Capítulo 4 - O desejo impulsiona

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ALÔ ALÔ, OLHA QUEM VOLTOU MAIS CEDO!!!

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Boa leitura <3

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"Oh, estou uma confusão agora
Virado ao avesso
Procurando por uma doce rendição"

(I'm a Mess — Ed Sheeran)

Foi como começar a cair e subitamente ser puxada de volta para a superfície sem aviso prévio. Emily contornou o lábio superior de Julia com a pontinha de sua língua aveludada, desenhando provocativamente a linha labial dela. Não tinha sentimento, nem um contexto romântico. A ruiva foi empurrada pelo desejo e prazer de afetar Luiza e Bianca, mas não negaria que Julia era alguém por quem se sentia atraída.

As mãos de Julia timidamente tocaram a cintura dela, buscando equilíbrio no momento em que Emily puxou a sua nuca querendo aumentar o contato de suas bocas. Com volúpia, a língua da oposta serpenteou por entre os lábios de Julia, buscando o toque aveludado, que veio depois que a central saiu do transe. O beijo durou o suficiente para ser visto por todas as suas companheiras de time. Todas.

— E-eu na...- Julia balbuciou tentativas de palavras, assim que os lábios de Emily se afastaram.

Quis olhar para a pista de dança, buscar os olhos de Luiza para tentar decifrar o que ela estaria pensando caso tivesse visto o beijo, mas não teve coragem. Suas mãos formigavam, evidenciando o nervosismo que acometera seu corpo. Pressionou as pálpebras com força, esvaindo o ar dos pulmões num só fôlego.

— Relaxa, Kudiess.- o tom de Emily era suave e apaziguador, diferente do que usara antes do beijo acontecer.— Vou ao banheiro pra te deixar respirar.

Emily aproximou-se somente para roubar um beijo breve de Julia e levantou do assento no bar, deixando a herdeira com a avalanche de pensamentos e sensações que a consumiam.

[...]

"O amor constrói, mas o desejo impulsiona". Aquela foi a frase que Alessandro Dimarco, pai de Emily, deixou para a família num pedaço de papel antes de fugir da mansão que viviam, em Nápoles, com a governanta. O homem era um hedonista, buscava incansavelmente prazes carnais e a filha sabia dos seus incontáveis casos com outras mulheres, mas não imaginava que um deles poderia levar ao divórcio de seus pais. Sua mãe, Martha Vives, não se importava com as relações extraconjugais do marido - desde que o luxo e as aparências nunca faltassem na família -, mas algo nessa mulher o fez renunciar o status quo e aventurar-se em Viena numa vida nova, com uma família nova. Emily olhou seu reflexo no espelho do banheiro, os lábios inchados não tinham mais o vermelho vivido de antes. Ela sorriu suavemente para si mesma.

Talvez fosse uma hedonista como seu pai.

— Dimarco, fica longe dela.

Em segundos, a figura de Luiza ocupou um espaço ao seu lado no reflexo do espelho do banheiro. Como se ainda não estivesse se recuperando de uma lesão grave, Luiza irrompeu o cômodo com velocidade, empurrando a porta agressivamente. As duas trocaram um olhar através do vidro e Emily sorriu de lado,- pois o seu objetivo tinha sido alcançado -, antes de se virar para Luiza.

— Tudo o que tinha pra viver com a Bianca, eu já vivi, querida.- a voz, normalmente rouca carregada de um sotaque italiano charmoso, irritou Luiza em proporções exageradas. O peito da morena subiu e desceu num ritmo cada vez mais acelerado a medida que puxava o ar com força.— Não se preocupe.

— Não ' falando dela.- tratou logo de dizer, sem paciência.— Se você insinuar alguma coisa com a Julia de novo, eu vo...

— Espera!- a ruiva riu, fingindo estar surpresa. Deu um passo, encurtando a distância entre ela e Martins, aceitando silenciosamente a guerra declarada.— Você está brava pela Julia? Ela já é bem grande para ter babá, a não ser que seu interesse seja outro...

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