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Sirius e Remus estavam tão imersos um no outro, nos beijos intensos e nos toques quentes, que não perceberam o tempo passar ou os ruídos que ecoavam pelo corredor do lado de fora. A Sala Precisa oferecia segurança e privacidade, mas nem sempre podia proteger seus segredos por muito tempo.

Justamente quando Sirius estava prestes a sussurrar algo mais íntimo no ouvido de Remus, a porta da Sala Precisa se abriu com um estalo alto, interrompendo a bolha de calor que haviam criado. Eles congelaram instantaneamente, os corações disparados de choque.

Ali, na entrada, estava a diretora McGonagall. Seu rosto, normalmente severo, parecia ainda mais rígido à luz suave da lareira. Ela ergueu uma sobrancelha, claramente tentando manter a compostura enquanto via os dois alunos em uma posição comprometida. Remus, completamente alarmado, empurrou Sirius de cima dele, se sentando tão rápido que quase caiu do sofá.

Sirius tentou soltar uma risada, mas até ele parecia envergonhado pela situação.

— Senhores Black e Lupin — a voz de McGonagall cortou o silêncio como uma lâmina afiada. Ela cruzou os braços, olhando para os dois com olhos críticos. — Eu presumo que haja uma explicação muito convincente para o que estou vendo aqui?

Remus, com o rosto em chamas de vergonha, abriu a boca para tentar falar, mas nenhuma palavra saiu. Ele mal conseguia olhar para McGonagall, a humilhação pulsando em seu corpo como fogo.

Sirius, por outro lado, nunca foi de fugir de uma situação. Apesar do desconforto evidente, ele abriu um sorriso travesso, como se tentasse diminuir a gravidade do momento.

— Diretora, estávamos apenas... discutindo — ele disse, tentando soar casual. — Mas, sabe, um tipo de discussão... gostosa.

Remus o olhou com incredulidade, chocado pela ousadia de Sirius de tentar fazer piada naquele momento.

McGonagall manteve sua expressão implacável. Seu olhar perfurante não deixou espaço para brincadeiras.

— Isso, Black, não é uma desculpa — disse ela friamente, sua voz carregada de desaprovação. — Não importa o que estavam "discutindo", este tipo de comportamento é absolutamente inapropriado, ainda mais dentro da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

Ela olhou de Sirius para Remus, e o rosto deste último parecia não conseguir ficar mais vermelho. Ele queria que o chão o engolisse ali mesmo, sem deixar rastro.

— Não sei o que me decepciona mais — continuou a diretora —, se é ver dois dos meus alunos mais talentosos envolvidos em algo assim ou o fato de que vocês dois acharam que poderiam se safar disso sem consequências.

Remus finalmente recuperou a voz, a vergonha evidente em cada palavra.

— Diretora... — ele começou, tentando desesperadamente encontrar uma maneira de explicar, mas McGonagall levantou a mão, interrompendo-o.

— Não há nada a ser dito, Sr. Lupin — ela afirmou categoricamente. — Amanhã, os dois irão se apresentar ao meu escritório. Teremos uma conversa mais séria sobre comportamento apropriado na escola. E até lá... espero que reflitam sobre suas ações.

Ela olhou novamente para Sirius, seus olhos fulminantes.

— E, Sr. Black, acho melhor reconsiderar suas piadas. A situação não tem graça alguma.

Sem dizer mais nada, McGonagall virou-se e saiu, a porta se fechando atrás dela com um estrondo.

O silêncio entre Sirius e Remus foi ensurdecedor. Remus estava visivelmente abalado, enquanto Sirius soltou um suspiro, esfregando a nuca com uma expressão misturada de arrependimento e constrangimento.

— Bem... isso não foi nada divertido — murmurou Sirius, com um leve sorriso nervoso no rosto.

Remus não conseguia acreditar no que acabara de acontecer. Ele enterrou o rosto nas mãos, balançando a cabeça.

— Vamos estar encrencados até o pescoço, Sirius — disse ele, a voz abafada pelas mãos. — O que diabos você estava pensando?

Sirius se aproximou, ainda tentando manter o humor, mas agora um pouco mais sério.

— Ei, não foi tão ruim... Quer dizer, poderia ter sido pior — ele disse, colocando uma mão no ombro de Remus.

Remus o encarou, os olhos ainda cheios de um misto de raiva e desespero.

— Como isso poderia ter sido pior?! — ele exclamou, ainda incrédulo com a situação.

Sirius abriu um sorriso travesso, sua típica confiança retornando.

— Bem, pelo menos ela não nos pegou... em uma situação mais comprometedora, se é que você me entende.

Remus olhou para ele, sem conseguir acreditar que Sirius ainda conseguia brincar, mesmo depois de tudo aquilo.

— Sirius, você é impossível — ele murmurou, mas, apesar de si mesmo, uma leve risada escapou de seus lábios.

Sob a Luz da Lua - 𝗥𝗘𝗠𝗨𝗦 𝗘 𝗦𝗜𝗥𝗜𝗨𝗦 𝗕𝗟𝗔𝗖𝗞Onde histórias criam vida. Descubra agora