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— Olá... — ele pensou em como se referir à moça em sua frente. — Mulher?
A garota olhou para ele. Seu manto escuro cobria todo seu corpo, e sua cabeça estava abaixada. Não conseguia ver nem sequer o rosto daquele gato misterioso. E ser chamada de “mulher” era um tanto quanto estranho. Ela já até tinha uma noção de o que seria ele.
— Não, obrigado
— Como assim?
— Eu não quero catnip, já usei demais ontem à noite.
A primeira coisa que o outro gato pensou foi: ela realmente acha que eu sou um vendedor de drogas?
A segunda coisa foi: ela já usou isso?
Ele até pensou em dizer algo como “Isso é errado! Você está presa”, mas era melhor fingir que nem ouviu isso. Se ele realmente quisesse que ninguém o reconhecesse, deveria agir normalmente e forçar uma voz mais grossa. Ele sabia que sua voz era fina; conseguia lembrar-se de todas as vezes Angelus rindo quando ele falava algo.
Era melhor sair dali o mais rápido possível. Gatos que usam esse tipo de coisa não merecem a atenção de alguém tão importante.
Logo, o encapuzado virou-se e foi embora, mas não antes de ouvir a garota dizendo “cara esquisito” e também virar-se para sair.
O encapuzado pensou seriamente em jogar uma maldição nela. Mas era melhor não. Estava de dia e alguém poderia ver. Não pegaria bem para ele.
Entrou em um beco escuro, e quando teve certeza de que estava em um ponto cego para qualquer um que resolvesse passar por ali, ele abaixou o capuz.
O príncipe, pensou Filius, o príncipe de um dos melhores reinos em um beco cheio de lixo. Onde eu vim parar?
Sabia muito bem que um príncipe mandar alguém matar o próprio pai era algo muito pior do que apenas ficar em um lugar que fedia. Mas preferiu ignorar e fingir que estava passando pela pior situação do mundo.
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Quando Filius colocou seu pé direito no piso do castelo, ele sentiu apenas alguém atrás dele. Nem precisou olhar para trás de imediato para saber quem era. Só pela respiração pesada, já sabia que era Angelus.
— Você chegou de noite. — Angelus aproximou-se de Filius e colocou uma mão no ombro direito dele. — Por quê?
— Olha... — o príncipe tentou pensar o mais rápido possível, tentando arranjar uma desculpa qualquer. — Eu meio que... foi necessário falar com algumas pessoas durante o caminho e me atrasei.
— Certo, vou fingir que acredito. — Angelus sumiu. Um clássico feitiço de teleporte.
O príncipe encarou o chão, olhando fixamente para o carpete vermelho. Não demorou muito para o príncipe rapidamente olhar para frente.
No final do corredor, ele pode ver o que parecia a cabeça de um gato encarando-o. Deveria ser um felino baixo. Ele era tão negro quanto a noite mais escura e seus olhos pareciam ter alguma aura. E diferente de um gato normal, os olhos dele tinham pupilas pretas.
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Escola de Magia para Gatos
Fantasy"Você também tem essa sensação ruim?" O reino de Multiplex guarda muitos segredos. Alguns tão bobos ao ponto de serem incapazes de assustar até mesmo uma criança; alguns tão sombrios ao ponto de serem escondidos de todos os gatos. Um grupo de am...