𝑰𝑴𝑨𝑮𝑰𝑵𝑬𝑺 ( 𝘚𝘪𝘮𝘰𝘯 '𝘎𝘩𝘰𝘴𝘵' 𝘙𝘪𝘭𝘦𝘺 ) +18

𝐂𝐚𝐫𝐭𝐚 - 𝐆𝐡𝐨𝐬𝐭 ✉️

💀| 𝑰𝑴𝑨𝑮𝑰𝑵𝑬 - 𝑺𝒊𝒎𝒐𝒏 '𝑮𝒉𝒐𝒔𝒕' 𝑹𝒊𝒍𝒆𝒚

❗AVISOS 🔞:
~ Conteúdo sexual e palavrões.

𝐂𝐚𝐫𝐭𝐚 - 𝐆𝐡𝐨𝐬𝐭
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Uma carta de demissão. Foi a última coisa que o Tenente Ghost viu quando estava próximo de terminar seus deveres burocráticos.

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Algumas semanas atrás um grupo de homens foi infelizmente morto em combate. uma missão em que eu liderava, levando aqueles homens em direção as suas próprias covas. Como toda missão, há escolhas e consequências, e naquele dia, minha escolha levou a vida de pessoas inocentes. Senti o olhar de todos sobre mim com escárnio, os amigos mais próximos dos falecidos me apontaram como assassina. Bom, a culpa foi minha por um lado, mas sabíamos desde o início dos riscos da missão. Mas, para os que eram próximos, encontrar um culpado era mais fácil do que acreditar que foi algo esperado.

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Ghost leu cada palavra daquela carta com uma carranca no rosto. Ele entendia o motivo de eu querer me desligar do exército e sair daquele cenário, para conseguir me sentir um pouco melhor na medida do possível. Mas também não queria aceitar que me perderia antes mesmo de me ter.

Ghost foi meu mentor, ele me auxiliou e me treinou quando era apenas uma alma desesperada para se mostrar capaz. Com o tempo, fomos criando um vínculo entre nós, até que essa amizade criasse sentimentos, sentimentos esses que eu pensava que seriam mutuamente concedidos. Mas eu estava longe de estar certa. Na noite em que joguei as cartas na mesa, eu fui recebida com um olhar um tanto estóico, mas carregava um medo neles e sua hesitação.

"Não sou quem você merece, S/N"

Foi o que eu escutei naquela noite. Depois disso, nos distanciamos, nossa amizade foi rompida. Mas trabalhar juntos e nós ver diariamente não ajudaria em nada, então decidimos que seria melhor esquecer qualquer sentimento amoroso, para continuar nossa amizade. Mas, é claro, que nada nunca mais voltou ser como antes, era como se tivéssemos apenas tampando o sol com a peneira.

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"Acabou seu relatório, S/N?" - A voz de ghost me arrancou dos meus pensamentos.

Sentada na mesa de um dos refeitório vazios, eu dei um leve aceno para ele, endireitando minha postura enquanto notava ele se sentando à minha frente. Hoje foi mais um daqueles dias onde todos se reuniram para sair para beber em qualquer bar de beira de estrada, e, é claro, ghost estaria longe de participar de tal ato.

eu iria, mas eu não estava sendo uma boa companhia para a maioria daquela base.

"Pensei que iria se juntar com todos hoje. E virar outra garrafa de whisky goela abaixo." - Ghost disse enquanto olhava para mim com seus olhos escuros semi- cerrados, seus olhos me examinavam como se procurasse a culpa que emanava na minha aura.

"Eu passo." - Eu murmurei antes de suspirar e me recostar na cadeira, colocando as mãos cruzadas em cima da mesa.

"Pretendia conversar comigo antes de partir?" - Ele disse sem rodeios, indo direto ao ponto que estava alfinetando seus neurônios.

Eu não fiquei surpresa, já imaginava que era isso que tinha em mente quando veio me encontrar aqui. Eu fiquei em silêncio por um tempo, não olhando para ele. E então, agarrei um maço de cigarros do bolso da minha calça, junto com um esqueiro.

"Iria tentar me convencer de renunciar?" - Eu ascendi um cigarro e dei uma longa tragada antes de soltar a fumaça para cima - Ele odiava me ver fumando.

"Não, você não me escutaria." - Ele disse secamente. Olhando para o cigarro entre meus dedos e bufando ao desviar o olhar, sentindo como se eu estivesse tentando irritar ele, mas era apenas uma reação secundária a outras coisas que estivesse frustado.

"Eu vou para a Alemanha." - Eu disse enquanto examinava seus olhos, querendo capturar cada reação dele.

Senti seus olhos me perfurar, sua respiração estava saindo mais rápida, assim como os nó nos dedos que se formavam quando cerrava os punhos.

"Acha que vai apagar alguma coisa que fez, se partir?" - Ele cuspiu suas palavras, que doeram mais que deveriam. Ele estava certo, mas também não tirava o fato de que sua verdade doía.

"Não. Os mortos continuaram mortos, e a culpa vai prevalecer até eu virar um." - Falei com aspereza, dando uma outra tragada no cigarro e soltando a fumaça pelo canto da boca.

Ghost se mexeu na cadeira, inclinando seu corpo sobre a mesa e cruzando as mãos em cima dela. Me olhando com uma carranca quase imprescindível. Notava como sua frustração e irritação exalava quando seu peito subia e descia mais forte. Ele queria dizer inúmeras coisas, mas engolia suas próprias vontades quando cerrava a mandíbula.

Eu tirei as cinzas do cigarro, dando uma última tragada no cigarro antes que virasse uma bagana. Ficamos em silêncio por cerca de uns 40 segundos antes que eu jogasse aquela bitoca de cigarro no lixeiro próximo e me levantasse da mesa. Agarrei o broche com meu codinome do uniforme e arrastei até suas mãos.

"Vou partir ao amanhecer." - Eu murmurei sem olhar para ele, enquanto ele ainda estava olhando para meu acento onde eu estava sentada. Incapaz de me olhar enquanto sua mandíbula estava cerrada, sua própria raiva o dominando, misturada com sua frustração que não conseguia descrever.

"Queria que pudesse mudar sua forma de pensar, Ghost. Gostaria que pudesse nos dar a única coisa que lhe ofereci há alguns meses atrás, antes que seja a última vez que me veja." - Foi a última coisa que eu disse antes de passar por ele, indo em direção a saída.

Eu ainda tinha sentimentos por ele, mas, com o tempo, foi se esfriando um pouco. Eu não iria mudar de ideia, ele me conhecia o suficiente para saber disso, e também sabia que ele tinha em mãos a única coisa que poderia me dar antes do "adeus" ser dito em voz alta. Ele estava frustrado, irritado e magoado, mas sabia também que não iríamos ter uma outra chance de podermos abraçar nossos desejos guardados.

Segurando aquele broche dourado na mão, ele repensou tudo que aconteceu até chegarmos ali. Eu iria embora, iríamos virar estranhos, mas estranhos sem lembranças. O pensamento de me ter escorregando de suas mãos, fez seu corpo se erguer com um solavanco. Jogando o broche em seu bolso antes de agarrar meu pulso, me fazendo girar para olhar para ele.

É isso.. é isso que eu queria..

"Por que você faz isso comigo, droga..!" - Ghost rosnou baixo, olhando para mim com seus olhos pintados de um vermelho irritado, que se misturava com sua frustração confusa.

"Por que eu não quero me despedir de você sem ao menos ter uma lembrança na qual eu possa me agarrar." - Eu murmurei, meus olhos buscando os seus, que se desviavam dos meus. Sua mandíbula trincada e sua testa franzida.

Notei como seus olhos se escureceram, antes que me puxasse para uma parede próxima, me encurralando nela e encostando sua testa do lado da minha cabeça na parede. Sua respiração estava alterada, como se estivesse lutando contra a vontade de me odiar e de me amar, como se uma parte sua estivesse hesitando, enquanto a outra gritava para me agarrar como se eu pudesse virar vapor.

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Continua..

Ia ficar muito grande o capítulo, então tive que fazer duas partes! mas vou postar logo logo! beijinhos. 🫶