Tempestades da primavera

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O Café das Flores estava repleto de clientes naquela tarde, mas a energia vibrante do local parecia não alcançar Danielle. Desde que Haerin retornara de Tóquio, uma sombra pairava sobre o relacionamento delas, uma sombra que só parecia crescer. O contato entre as duas havia diminuído drasticamente, e quando finalmente se viam, as conversas eram breves, quase superficiais.

Danielle tentava manter-se focada no trabalho, usando o café como uma distração. Mas, à medida que os dias passavam, a ausência emocional de Haerin se tornava insuportável. Ela já não sabia mais como lidar com a situação. As palavras de Haerin, ao decidir que precisava de tempo, ainda ecoavam em sua mente, deixando-a confusa e insegura.

Hanni, percebendo a tensão no ar, tentava levantar o ânimo da amiga com conversas leves e suas habituais piadas. No entanto, mesmo ela notava que Danielle estava distante, perdida em seus próprios pensamentos.

“Dani, o que acha de sairmos depois do expediente?” Hanni sugeriu, enquanto preparava uma bebida para um cliente. “A gente pode ir a algum lugar para espairecer. Vai te fazer bem.”

Danielle sorriu levemente, mas o sorriso não chegou aos olhos. “Talvez. Vou pensar.”

Hanni sabia que a amiga estava em um estado delicado, mas antes que pudesse dizer algo mais, o sino da porta tocou, e ambas se viraram para ver quem entrava.

Era Haerin.

Ela parecia exausta, com olheiras escuras sob os olhos e uma expressão de cansaço que Danielle nunca tinha visto antes. Danielle sentiu o coração apertar ao vê-la, mas também não pôde deixar de sentir uma pontada de ressentimento. Há dias que Haerin vinha evitando conversas profundas, e agora aparecia no café como se nada estivesse errado.

“Oi,” Haerin cumprimentou, sua voz baixa e hesitante.

“Oi,” Danielle respondeu, tentando manter a calma enquanto se aproximava do balcão. “Quer um café?”

Haerin assentiu, mas o silêncio entre elas era palpável. Hanni, percebendo a tensão, decidiu que aquele era o momento de dar espaço para as duas e foi atender outro cliente.

Danielle preparou o café em silêncio, os pensamentos a mil. Quando terminou, entregou a xícara para Haerin, que a pegou, mas não fez menção de sair. Ela ficou parada ali, como se estivesse reunindo coragem para dizer algo.

“Precisamos conversar, Danielle,” Haerin finalmente disse, sua voz quase se perdendo no burburinho do café.

Danielle sentiu um frio na espinha. “Agora?”

Haerin assentiu. “Se puder... sim. Acho que não podemos mais adiar isso.”

Danielle olhou ao redor, vendo que o café estava cheio, mas percebendo que, de fato, elas precisavam dessa conversa. “Vamos para o escritório nos fundos.”

Flores da primavera. - Daerin!Onde histórias criam vida. Descubra agora