quatro

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Desperto com um cheiro de remédios que me causa náuseas.

Meus olhos abrem e vejo um teto e paredes brancas, estou sentindo minha cabeça rodear e penso se estou no sonho maluco. Toco meu braço para saber se estava sonhando e caio na realidade.

Mas que merda é essa?

— Olá Capitão — a voz de Mathias soou pelo o espaço e ele se levantou da cadeira que tinha. — A sua pressão abaixou na delegacia no dia anterior. Tenente Araújo conseguiu ajudá-lo rápido.

— E Heloísa? — pergunto resmunguento lembrando das memórias confusas do que tinha acontecido. — Ela estava comigo.

— Ela quem chamou Araújo. — explicou ele e sorriu. — Creio que está melhor, Capitão. Como está se sentindo?

— Mal pra caralho — resmungo sentindo zonzo. — Que horas vou pode sair daqui?

— Quando o médico de alta, inclusive irei chamar-ló e avisar Roseane que o senhor acordou.

— O que ela faz aqui?

— Era o único contato que tinha no seu celular. — Mathias deu de ombros. — Já volto.

Ele saí e me deixa sozinho com muitas perguntas estúpidas na minha cabeça, não lembro de muita coisa, apenas ficar gelado e senti as mãos de Heloísa no meu rosto.

Minha cabeça estava pesada e resmunguei tentando sair da cama, Roseane soltou um palavrão e me olhou tentando sair da cama.

— Roberto! — sua voz saiu arrastada e ela segurou meus ombros chegando próximo de mim. — Você me assustou.

Encarei confuso, se ela estava assustada imagina como eu estava sentindo.

— Eu não sei o que houve. — murmuro resmungando e minha voz rouca.

— Sua pressão abaixou. — murmurou e passou a mão pelo seu rosto. — Eu recebi uma ligação durante a noite, Mathias me disse que eu era única pessoa na sua lista de emergência. Passei a noite preocupada com você, seu idiota! Não está se cuidando direito?

Suas palavras eram rápidas e confusas, suspirei pesadamente e olhei para Roseane. Seus olhos mostrava toda sua preocupação que tinha por mim e isso me fez inclinar sobre seu corpo e acabei aproveitando para roubar um beijo seu,  se afastou brava e balançou a cabeça em negação.

— Roberto! — sua voz foi para um tom de reclamação que fez meus tímpanos doerem. — Eu estou preocupada com você, seu idiota.

— Estou com saudades sua — declaro com minha voz abafada. — Volta para mim.

Ela balançou a cabeça em mais negação, não sei como julgar seu semblante porque minha visão ficou borrada de repente, pisquei várias vezes até voltar ao normal.

— Vou fingir que isso aconteceu por causa dos efeitos de remédios. — resmungou brava. — Você nunca muda, viu.

Não entendi o que ela quis dizer, mas apenas ignorei no fundo da minha mente. O médico apareceu e Mathias ficou ao lado de Roseane enquanto o homem começou a me examinar.

— Então, doutor? Ele vai ter alta hoje? — Roseane perguntou com seu tom de voz mostrado sua preocupação.

— Não, a pressão dele não se estabilizou ainda. Ele vai passar a tarde aqui e se estabilizar daqui para a noite, posso liberar na manhã seguinte — relatou em seguida fazendo eu ficar confuso.

— Eu não posso ficar aqui até a noite! Eu tenho um batalhão para comandar! — falo olhando para o médico e apontado meu dedo na sua direção. Mathias se aproximou e Roseane suspirou pesado.

taste | capitão nascimento Onde histórias criam vida. Descubra agora