Muito Em Comum

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"Ei, Carne Fresca!"

Nanaba estava de pé com as mãos nos quadris, um sorriso no rosto enquanto observava Mina se aproximar, entrando em uma leve corrida, o sorriso dela crescendo lentamente à medida que se aproximava.

"Como foi seu primeiro dia?"

Nanaba observou o sorriso de Mina escorregar, notando como ela desviava o olhar para o chão.

"Ei." Nanaba disse, puxando Mina para seu lado, com o braço envolvendo seus ombros para lhe dar um abraço. "O que está há com essa cara?"

Mina balançou a cabeça. "Estou bem. Só... me acostumando com todas as pessoas."

"Ei. Estou orgulhosa de você, sabe disso, né?" Nanaba disse sinceramente, levantando o queixo de Mina para que ela olhasse em seus olhos. "Você trabalhou duro para chegar até aqui. E foi difícil. Mas, ao mesmo tempo, esse tipo de trabalho era familiar para você. Mas... agora parece diferente? Estar ao redor de pessoas?"

"Acho que vai ser mais difícil do que qualquer coisa que fiz até agora." Mina confessou.

Nanaba acenou com a cabeça. "Tudo bem. Você vai conseguir. Trabalhar em equipe é apenas mais uma parte do treinamento. Como isso aqui." Nanaba gesticulou para seu equipamento DMT. "Você pode não ser boa nisso no começo... e vai levar algum tempo para se sentir confortável... mas você vai conseguir. Não se pressione tanto." Nanaba apertou seu ombro novamente.

Mina sorriu agradecida.

"Certo, chega de coisas melosas." Nanaba olhou para as tiras soltas e fivelas desfeitas de Mina, levantando as sobrancelhas.

"Eu acho que coloquei meu braço na parte errada de novo..." Mina disse sem jeito, se mexendo nas fivelas soltas enquanto Nanaba revirava os olhos.

"Vamos te vestir."


__________


Mina se equilibrou no galho da árvore, testando primeiro o peso com o pé antes de se acomodar nele, soltando os fios e olhando para o horizonte.

Os galhos nus começaram a brotar vida, botões se abrindo em flores de um rosa pálido, folhas verde-claras já florescendo sob o sol do final da tarde.

Mina escutou o farfalhar do vento entre os arbustos, o sussurro suave das folhas, o crepitar dos pássaros. Estava quente, apesar dos arrepios em seus braços causados pela brisa, e Mina se perguntou se essa sensação algum dia se tornaria tediosa.

Suas aventuras pelos céus no Submundo sempre lhe proporcionaram uma euforia, uma sensação desesperada e passageira de liberdade, um momento em que ela podia bloquear ao menos parte do ruído.

Essa euforia era diferente, olhando para o céu, o horizonte infinito, os fragmentos de luz do sol que escorriam por sua pele e caíam no chão muito abaixo. O sangue de Mina fervia, uma onda interminável que avançava e avançava e avançava... o impacto final nunca chegava.

Ela podia esquecer de tudo.

Bloquear tudo.

Desfrutar de uma completa e absoluta despreocupação.

Ela sentia como se tivesse todo o tempo do mundo.

"Ei." Nanaba pousou em um galho à sua frente. "Ainda está comigo?" Ela inclinou a cabeça, divertida com a expressão distante de Mina.

EQUINÓCIO | Levi AckermanOnde histórias criam vida. Descubra agora