arrumar, dou uma última olhada no espelho. Eu pareço alguém pronta para enfrentar o dia, mas só eu sei o esforço que estou fazendo para manter tudo isso de pé.
Cada movimento meu parece ensaiado, como se eu estivesse atuando em um papel que nunca escolhi interpretar.
Pego minha bolsa e saí de casa, sentindo o ar fresco da manhã de Busan me envolver. É estranho como o mundo continua girando, pois nos breves momentos de colapso que tive, senti-me como se o mundo estivesse parado.
Eu sei que preciso seguir em frente. Sei que o hospital espera por mim e que os pacientes não podem esperar e de alguma forma, esse pensamento me deu a força que eu preciso para continuar. Mesmo que tudo dentro de mim esteja em pedaços, eu irei fazer meu trabalho.
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O segundo dia de estágio no hospital não começou como eu esperava. Acordei com a sensação de que algo estava errado, e logo percebi o motivo: O trânsito. A cidade está um caos e por mais que eu tente manter a calma, cada minuto parado parece uma eternidade.