𝓙𝓾𝓼𝓽𝓲𝓬𝓮💀

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𝐅𝐥𝐚𝐬𝐡𝐛𝐚𝐜𝐤 𝟐𝟎𝟏𝟕...

                         (Narradora's pov)

O tribunal estava lotado naquele dia. Todos os olhares estavam voltados para o juiz no púlpito, uma figura alta e imponente, com os cabelos grisalhos e o semblante severo. Atrás do juiz, o grande brasão da justiça pendia da parede, como um lembrete constante do poder e da imparcialidade que aquela sala deveria representar.

Rita Ora Cantrall e Alex Cantrall estavam sentados lado a lado, de mãos dadas, no banco dos réus. Ambos tinham olheiras profundas e expressões de cansaço, como se a tensão daquele julgamento tivesse sugado a vitalidade deles ao longo das últimas semanas. Rita, uma mulher de meia-idade com cabelos loiros curtos e olhos castanhos penetrantes, estava vestida com um simples vestido preto. Alex, alguns anos mais velho que ela, tinha uma barba por fazer e vestia uma camisa azul desbotada. Eles mantinham o olhar fixo no juiz, como se buscassem alguma faísca de esperança naqueles olhos frios.

O juiz ergueu o martelo, e o som de madeira batendo ecoou pela sala, como um trovão que anuncia uma tempestade iminente.

— Este tribunal chega agora à sua decisão final — começou ele, sua voz reverberando pelas paredes de mármore. — Após revisar todas as evidências apresentadas, ouvir as testemunhas e considerar os argumentos da defesa e da acusação, chego à conclusão de que os réus, Rita Ora Cantrall e Alex Cantrall, são culpados do assassinato de Solange Baker.

Houve um murmúrio de espanto entre a plateia. Uma onda de choque e incredulidade percorreu a sala. Rita sentiu um arrepio percorrer sua espinha, enquanto lágrimas involuntárias começaram a escorrer por seu rosto. Ela apertou a mão de Alex com mais força, como se o contato físico pudesse impedir que ambos caíssem no abismo que se abria à sua frente.

Alex, por outro lado, estava incrédulo. Seus olhos castanhos escuros, normalmente calorosos, estavam agora inundados de um misto de raiva e desespero. Ele balançou a cabeça lentamente, como se quisesse acordar de um pesadelo.

— Nós não fizemos isso! — gritou ele, sua voz carregada de dor e indignação. — Somos inocentes!

O juiz o olhou com uma mistura de desprezo e cansaço. Ele já havia visto muitos réus protestarem sua inocência antes, mas raramente mudara de opinião.

— A decisão deste tribunal é baseada em provas — replicou o juiz friamente. — Provas circunstanciais, mas que apontam, sem sombra de dúvida, para a culpa de ambos. Testemunhas identificaram vocês dois perto da cena do crime, e o motivo é claro: vingança.

Rita olhou para o juiz, sentindo como se uma faca tivesse atravessado seu peito. Como poderiam estar sendo condenados por algo que não cometeram? A noite do assassinato estava clara em sua mente: estavam em casa, assistindo a um filme, um alibi que a defesa não conseguiu provar de forma convincente, já que era uma noite comum, sem registros, sem testemunhas que pudessem confirmar a história.

— Nós estávamos em casa! — insistiu Rita, sua voz trêmula. — Não tínhamos motivo algum para matar Solange!

O juiz levantou uma sobrancelha.

— A corte ouviu sobre o conflito que vocês dois tinham com a vítima, a respeito daquela propriedade. O motivo é claro, senhora Cantrall.

O advogado de defesa, o senhor Thompson, um homem baixo de cabelos ralos e óculos redondos, levantou-se mais uma vez, mas já sem a firmeza de outrora.

— Meritíssimo, peço, mais uma vez, que considere a ausência de provas materiais diretas. A condenação com base apenas em provas circunstanciais é uma afronta à justiça. Meus clientes não tiveram a oportunidade de um julgamento justo.

O juiz lançou um olhar duro para Thompson.

— Já dei meu veredito, senhor Thompson. A justiça não pode ser cega diante dos fatos apresentados.

Então, ele se voltou para Rita e Alex, que agora estavam abraçados, lágrimas correndo soltas de seus rostos.

— Rita Ora Cantrall e Alex Cantrall, eu os condeno a vinte anos de prisão, sem possibilidade de liberdade condicional antes de quinze anos.

O som do martelo do juiz bateu novamente, selando o destino dos dois. A plateia, dividida entre murmúrios de desaprovação e aprovação, começou a se dispersar. Alguns cochichavam palavras de apoio, enquanto outros balançavam a cabeça, conformados com a sentença.

Enquanto eram escoltados para fora do tribunal, Rita e Alex olharam para trás uma última vez, na esperança de ver algum sinal de compaixão ou dúvida nos olhos do juiz. Mas ele já estava de costas, reorganizando seus papéis, pronto para o próximo caso.

Na saída, Rita sussurrou para Alex, seu rosto ainda molhado de lágrimas:

— Não acabou, Alex. Vamos provar que somos inocentes... nem que isso nos leve o resto de nossas vidas.

Alex assentiu, apertando a mão dela com força. Sabia que a jornada seria longa e árdua, mas, naquele momento, jurou para si mesmo que encontraria uma maneira de expor a verdade.

O sistema pode ser cego, pensou ele, mas a verdade sempre encontra uma forma de se revelar.




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Hi divoss, 1 capp, tá pequeno? Tá pequeno, mas tem muito que mostrar ainda então aguardem...

(Capítulo não revisado!!)

Amor em território Inimigo// fanfic KyliaWhere stories live. Discover now