CAP.: 02 - DESTINOS (PARTE I)

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"O destino na mitologia grega nada mais é do que o titã que de tão poderoso e sábio, se apaixonou pelo titã tempo e juntos, acabaram dando origem ao universo e a tudo que existe... Ele sozinho era tão poderoso, que mesmo condenado a viver em função de seu amor o Tempo, ele detinha o poder até sobre os corações dos deuses. Na mitologia, assim como na nossa vida, o destino é senhor de todas as vidas, senhor de todas as amarras, senhor de nosso passado, presente e até mesmo futuro... Mas mesmo sobre o destino, cabe uma reflexão: Somos herdeiros passivo de suas vontades ou somos senhores do nosso próprio destino...?"

(Kaius Cruz)


** Janeiro de 1999

E ano novo havia finalmente chegado, e com ele, bem, com ele Marta havia entrado em seu quinto mês de gravidez. Ela não morava mais na pensão, agora ela morava em um pequeno apartamento alugado pela mãe em um bairro pobre, mas ela não se importava.

Marta só queria que o filho pudesse nascer, forte e saudável, mas estava difícil, pois desde que descobrira sua gravidez, fora tantos as dores e sofrimentos, que ela e o bebê, acabaram sentindo na própria pele, o amargo sabor do abandono e dos olhares atravessados e preconceituosos, que a mesma recebia na universidade.

A jovem médica, nunca mais vera o pai. Tao pouco o pai de seu filho...

Depois que fora abandonada, escorraçada da mansão de Pedro, a jovem e abandonada médica, tomou uma decisão. Nunca mais se apaixonaria, nunca mais entregaria seu coração a outro homem, teria seu filho e o criaria sozinha, sem a ajuda de ninguém, sem ajuda de um pai.

Marta não vira mais Pedro, pois ela mesma sabia os motivos para não o vê-lo mais. Marta, que no dia em que foi dar a noticia sobre sua gravidez ao namorado, viu o namorado sendo literalmente fodido pelo capitão do time de futebol da universidade, tirou varias fotografias naquele dia fatídico, humilhante e vexatório, sem que o namorado e seu amante, soubesse ou percebesse. E dominada pela fúria e pela dor do abandono e descaso, ela resolveu revelar várias daquelas fotos constrangedoras e as espalhou por todas a universidade, também mandou tais fotos para uma importante revista de fofoca, tudo isso de forma anônima, claro. E como ela previa, foi o maior escândalo.

Depois daquele dia, nunca mais ela veria Pedro, o capitão do time de futebol ou mesmo a família de seu ex-namorado. Pois Pedro seria mandado para fora do país, onde terminaria seu curso de medicina, e seus pais se mudariam para o interior paulista, onde não seriam mais alvo de piadinhas ou mesmo da maldita imprensa marrom.

Marta estava de alma lavada, se sentia vingada.

Na universidade, durante muito tempo, não se falava em outra coisa, senão no famoso "Pedro dador de cu!" E Luiz Carlos, melhor amigo de Marta faltava morrer, pois no fundo, no fundo, ele achava algo de muito estranho no namorado da amiga, só não falava nada por respeito e até por pena da pobre garota, que vivia a seu lado... e sabia, que ela era completamente cega de paixão pelo infeliz, como ele mesmo o chamava.

- E agora amiga?! Você já tá ai... toda empachada... sozinha, sem ninguém a não ser sua mãe para te ajudar... Como você vai fazer?! – Luiz Carlos perguntava preocupado.

- Ah... Carlinhos... eu... eu... tenho você! Qualquer coisa você vai ser o pai do meu menino!

Luís Carlos se assusta com a revelação dada e grita:

- Não acredito! É menino?! – ele abraça a melhor amiga.

- É sim! É um garotão... descobri ontem, quando fui com minha mãe fazer o ultrassom! – Marta falava entusiasmada.

O PADRASTOOnde histórias criam vida. Descubra agora