Império Imparcial; YUNGI *REESCREVENDO*

Novos sentimentos

   Enquanto a tarde caía sobre as colinas, o príncipe vigiava de sua varanda a bela paisagem, poderia contatar um dos melhores pintores da cidade apenas para retratar aquela vista; O pôr do sol. Onde as cores mistas vibravam ao céu claro, os pontos pretos eram pássaros, corvos e pombas, o prazeroso vento que chacoalhava tudo pela frente, a claridade descia nas distantes montanhas, essas que distorciam-se conforme se movia.

   Logo que as criadas entraram, Mingi dirigiu-se ao centro, sentia os finos paus do pente correrem entre seus fios loiros, gostava daquela rotina calma. Minhyuk, zombava em todas oportunidades, mas de qualquer forma ele não se importava com as brincadeiras do irmão.

   Quando enfim ficou cansado, pensou em caminhar pelo castelo, aliás, não havia mais nada a fazer por ali. A silhueta maior que si, as mechas caídas pouco abaixo do pescoço, correntes de prata e anéis desfilavam em seu corpo, Lorde Nor Kai junto de alguns outros nobres da corte, como Sor Daxthan Tim de Fortified em Toncas, Kim Hayeon e Kim Yeomham irmãos gêmeos vindos de Florence, e sua grande perdição, Lim Chang Kyun filho de Lim Sungho terceiro de sua geração, provedor das ilhas Issam e a travessia entre os reinos de Surik, Penumbra e Forte de Jaros.

   Changkyun vivia seu vigésimo verão, Mingi fez preces e ofertas aos deuses em troca de respostas a suas emoções, no começo era apenas uma amizade, mas o príncipe pensava demais no rapaz, quando ambos estavam juntos ele sentia-se mais bobo e de repente tímido. Sabia que aquilo não se encaixava, e ficava com medo de alguém descobrir sua mera paixão, recém descoberta.

   O longo capuz azul de bordados claros, chamava atenção por onde fosse, a pele morena e suas pintas pretas espalhadas pelo corpo eram o que Mingi julgava serem mais bonitas. A gravura prendida no braço esquerdo, representava sua casa; Peixes da ilha de Issam.

— Vosso príncipe estás bem? - disse Daxthan sendo o primeiro a avistá-lo, sorriu fechado.

— Sim, - mas esquecerá de como ter modos.

— Bom, - começou Hayeon - Temos que nos preparar, nossa estadia chega ao fim. Quero dizer, a minha chega ao fim.

— Pretende voltar a Florence? - Mingi franziu o rosto, sabia que os homens vinham para tratar de negócios, mas aqueles não passaram de duas luas.

— A carta de meu pai - revelou assentindo - Pede para que eu retorne a fim de resolver algumas questões pendentes. - deu de ombros - Yeomham ficará por algum tempo, espero que não haja problemas para o rei.

— Claro que não! - sorriu pequeno - Sempre serão bem-vindos aqui.

   A conversa perdurou, até restar Mingi e Chang Kyun. Acompanhou-o silenciosamente pelos corredores, perguntando-se o que teria para si. Na mureta observou o jovem apoiar-se e fez o mesmo, agora a escuridão passava a dominar os campos e pátios, lá embaixo via alguns homens caminharem, e o rapaz ao seu lado permanecia quieto.

— Que tens Chan? - perguntou Twall, rompendo a tensão.

— Na próxima Lua pegarei um navio de volta para Forte Negro - ficou pouco chocado - Não era previsto minha volta para agora, mas meus irmãos precisam de mim, principalmente depois que Sooyeon se acidentou. - lembrou-se de quando a carta má chegará debaixo do corvo, avisando que o rapaz caiu de um dos cavalos; ele não poderia mais andar. Seus olhos cresceram tristonhos, porém tratou de escondê-los.

— És um bom homem. - fora a única coisa que Mingi disse antes de deixá-lo só e sumir.

   Talvez fosse egoísmo, ou estava ele vivendo sua primeira desilusão no amor impróprio. Não mentiria, estava deverasmente triste com a partida do amigo, mas sentia mais por saber que não veria o rapaz tão cedo, e dispor de sua companhia. Ele seguia o caminho forte sem virar-se, e Chan lhe observava ir-se descontente.