Capítulo 3: Destinos Cruzados

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Fred estava no limite. Com o telefone na mão, ele encarava a tela, desesperado. Mesmo com a ajuda de sua mãe, Marina, ele não conseguia encontrar uma babá para Zoe. Todas as candidatas que sua mãe ligava recusavam o trabalho, e as poucas que se interessavam desistiam logo ao descobrir a fama de Zoe como uma "pequena travessa". Ele não tinha escolha, precisava resolver a situação.

— Filho, precisamos encontrar alguém logo — disse Marina pelo telefone. — Eu posso cuidar dela por alguns dias, mas você sabe que tenho minhas limitações.

— Eu sei, mãe. Estou tentando de tudo. Vou ao banco agora acertar as contas com Zelda, e depois continuo a busca. — Ele suspirou. — O pior é que eu não posso nem deixá-la em casa hoje, vou ter que levá-la comigo.

Marina riu do outro lado da linha, tentando aliviar a tensão.

— Levar Zoe ao banco? Isso pode ser interessante...

— Nem me fale. Vamos ver no que isso vai dar. — Fred encerrou a ligação e chamou Zoe, que estava brincando com seus bonecos no chão da sala.

— Vamos, pequena. Precisamos ir ao banco.

— No banco tem brinquedos? — Zoe perguntou, com seus olhinhos brilhando.

— Não exatamente, mas prometo que vai ser rápido. — Fred pegou a mãozinha dela e saiu de casa.

Enquanto isso, Kate estava do outro lado da cidade, lutando contra seus próprios problemas. Ela havia acabado de ser demitida do trabalho como babá de duas crianças em um bairro nobre do Rio de Janeiro. A razão? Uma confusão que, na visão da patroa, foi culpa dela, mas Kate sabia que não era bem assim. Desesperada, ela caminhava até o banco para depositar o último dinheiro que havia recebido, já sentindo o peso da realidade.

"Será que vou ter que voltar para aqueles alojamentos insalubres da faculdade?" pensou, desanimada. Desde que se mudara para a Capital do Rio de Janeiro, há três meses, Kate havia enfrentado uma série de desafios, mas esse talvez fosse o mais difícil. Sua mãe, Roberta, que ainda lutava com a depressão lá no interior, dependia financeiramente dela, e Kate sentia que estava falhando com todos. Ela precisava de um emprego, qualquer coisa que ajudasse a manter a família de pé.

Kate entrou no banco e se dirigiu à fila para fazer o depósito. O lugar estava movimentado, e ela se acomodou no final da fila, suspirando ao ver a quantidade de pessoas na sua frente. O destino, no entanto, estava prestes a intervir.

Fred entrou no banco de mãos dadas com Zoe, tentando não parecer tão nervoso quanto estava. Ele a colocou sentada numa cadeira próxima, entregou seu tablet com alguns joguinhos para distraí-la, e entrou na fila. Observava o relógio, preocupado com o tempo, quando percebeu que Zoe, curiosa como sempre, já começava a olhar ao redor, planejando suas próximas travessuras.

Foi então que tudo aconteceu.

A porta do banco foi escancarada com um estrondo, e três homens armados entraram correndo, gritando ordens. O caos tomou conta do ambiente em segundos.

— Mãos pro alto! Todo mundo no chão! Agora! — o líder do grupo berrou, apontando a arma para os clientes.

Fred congelou por um segundo, seu primeiro pensamento indo direto para Zoe. Ele correu até ela e a pegou no colo, segurando-a firme. Zoe começou a chorar, assustada com a situação.

— Papai, o que está acontecendo? — ela perguntou, a voz trêmula.

— Vai ficar tudo bem, Zoe. Fica quietinha, papai está aqui.

Fred tentou manter a calma, mas seu coração estava disparado. Ele olhou ao redor, buscando uma saída, mas a situação estava fora de controle. Os assaltantes gritavam, exigindo dinheiro, enquanto ameaçavam os funcionários e clientes.

Uma mãe perfeita para minha filhaOnde histórias criam vida. Descubra agora