Torta De Maçã (Ushijima x reader)

Fim.

Como prometido, um último capítulo.🤍

POV Ushijima

Os dias após o transplante foram um borrão de emoções. A dor de perdê-la era profunda, e o vazio que sua ausência deixou parecia impossível de preencher. Voltar ao colégio foi uma experiência agridoce. Tudo ali me lembrava dela, desde os corredores até as aulas que costumávamos ter juntos. Eu sabia que eventualmente teria que enfrentar o mundo sem ela, mas nada me preparou para o que estava por vir.

Enquanto caminhava, algo na parede chamou minha atenção. Um cartaz. Quando me aproximei, meu coração afundou. Era uma homenagem a _______, com sua foto radiante e sorridente. A imagem dela parecia tão viva, tão cheia de energia, e eu não consegui conter a onda de emoções que me invadiu.

Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, e a realidade me atingiu como um soco no estômago. O que eu estava fazendo? Chorar na frente de todos? Nunca havia deixado transparecer fraqueza, e agora os olhares dos alunos se voltaram para mim, surpresos e preocupados.

"Ushijima... você está bem?" alguém perguntou, mas a voz soou distante, como se eu estivesse em um túnel. A pressão dentro de mim se intensificou, e a dor da perda se manifestava em um só gesto, em uma única lágrima.

Me afastei do cartaz, sentindo o olhar dos colegas pesando sobre mim. Com dificuldade, dirigi-me à sala de aula, cada passo mais pesado que o anterior. O murmúrio se apagou assim que entrei, e o professor me olhou com um semblante que transmitia compreensão, afinal somente os professores sabiam o que havia realmente ocorrido.

Os dias se passaram lentamente enquanto eu tentava me adaptar de volta à rotina escolar. O colégio era um lembrete constante da ausência dela, mas, aos poucos, eu comecei a encontrar um novo propósito. Retornei para o time de vôlei, um passo necessário para recuperar um pouco da normalidade em meio ao caos emocional.

Eu saí do vestiário, ainda sentindo a energia do treino. O barulho da equipe comemorando soava como uma música distante, uma trilha sonora de felicidade que eu não conseguia acompanhar. O ginásio estava cheio, as vozes se misturavam em um turbilhão de risadas e conversas animadas, mas dentro de mim havia um vazio que parecia me puxar para baixo.

Depois do treino, tomei uma decisão. Fui até a casa da minha sogra. O simples pensamento de vê-la me trouxe um conforto. Assim que cheguei, toquei a campainha, e a porta se abriu. A expressão da minha sogra era um reflexo de tudo que eu sentia: um sorriso triste que falava mais do que mil palavras.

― Ushijima, querido, você está tão diferente.

Ela disse, e a saudade apertou meu coração. Eu sabia que, para ela, assim como para mim, a ausência dela era um peso insuportável.

― Oi, sogra. Posso pegar uma foto da _______________?
A pergunta saiu quase como um sussurro.
― Quero levar comigo na formatura.

Ela hesitou por um momento, e o brilho nos olhos dela quase me fez perder a voz.

― Claro, querido.

Ela se virou e foi buscar a foto. Quando voltou, estava segurando uma moldura com uma imagem dela sorrindo, cheia de vida. Era a mesma expressão que eu guardava na memória, e eu não pude evitar o sorriso que apareceu no meu rosto. "

― Ela adoraria saber que você a trouxe com você

disse minha sogra, e aquelas palavras me aqueceram.

Com a foto em mãos, fiz uma pausa.

―Se você e o seu caçula quiserem, podem ir comigo. Seria bom ter vocês lá.