A Reta Final

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Mina viu sua primeira chuva de verdade.

Ela estava observando o céu enquanto a tarde se arrastava, olhando para cima do chão enquanto fazia abdominais, observando as nuvens cinzentas que se aproximavam, engolindo o céu pálido por completo.

Niklas também havia levantado a cabeça para o céu, a testa franzida enquanto observava as nuvens negras que rapidamente cobriram o sol.

Ele pulou.

Uma gota de chuva caiu em seu nariz.

Mina ouviu o som pesado do impacto, seguido por outra e outra, espirrando nos altos pontos de seu rosto enquanto ele continuava olhando para cima.

Mina se levantou, olhando para cima junto com Niklas, sentindo a água tocar sua pele, escorrendo pelas bochechas e pescoço.

"Só porque está chovendo não significa que vocês podem parar." Oluo os chamou, olhando confuso.

Eles ambos o ignoraram enquanto a chuva aumentava, caindo do céu e fazendo contato agudo com suas peles.

É quase como se estivesse queimando.

Niklas começou a rir, com os braços estendidos enquanto ele se inclinava para trás, quase cambaleando para trás na ponta dos nos calcanhares, oferecendo seu corpo à chuva.

Mina o observou, um sorriso no rosto enquanto copiava seus movimentos, com os braços estendidos e o pescoço inclinado para trás o máximo que podia.


"Ugh, eu não sei como você faz isso todo dia." O então jovem Niklas resmungou enquanto terminava de erguer seu corpo pesado pelo cano de esgoto, caindo ao lado de Mina no telhado.

Ela sorriu para ele, abraçando os joelhos contra o peito e sorrindo para o horizonte.

"Prática." Ela disse, os olhos percorrendo as linhas e formas irregulares dos edifícios lá embaixo, sombras de pessoas que pareciam tão pequenas quanto formigas, e as luzes, tão longe quanto ela podia ver, pontos e feixes e manchas de luz.

Naquela época, ela ainda conseguia se convencer de que havia alguma beleza nisso.

"Esta não é a melhor vista, mas não acho que você teria conseguido subir mais alto."

"Ei." Ele fez uma careta para ela. "Eu poderia!... Talvez não hoje, mas eu posso subir tão alto quanto você!"

Ela sorriu para ele novamente, voltando o olhar para a vista.

"Acho que é assim que as estrelas devem parecer. Muitas pequenas luzes contra a escuridão. Minha mãe me disse isso. Ela disse que é difícil descrever." Mina afirmou, balançando a cabeça com entusiasmo.

Niklas deu de ombros, seguindo sua linha de visão. "Talvez."

Nós vamos vê-las um dia, certo? As estrelas?" Mina perguntou de repente, ainda balançando a cabeça com entusiasmo.

"Claro!" Niklas respondeu, levantando-se abruptamente com determinação. "Nós vamos sair daqui, Mina, você sabe disso. Vamos ver tudo. As estrelas. A lua."

Mina assistiu enquanto ele inclinava a cabeça para trás, os olhos fechados e os braços estendidos, como se estivesse crescendo asas, oferecendo seu rosto para cima.

"O céu." Ele sorriu, com os olhos ainda fechados. "Nós vamos ver tudo, Mina. Nós vamos ser livres."


EQUINÓCIO | Levi AckermanOnde histórias criam vida. Descubra agora