𝔐𝔦𝔫𝔤𝔦

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 O príncipe apreensivo andava de um lado para o outro, dentro de seu quarto, uma inquietação dominava sua pobre alma, sentia-se vigiado a todo instante e para completar seus delírios, dias atrás virá uma sombra, mais especificamente no quintal, sempre olhava para a varanda. Pela distância não enchergava bem, e também não insistia, o que não esperava era que, naquela noite veria a sombra em sua varanda, seus pelos se arrepiaram quando viu aquele ser. Andou para trás amedrontado, nem pensará em fechar as portas, quando menos esperou a silhueta mostrava-se esbelta ao meio do quarto.

Céus, aqueles olhos eram reflexo de algo profundo e másculo, e penetrante, não conseguia desviar, as orbes finas e redondas poderia ser facilmente um Qho; viventes de Starfiness. A cor clara como Mel vigiava seu corpo, quase pensou que estivesse nu, suas vestes escuras não deixavam o saber de onde vinha, ele deveria ter dois cabos de altura, mas quando sua estatura sumiu com um piscar, prendeu a respiração.

Mingi segurava no tecido do corpo nervoso, nem havia prestado socorro aos guardas, esses que permaneciam logo atrás da porta, o hálito frio bateu em sua nuca e foi quando sua postura desejava desabar, não tanto quanto sentir a língua seca deslizar pouco abaixo da orelha até o meio do pescoço. A mão de antes apertou mais forte o pano e os lábios se comprimiam engolindo um exclamo.

Não suficiente para humilhá-lo, os dedos prenderam sua boca impedindo qualquer som, Mingi sentia seu coração no ouvido e cedeu ao medo, finas lágrimas molharam a palma seca e gélida do homem, mas ele não parecia satisfeito.

— Seu cheiro é melhor.. muito melhor do que já pude imaginar. - o sussurro lhe fez subir os pelos de novo.

Mingi se estremeceu por completo, assim que sentiu a mão abandonar seu rosto e ambas percorrerem seu corpo, não era apalpado nem apertado, apenas sentia o vulto da palma branca correr entre suas curvas, talvez em outro momento gostaria daquela sensação.

O estranho carregava uma áurea profunda e sentida, o príncipe finalmente tomou coragem e recuou, se infiltrando na parede grossa com o desejo de que a sombra vagasse para longe. Por fim, sua ansiedade baixou no ponto em que o homem não estava mais no quarto. Observou cada canto do cômodo certificando-se de não ser uma ilusão, e só restava ele.

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Na manhã seguinte, o príncipe reviveu a cena várias vezes, chegou a ficar tão confuso e pálido que os outros notaram sua mudança. O medo nos faz fraco, falava Donghae Twall, a voz do pai invadia a mente perturbada. Antes de afundar-se nas próprias preocupações, guiou-se pela sala do trono, andando calmo sem chamar muita atenção passou a escutar o que os senhores conversavam. Claro que não queria ser um intruso, portanto tomou os devidos cuidados assim ninguém o notasse.

— O infeliz do Kwon não sabe lidar com seus criados? Fazer aquela cena deplorável e deixar a desejar a segurança de meu povo! - Brandiu atirando a taça, o som fino do ferro eclodindo nas paredes incomodou-o.

— Vossa alteza, esse foi um ato de barbaridade contra seu reinado, os imbecis prostraram Vossa magestade a uma exposição insolente! - conheceu de longe Will Jon, o conselheiro do Rei, ambos viviam juntos pelas salas do castelo.

— Meu pai peço a palavra - comentou o jovem recebendo acenos - Sei bem que o Rei está furioso, mas deveríamos prestar atenção, esse cenário.. há algo que não vemos! - disse Minhyuk Twall, seu irmão mais velho.

— O meu dever é proteger Ninféria, o reinado que vive dentro das muralhas, não tenho dever algum com aqueles demônios! - os gestos exagerados, ele deveria mesmo estar com raiva. - temos problemas demais por aqui.. e nem eles estamos resolvendo! - seu pai cansava fácil de discussões políticas. Tentava prezar pela sua paz interior e o resto, bom, eram as sobras.

Império Imparcial; YUNGI *REESCREVENDO*Onde histórias criam vida. Descubra agora