Este diário pertence a uma emoção viva que vaga pelo mundo humano. Aqueles que a conhecem a chamam de Smile. Um reflexo da juventude, Smile é um clone de uma adolescente, carregando em si ecos do humano, mas com sutis e enigmáticas diferenças. Em ca...
Tudo começou com o vazio, um silêncio absoluto que preenchia cada canto da minha dimensão. Era uma calmaria quase hipnótica, um mar de nada onde eu encontrava paz. Mas essa tranquilidade foi rompida. E não de forma súbita — foi como um sussurro, um leve tremor no ar, até que eu percebi: eu nunca estive sozinha.
Eles surgiram como pensamentos, flutuando na escuridão. Bolinhas laranjas, luminosas, que cortavam o vazio como estrelas caóticas. Dei-lhes o nome de Karmas. Mas não se engane. Esses "seres" não são benevolentes, nem neutros. Cada um deles é uma resposta, uma retaliação, um julgamento impiedoso de tudo que faço. Eles pairam ao meu redor, me cercam, observam e, a cada movimento meu, me condenam. Há milhares deles, uma legião flamejante de pequenas condenações.
Mas, no meio desse mar incandescente, existe uma anomalia. Um Karma diferente de todos os outros. Azul-escuro. Ele não julga, não ataca. Ao contrário, ele me observa em silêncio, como se fosse a única luz calma em um céu cheio de tormentas.
Ainda assim, essa calmaria não basta. Minha dimensão, antes pacífica, agora é um caos de esferas flutuantes que me irritam a cada segundo. O que era silêncio se tornou um circo de brilhos incessantes, um tormento de pensamentos que não consigo mais ignorar.
Talvez a foto que tirei ajude a entender o que estou vivendo...
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obs: (tive que pegar o celular da Mary e tirar a foto por lá e imprimir pela impressora dela)
