seis

153 10 24
                                    

Quando voltei para o batalhão, estava tudo da forma que deixei. Fiquei aliviado, pois sabia como seria um puto trabalho para organizar tudo novamente.

Eu estava na minha sala, resolvendo uma papelada antiga. Minha mente estava simplesmente a mil; voltar ao trabalho era como uma loucura que estava acostumado. Ficar em casa por longos dias tinha me deixando louco e volta para meu ofício era gloriosos.

Apesar de meu corpo ficar ocupado fisicamente, minha mente sempre estava em uma batalha interna. Meus pensamentos estavam dividindo agora, alternando entre Roseane e Heloísa. Quando não pensava na minha ex-mulher, meu pensamento estava direcionado para Heloísa e no maldito dia que a encontrei no supermercado.

Me sentia um pouco culpado por acabar sua fantasia com Araújo, mas também não iria admitir que estava errado. Heloísa merecia alguém melhor; alguém de valor que não iria aproveitar dela e Tenente não era esse homem e nunca iria ser.

Estava pensando nela novamente quando percebi, soltei um resmungo e tentei pensar em outra coisa.

Era impossível, ela tinha voltado do meu passado me trazendo sentimentos que nem sabia que ainda existia. Me sentia culpado por terminar com nosso relacionamento de tantos anos, isso não fazia sentido, foi há anos... por que diabos eu me sentia culpado como se fosse ontem? Eu me casei, porra, conheci outra mulher e amadurecemos.

Estávamos divorciado agora, fiz questão de lembrar e soltei mais um resmungo percebendo que minha atenção estava longe.

Não é como se eu quisesse voltar para Heloísa, não, eu nem a via dessa forma. Meus sentimentos ainda estavam na minha ex-mulher, sim, mesmo eu achando Heloísa bonita e atrativa não significava que meu coração batia por ela.

Além de que eu amei ela no passado, isso é certeza, eu amava. O Roberto jovem foi um gênio ou foi muito burro para ter decidido aquilo.

Minhas lembranças então mergulharam no passado; nossos beijos fervoroso descobrindo um mundo novo e de como tudo parecia colorido e feliz naquela época. Como não? Nós não tínhamos nenhuma preocupação e éramos jovens.

Lembro de quando inventamos de estudar juntos, foi um desastre porque não estudamos e apenas ficamos nós beijamos na minha cama esperando que meus pais não escutasse nossas risadas.

Acabei sorrindo de repente, balancei a cabeça e resolvi deixar minha sala para tomar um ar. Alguns policiais me cumprimentaram enquanto passava, vir Tenente Araújo e ele estava com uma carranca conversando no celular no lado de fora. Fiquei curioso porque ele parecia bastante puto, mas sair antes que me avistasse e caminhei para dentro novamente.

Fiquei na minha sala e sentei na minha cadeira pensando no Tenente, estaria falando com Heloísa? Será que ela finalmente resolveu dar um pé na bunda dele? Acabei sorrindo com essa possibilidade, bufei e depois tentei ocupar minha mente com outra coisa.

No fim do meu expediente, vir o homem passar e parecia irritado com alguma coisa. Não resolvi questionar e apenas fui para meu carro.

Fiquei curioso e puto de raiva ao mesmo tempo por comemorar por um termino, coloquei no rádio que tocava alguma música inglês que eu não conhecia. Enquanto dirigia, pensei em como Heloísa deveria está, sei como poderia está se sentindo mal e se sentindo culpada. Ela não deveria se sentir por um cara que nem vale a pena.

Acabo tendo uma ideia idiota e começo a mudar de rota, dirigi então, para seu endereço que lembrava e fui com meu coração batendo firme e nervosismo nas minhas mãos. Poderia está agindo com um inconsequentemente? Sim, mas não me importava.

Eu também estava nessa história, afinal, tinha que fazer ou pelo menos tentar algo.

Não demorei muito para chegar, o porteiro era o mesmo e ele apertou minha mão depois de tantos anos. Acabei ficando menos nervoso, ele então falou que era necessário ter a permissão de Heloísa para entrar e fiquei mais nervoso ainda. Em questão de segundos, informou que estava liberado para entrar e me deu boa sorte.

taste | capitão nascimento Onde histórias criam vida. Descubra agora