CAP.: 06 - CONVIVÊNCIA

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"Como uma vez disse o sábio: 'Viver é fácil! O difícil e o nosso maior desafio é conviver...'. De fato, a pessoa que nos revelou tal fala foi muito feliz, pois um dos maiores desafios da humanidade, sempre foi e acredito que sempre será conviver... Nunca nos foi tão revelador tal premissa como está sendo nos tempos atuais, onde homens, mulheres, crianças e idosos morrem todos os dias em busca da fuga, em busca de melhores condições de vida, em busca de um lugar seguro para conviverem em paz... um lugar seguro, para no fim, poderem chamar de lar..."

(Kaius Cruz)


**Fevereiro de 2009


Marta havia saído cedo para o hospital, sete anos já haviam se passado. O pedreiro e a médica não estavam casados oficialmente, mas detinham juntos uma relação solida de marido e mulher. Marcus estava na eminência de seus trinta e cinco anos.

Um homem e um pai exemplar, amado por todos e querido em toda a vizinhança, principalmente pelas vizinhas e até vizinhos, para quem, ele vivia fazendo seus trabalhos como bombeiro hidráulico, pedreiro ou mesmo eletricista, Marta ficava odiada, principalmente quando Marcus tirava sua camisa para trabalhar. Ela sempre foi muito segura de si e do seu relacionamento com o pedreiro, mas não suportava os olhares cobiçadores, que seu homem vivia levando dos outros, até mesmo quando estava ao seu lado. Mas bem da verdade, Marcus nunca se importava muito com os olhares de outras mulheres, pois no fundo, no fundo, sempre amou muito sua nova família e a segurança que sempre sentia, quando amava sua esposa e abraçava seu amado filho.

Assim como Marta, ele todos os dias saia para algum trabalho, nunca ganhou igual a sua esposa, mas sempre trabalhou muito para poder ajudar na educação e criação de seu único filho. Como a médica vivia em plantões ou mesmo viajando para congressos ou reuniões, o lindo pedreiro ficava encarregado de levar e buscar Carlinhos na escola, o que para ele, era sempre motivo de muita satisfação. Ele também adorava sentar com o filho para conversar sobre as coisas que o filho havia aprendido e também tentar aprender e ensinar algo.

E este era mais um dia desses. Marcus estava com Carlinhos em sua caminhonete nova, que comprara com a ajuda de Marta.

- E ai filhão, pronto para seu primeiro dia de aula na nova escola?! – Marcus pergunta entusiasmado.

- Acho que sim... papai... – o menino responde inseguro e desanimado.

- Ei campeão!? Não fica assim não! Vai dar tudo certo... você vai conhecer gente nova, vai fazer um monte de novos amigos!

- Será pai?! – o garoto duvidava.

- É claro Carlinhos!! – Marcus responde as incertezas do filho com animação.

- É acho que vou!! – o menino fala animado e Marcus liga seu carro partindo em direção a escola.

Chegando na escola o pai pega o menino no colo e o leva até a entrada, chegando lá, dar de cara com uma professora, que estava aguardando na porta da sala de aula.

- Bom dia Pai?! – ela cumprimenta Marcus, que segurava Carlinhos em seu colo e sorri.

- Bom dia professora! – Marcus responde e olha para o filho que também fala:

- Bom dia querida professora! – fala animado.

A professora se aproxima ainda mais do homem gigante a sua frente, sorri, passa a mão nos cabelos lisos e loiros de Carlinhos e pergunta gentil e ao mesmo tempo interessada no belo espécime de homem a sua frente.

O PADRASTOOnde histórias criam vida. Descubra agora