#1

47 12 7
                                    

CAPÍTULO 1: SEGREDOS E SUSPEITAS

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

CAPÍTULO 1: SEGREDOS E SUSPEITAS.

O Salão Comunal da Grifinória estava mais agitado do que de costume naquela noite. Estudantes jogavam Snap Explosivo, discutiam o dever de poções, e risadas ecoavam pelos corredores. No entanto, Remus Lupin não compartilhava do mesmo entusiasmo. Ele estava sentado em uma poltrona próxima à lareira, um livro de Defesa Contra as Artes das Trevas aberto em seu colo, mas seus olhos não focavam nas palavras. Algo mais perturbador o rondava, algo que ele não podia ignorar.

Sua transformação estava próxima. Ele sempre sabia quando a lua cheia se aproximava — um incômodo constante, um fardo que ele carregava desde a infância. Ser lobisomem em Hogwarts era um segredo que ele protegia com unhas e dentes, e seus amigos, James, Peter e Sirius, não desconfiavam de nada. Pelo menos era o que ele pensava.

— Remus? — A voz de Sirius Black o tirou de seus devaneios. — Você está com a cabeça na lua de novo, cara?

Remus ergueu o olhar e viu Sirius se sentando no braço da poltrona ao lado. Sirius Black, com seu sorriso travesso, cabelo escuro sempre um pouco bagunçado, era a definição de despreocupado. Mas, ultimamente, Remus notava algo diferente nele — Sirius o observava de maneira mais intensa, como se estivesse tentando desvendar algum mistério.

— Desculpa, estava distraído — respondeu Remus, fechando o livro. — Só estou cansado.

— Você está sempre cansado, Lupin — comentou Sirius, com uma sobrancelha arqueada. — Não acha que é meio esquisito? Você desaparece às vezes, fica fora por dias, volta cheio de arranhões… Sabe, alguém poderia pensar que você está escondendo alguma coisa.

O coração de Remus deu um salto, mas ele se forçou a manter a calma. Sirius estava sempre brincando, era uma de suas marcas registradas, mas havia algo na maneira como ele disse aquelas palavras que deixou Remus em alerta.

— Ah, Sirius, estou apenas estudando demais — disse Remus, tentando desviar. — E você sabe como são essas árvores dos arredores de Hogwarts. A Floresta Proibida não perdoa quem se aventura por lá.

Sirius estreitou os olhos, claramente não convencido, mas não pressionou mais. Remus sentiu um alívio momentâneo, mas sabia que aquilo não seria o fim. Sirius estava ficando curioso, e curiosidade era uma coisa perigosa, ainda mais com ele.

A verdade era que Remus tinha medo de que o dia em que seus amigos descobririam seu segredo estava próximo. E esse medo o corroía.

— Sabe, Remus, se precisar de alguma coisa, pode contar comigo. Ou com o James. Ou até com o Peter, apesar de ele ser meio lerdo às vezes — disse Sirius com um sorriso. — Somos amigos, certo?

— Certo — respondeu Remus, sem ousar olhar para ele. O calor da lareira aquecia sua pele, mas a ansiedade dentro de si era como um gelo que não derretia.

— De qualquer forma, James está planejando mais uma das nossas 'aventuras'. Amanhã à noite. Você vai querer vir?

Remus quase riu da ironia. Amanhã à noite seria impossível. A lua cheia o esperava, e ele já sabia onde passaria a noite: na Casa dos Gritos, trancado, para que ninguém se machucasse. A desculpa já estava pronta, mas, com Sirius observando seus passos, ele precisava ser mais cuidadoso.

— Não sei se vou poder. Tô meio gripado, talvez seja melhor descansar — respondeu, tentando manter a voz casual.

Sirius o encarou por um longo momento, como se estivesse ponderando cada palavra de Remus. O silêncio entre eles ficou denso, até que Sirius se levantou com um movimento brusco.

— Certo, então. Mas não fique se escondendo para sempre, Remus — disse Sirius, suas palavras carregando um tom estranho. — Ninguém pode se esconder para sempre.

E com isso, ele se foi, caminhando de volta para onde James estava jogando Snap Explosivo com Peter.

Remus soltou o ar que não percebera que estava prendendo. Cada vez estava ficando mais difícil esconder seu segredo. Ele sabia que seus amigos não o odiariam por ser um lobisomem, mas… e se o medo ou o preconceito falasse mais alto? Sirius era impulsivo e imprevisível. Como ele reagiria se soubesse?

Remus balançou a cabeça, tentando afastar esses pensamentos. Ele tinha que se manter calmo. Amanhã, ele enfrentaria mais uma transformação, mais uma lua cheia. E depois… depois, ele lidaria com Sirius e suas suspeitas.

Mas algo dentro dele dizia que, dessa vez, Sirius não deixaria o assunto morrer tão fácil.

Sob a Luz da Lua - 𝗥𝗘𝗠𝗨𝗦 𝗘 𝗦𝗜𝗥𝗜𝗨𝗦 𝗕𝗟𝗔𝗖𝗞Onde histórias criam vida. Descubra agora