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A tensão entre Sirius e Remus parecia estar crescendo a cada dia. Não era mais apenas sobre as transformações de Remus ou o segredo que ele havia guardado por tanto tempo. Algo mais estava surgindo entre eles — algo que Sirius estava começando a perceber, mas que ainda o deixava confuso.

Nas semanas que se seguiram à transformação dos Marotos em animagos, Sirius se via cada vez mais próximo de Remus. Antes, eles sempre foram amigos, mas agora, Sirius sentia algo diferente quando estava perto de Remus. O jeito como ele sorria timidamente, como seus olhos ficavam profundos e pensativos... Tudo parecia mais intenso.

Na Sala Comunal da Grifinória

Uma noite, Sirius estava sentado no sofá, observando a sala comum lentamente esvaziar à medida que os alunos iam para a cama. Remus estava no outro canto, com um livro no colo, como de costume. Sirius observava-o sem se dar conta, perdido nos pensamentos que o atormentavam.

"Por que eu estou me sentindo assim?", Sirius pensou, sentindo o peito apertar. Ele sempre foi confiante, especialmente quando se tratava de romance. Mas isso… era diferente. O que ele estava sentindo por Remus era mais complicado, mais profundo do que qualquer flerte passageiro que ele já teve com garotas em Hogwarts.

Remus levantou o olhar, pegando Sirius no meio de sua contemplação.

— O que foi? — perguntou Remus, franzindo a testa. — Você está me encarando há um bom tempo.

Sirius deu um pequeno sorriso, tentando disfarçar.

— Nada, só estava pensando... — ele respondeu, mas sua voz não soou tão despreocupada quanto ele queria.

Remus fechou o livro e se aproximou, sentando-se ao lado de Sirius no sofá. A proximidade fez o coração de Sirius acelerar, algo que ele não estava acostumado a sentir.

— Pensando em quê? — Remus perguntou, a voz calma e suave. Seus olhos se fixaram nos de Sirius, e de repente o ambiente parecia muito mais quente.

Sirius desviou o olhar, rindo nervosamente.

— Ah, você sabe... em como você fica bem concentrado assim, lendo. — As palavras escaparam de sua boca antes que ele pudesse se conter, e ele se amaldiçoou internamente.

Remus levantou uma sobrancelha, surpreso com o comentário, mas um pequeno sorriso apareceu em seu rosto.

— Isso é um elogio, Sirius? — Remus brincou, claramente sem saber como interpretar as palavras do amigo.

— Talvez seja — Sirius respondeu, ainda sem olhar diretamente para ele.

O silêncio se instalou entre eles por alguns momentos, mas dessa vez era um silêncio carregado de algo novo. A atmosfera parecia diferente, como se ambos estivessem cientes de algo que ainda não tinham dito em voz alta.

Sirius não sabia quanto tempo mais conseguiria manter aquilo para si. Ele sabia que estava começando a sentir algo mais por Remus. Não era apenas o laço de amizade ou o desejo de protegê-lo. Era mais do que isso. Ele queria estar ao lado de Remus de uma maneira diferente, mais íntima.

Dias Depois - O Baile

Quando o dia do baile finalmente chegou, Sirius estava mais nervoso do que nunca. Ele ainda não havia confessado seus sentimentos a Remus, mas cada vez que o via, o desejo de falar tudo aumentava.

Remus, por sua vez, parecia estar animado para o baile, embora Sirius notasse que ele mantinha sua costumeira postura reservada. Os dois desceram juntos para o Grande Salão, mas algo em Sirius estava diferente naquela noite. Ele sabia que precisava fazer alguma coisa.

Quando chegaram ao salão, Sirius sentiu um aperto no peito ao ver uma garota da Corvinal, Eliza, se aproximar de Remus e começar a puxar conversa. Eles pareciam se dar bem, e Remus, para surpresa de Sirius, sorria mais do que de costume.

Sirius sentiu algo dentro dele se agitar — uma pontada de ciúmes que ele não conseguia controlar. Ele tentou disfarçar, mas quanto mais via Remus rindo com Eliza, mais irritado ele ficava.

— Tá tudo bem, Sirius? — James perguntou, percebendo o desconforto do amigo.

Sirius balançou a cabeça, tentando esconder seus sentimentos.

— Sim... claro, tudo bem — ele respondeu, mas não conseguiu disfarçar o tom azedo em sua voz.

Quando Remus convidou Eliza para dançar, Sirius não aguentou mais. Ele se levantou de onde estava e, impulsivamente, convidou a primeira garota que viu para dançar também, na tentativa desesperada de não ficar para trás.

Mas, enquanto dançava, Sirius não conseguia tirar os olhos de Remus e Eliza. Ele se sentia estranho, desconfortável, e o ciúme estava tomando conta dele. Quando a música terminou, Sirius fez algo que ele sabia que não deveria: se aproximou de Remus e Eliza, interrompendo a conversa deles.

— Remus, posso falar com você por um minuto? — Sirius disse, a voz mais firme do que ele esperava.

Remus franziu a testa, mas assentiu. Ele pediu licença a Eliza e seguiu Sirius até um canto mais afastado do salão.

— O que foi? — Remus perguntou, confuso.

Sirius sentiu o coração acelerar. Ele precisava falar. Precisava dizer o que estava sentindo, antes que explodisse.

— Eu... eu não gosto de te ver com ela — Sirius confessou, sentindo o calor subir até o rosto. — Não gosto de te ver com ninguém.

Remus o olhou com os olhos arregalados, claramente pego de surpresa.

— O que você está dizendo, Sirius?

Sirius respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas.

— Estou dizendo que eu... — ele hesitou por um segundo, mas então soltou tudo de uma vez. — Eu acho que estou apaixonado por você, Remus. Não consigo mais esconder isso.

Remus ficou em silêncio, chocado com a confissão. Ele não sabia o que dizer. Sirius, seu melhor amigo, acabara de confessar algo que ele nunca imaginou ouvir.

— Sirius... — Remus começou, mas foi interrompido.

— Eu sei que é estranho, e sei que talvez você não sinta o mesmo — Sirius continuou, falando rápido, com medo de que Remus o rejeitasse. — Mas eu precisava te dizer. Precisava que você soubesse.

O silêncio que se seguiu parecia eterno. Remus olhou para Sirius, e por um momento, Sirius temeu ter estragado tudo. Mas então, Remus deu um passo à frente, colocando uma mão no ombro de Sirius.

— Eu... não sei o que dizer — Remus disse, sua voz hesitante. — Mas... acho que talvez eu sinta o mesmo.

Sirius olhou para Remus, incrédulo. Ele não esperava essa resposta, e, por um segundo, tudo pareceu surreal.

— Você... sente? — Sirius perguntou, a esperança em sua voz.

Remus assentiu lentamente.

— Sim, eu acho que sim.

Sirius sorriu, um sorriso verdadeiro e aliviado, e sem pensar duas vezes, ele se inclinou para mais perto de Remus, selando aquele momento com um beijo tímido e rápido, mas cheio de significado.

Remus, ainda surpreso, correspondeu ao beijo, embora brevemente, como se ainda estivesse processando o que aquilo significava para eles.

Quando eles se afastaram, os dois ficaram em silêncio, mas o clima entre eles era completamente diferente. Algo havia mudado naquela noite, algo que nenhum dos dois poderia negar.

Sob a Luz da Lua - 𝗥𝗘𝗠𝗨𝗦 𝗘 𝗦𝗜𝗥𝗜𝗨𝗦 𝗕𝗟𝗔𝗖𝗞Onde histórias criam vida. Descubra agora