A Tempestade

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Havia um zumbido nos ouvidos de Mina.

O primeiro sentido a despertar junto com sua consciência foi sua audição, Mina se encolhendo com o som agudo em sua cabeça, em sua garganta, atrás de seus olhos.

Mina estava consciente da parte de trás de suas pálpebras.

No início, era preto.

Depois, manchas de cores e formas estranhas, faíscas e brilhos de luz.

Então veio a dor.

Na cabeça.

Como um martelo.

Sendo atingido repetidamente, na parte de trás da cabeça, nas têmporas, no topo do crânio, um ataque de 360 graus.

Conforme continuava a emergir na consciência, Mina sentiu a dor no ombro em seguida, latejando e queimando no lado esquerdo, martelando na articulação do ombro enquanto seu corpo começava a se mover.

Suas pálpebras tremeram, hesitantes, pequenos feixes de luz passando por elas, incentivando Mina a fechar os olhos novamente, apertá-los com força, bloquear a dor ofuscante.

Ela tentou novamente, um piscar das pálpebras, vendo um flash de verde, de azul, de luz do sol tão brilhante que só causava uma agonia lancinante, fazendo Mina fechar os olhos novamente, bloqueando tudo, querendo mantê-los fechados, permanecer na escuridão, voltar a dormir...

Mina viu o titã quando fechou os olhos.

Sua carne nua e rosada.

Ela ouviu os gritos.

Ela viu o corpo mole de Jasper voando pelo ar.

Mina abriu os olhos abruptamente, lembrando-se de tudo, a dor quase desaparecendo enquanto o puro pânico e medo engolfavam todo o seu ser, dominando todos os seus sentidos.

Estava tudo embaçado, seus olhos se ajustando ao sol alto da tarde e às cores vibrantes da luz do dia, ainda piscando atordoada enquanto forçava sua visão a clarear e focar, levantando a cabeça lentamente.

Havia um gosto metálico em sua boca, misturado com algo azedo e amargo.

Ela moveu os braços, tentando se levantar, apenas para a dor em seu ombro esquerdo reverberar tão intensamente que ela gritou, seu estômago revirando, movendo-se rápido o suficiente para vomitar na terra à sua frente e não em sua camisa.

Ela engasgou, arquejando enquanto tentava conter a próxima onda de náusea, piscando para afastar as lágrimas dos olhos, a queimação ácida em sua garganta, o tremor em seus membros.

Sua respiração estava errática, arfando em pequenos e agudos suspiros enquanto seu corpo sucumbia ao pânico, seu oxigênio se esgotando enquanto seus pulmões se fechavam, seus dedos ficando dormentes, seu corpo ameaçando desligar enquanto ela tentava, tentava, tentava se recompor.

Respire.

Respire, Mina.

Vamos lá.

Você está viva.

Agora.

Neste momento.

Você está respirando.

Então use isso.

Use sua respiração.

Respire.

Controle-se.

Você está viva.

EQUINÓCIO | Levi AckermanOnde histórias criam vida. Descubra agora