Capítulo 02- 23/02/2017

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   Barney... Barney... Barney... Esse nome é como um veneno para meus ouvidos, uma cicatriz na minha alma! "Por quê?" você pergunta, diário insensível, com sua curiosidade cruel. O motivo é mais profundo do que você pode imaginar, e está irremediavelmente ligado ao "amigo" de Mary, esse infame Barney. "Mas por que você não gosta dele?" ou "O que ele fez para que você o odiasse tanto?" Ah, por favor, poupe-me da sua falta de compreensão! Esse garoto, que Mary tem a audácia de chamar de "amigo", é uma afronta ao conceito de lealdade! Ele não é apenas uma decepção; ele é a própria encarnação da traição! Cada palavra que ele pronuncia é um disfarce para sua verdadeira natureza, cada ato, uma facada nas costas da confiança. Ele é um mestre da enganação, um predador que se esconde sob o manto da amizade. Não há nele uma gota de sinceridade, uma sombra de confiança. É impossível não sentir um desprezo profundo por alguém que distorce e macula a essência da verdadeira amizade!

  Vou revelar mais sobre esse garoto... Ele deve ter cerca de 17 anos, mas sua aparência não engana. Seu cabelo é uma mistura de castanho com loiro escuro, e a franja, com suas pontas tingidas de vermelho, é uma verdadeira declaração de rebeldia. Mary, apesar das evidências, insiste em considerá-lo um amigo, mesmo após tudo o que ele fez a ela. Ah, para você, diário impertinente, que ainda não entende o contexto: Mary e Barney eram inimigos, um par de opostos destinados a se confrontar em uma batalha de desconfianças e antagonismos. É um absurdo que ela ainda o veja como um amigo, quando ele, com seu visual provocador e sua postura traiçoeira, nunca foi nada mais do que uma ameaça disfarçada de companhia!

  Ele a atormentava incessantemente, com uma crueldade implacável que parecia não ter fim. Caçoava dela, a maltratava, e o bullying era um tormento diário. Mary, às vezes, tentava ignorá-lo ou retaliar com a mesma ferocidade, mas as feridas eram profundas... "Então, por que você insiste que eles são amigos?" Bem, eu ouvi Mary conversando com Oliver (o travesso irmão dela), com Wolfy e com Thunder (aquelas pestinhas de cor azul turquesa) sobre Barney ontem. No início, não prestei muita atenção, mas, de repente, ela soltou uma frase que me deixou em choque... "O Barney pediu desculpas por tudo o que fez de mal a mim. Ele me disse que não queria mais brigar e, se eu aceitasse suas desculpas, queria saber se eu aceitaria ser sua amiga... e eu... eu aceitei..." Essas palavras me atingiram como um soco no estômago. Como ela podia simplesmente perdoá-lo, depois de tudo o que ele fez? Como perdoar alguém tão... (não vou usar a palavra, pois não é apropriado para este diário, mas a indignação é indescritível).

  SÉRIO! Como ela simplesmente o perdoou?! Será que ela acredita que ele não está apenas a enganando? E se isso for uma armadilha cruel para machucá-la ainda mais?! A ideia de que ela possa estar se deixando enganar por ele é de partir o coração! E eu ainda não consigo entender o entusiasmo do pirralho e dos pulguentos com essa notícia! Por que eles estariam tão felizes com isso? Como podem se alegrar com algo tão absurdamente desconcertante?! Isso não faz sentido! Estou desesperado para entender essa reviravolta, e o que mais me assombra é ver Mary, com seu coração generoso, mergulhando de cabeça em algo que pode ser um jogo cruel de manipulação. O que está acontecendo com ela, e por que isso parece tão errado em todos os níveis?!

    Ontem depois de um tempinho eu peguei a noite para conversar com a Mary, eu precisava entender o motivo dela ter perdoado aquele idiota...Quando eu chamei ela para conversar a primeira coisa que eu perguntei foi o por que dela ter perdoado ele, e ela me disse o seguinte: "Smile, o Barney mudou...Ele não é mais aquele garoto de antes, ele disse que mudou, as vezes Smile... as pessoas merecem uma segunda chance ..."

   Quando ela proferiu aquelas palavras, uma risada forçada irrompeu dos meus lábios, como se uma força invisível estivesse me obrigando a esconder o desespero que me consumia. Mary me observava com um olhar carregado de desdém, como se buscasse entender a razão daquela risada insincera. Quando finalmente parei, o silêncio entre nós parecia pesar como chumbo. Com um tom gelado e implacável, declarei: "As pessoas não mudam. Eu sei, com absoluta certeza, que o Barney está apenas te iludindo." Cada palavra parecia cortar o ar, carregada com a amarga realidade de uma verdade cruel que não podia ser ignorada.

   Eu e ela estávamos imersas em um confronto feroz, nossas opiniões divergentes se chocando com a intensidade de tempestades. A discussão se arrastou por intermináveis 47 minutos, cada instante carregado com a força de nossa raiva e desespero. As palavras se tornaram armas afiadas, e o calor da disputa queimava como chamas indomáveis. Finalmente, exausta e derrotada, Mary se levantou abruptamente, sua expressão marcada pela frustração, e saiu do quarto com uma decisão fria e irrevogável. A porta se fechou atrás dela com um estrondo que ressoou em minha alma. Eu fiquei ali, consumida pela indignação, sentindo a fúria se transformar em uma tormenta dentro de mim. Tudo o que eu desejava era proteger Mary daquele garoto, mas parecia que, em vez disso, a distância crescente entre nós só agravava a sensação de impotência que me dominava.

   Pelo visto, ela simplesmente não acredita em mim. Sinto que estou diante de uma muralha intransponível de descrença. Se é assim, terei que me tornar uma sombra vigilante, espreitando cada movimento de Barney quando ele estiver por perto. A ideia de ter que monitorá-la constantemente me consome, mas não tenho escolha. Meu juramento é claro: não só a ele, mas a qualquer alma que ouse ameaçá-la, eu irei enfrentar com uma fúria implacável. Nada, nem mesmo a mais tênue ameaça, será tolerado. Eles terão que se confrontar comigo antes que qualquer mal toque a ela.

   Sinceramente, meu querido diário tolo, mal sabes o turbilhão de emoções que carrego. Nos recantos mais sombrios da minha mente, estou arquitetando um plano, um plano cuidadosamente desenhado para aquele garoto desprezível. E se tudo correr conforme eu desejo, ele vai sentir o peso de cada erro, de cada maldade que ousou fazer à pobre Mary. Ele vai se arrepender com cada fibra do seu ser, pois eu, com um prazer sombrio e intenso, irei saborear cada segundo dessa vingança. Não será apenas uma simples lição... será uma tempestade implacável, e eu serei o olho desse furacão.

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