CAP.: 03 - DESTINO (PARTE II)

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"O que define a nossa dor?! Serão as escolhas erradas que tomamos ao longo de nossas vidas? Ou serão as atitudes que temos e fazemos ao longo de nossa caminhada? As respostas para essas dúvidas, são difíceis de serem respondidas, são difíceis de serem refletidas... pois no final de tudo, nós acabamos sendo reflexo de nossa própria forma de pensar e agir, reflexos de nossas vidas e sonhos. E com a caminhada vão surgindo novos problemas, novas possibilidades, novas expectativas e acima de tudo, novos sonhos. Talvez a vida seja assim, uma caixinha de surpresas, por que no fim... a vida é simplesmente surpreendente..."

(Kaius Cruz)


** Janeiro de 1999

O tempo passava cada vez mais rápido e com ele a barriga da futura médica cirurgiã. Que já não lembrava mais do amor, ou mesmo do ódio que sentia por Pedro, pai de seu filho e ex-namorado. No coração de Marta o que restava eram apenas dor e indiferença, os piores sentimentos que uma pessoa pode ter por alguém.

Marta não via mais o pai, só a mãe, que de vez em quanto aparecia para ver como estava a filha e para deixar algum dinheiro.

A futura mãe de Carlinhos, não sabia, bem da verdade, ela nem desconfiava que boa parte ou melhor, todo o dinheiro que sua mãe lhe dava semanalmente, era seu pai, que lhe dava.

Seu Gustavo muito preocupado com o estado da filha e do neto, sempre colocava um dinheiro a mais no pote de dinheiro para as compras da semana, pois no fundo sabia que a mulher, iria recorrer aquele dinheiro para ajudar a filha. Ele não dava o braço a torcer, seu orgulho era maior que sua própria sanidade e a saudade de ver sua filha, mas mesmo de longe, ele procurava acompanhar a vida da filha e de seu neto que estava por vir.

Victoria também sabia, que aquele dinheiro a mais, que desde que a filha partira, aparecia naquele pote, era o marido que colocava. Ela não o questionava, pois no fundo sabia que seu marido era orgulhoso e turrão demais para admitir que estava arrependido ou com saudades da filha.

Mas o destino e o tempo, sempre tratam de serem providenciais. E seu Gustavo em futuro próximo e doloroso aprenderia a duras penas, o preço pelo abandono de um filho, mesmo que esse abandono fosse simplesmente afetivo.

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** Fevereiro de 1999

Marta e Luiz Carlos estavam em mais uma aula pratica de anatomia, quando de repente a amiga se sente mal, enjoada com todo aquele cheiro de cadáver. Ela corre em direção ao banheiro e seu melhor amigo vai logo atrás. Marta sentia fortes enjoos e dores de cabeça dentro daquele banheiro.

Mas Luiz estava ali, ao seu lado, como um fiel amigo, como um cavalariço e seu fiel escudeiro. Luiz se não fosse gay, talvez se apaixonasse por sua melhor amiga, mas como ele mesmo dizia, ele jamais colocaria a boca dele em cima de uma aranha peluda e fedorenta.

Sempre que ele falava esse tipo de coisa, sempre fazia a amiga rir muito.

Naquele dia, marta acabou pedindo dispensa das suas aulas e resolveu ir no médico fazer uma consulta de pré-natal, Luiz, como seu melhor amigo, claro, a acompanhou.

Os dois chegaram cedo no hospital, naquela tarde, e como a futura médica e mãe ainda estava se sentindo muito mal, ela fora logo atendida.

Marta conversou muito com seu médico, e logo depois fora examinada mais a fundo, ela fez alguns exames e depois fez alguns ultrassons para ver como estava a situação do seu bebê. O bebê estava normal, mas Marta descobrira que estava com problemas sérios de anemia e pressão, além do mais, os muitos desgastes emocionais que ela teve durante o inicio da gravidez, fez ela e seu bebê sofrerem muito, aumentando ainda mais os problemas.

O PADRASTOOnde histórias criam vida. Descubra agora