invisible string (taylor swift)

and i may never open up the way i did for you

Notas iniciais:

Oi! Desculpem a demora para atualizar. Como vocês sabem, estou na faculdade, e essa semana enfrentei cinco dias daqueles (ainda tenho prova na terça, mas encontrei um tempinho pra ajustar o capítulo de hoje). Dedico esse para a cella e para a carlinha, que me perguntaram quando eu ia postar <3.

Que seja uma boa leitura!

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Travis Kelce, 2023

Estou sentado no banco de motorista da minha SUV de vidros escuros. Faz calor do lado de fora, e o ar condicionado dentro do veículo está ligado, assim como a rádio, que ressoa uma música triste sobre o término de um relacionamento.

Parece a trilha sonora perfeita e, justamente por constatar essa ironia provavelmente construída pelo destino, eu bufo sozinho. É claro que Bruno Mars vai estar tocando, em um quadro de throwbacks de canções do ano de 2014, o seu hit "It Will Rain", na mesma exata hora em que eu leio a mensagem enviada pela minha última ex-namorada ontem, depois do final do aniversário de nove anos da filha que tivemos juntos. Da filha que, sem querer me gabar ou bancar o independente, mas já fazendo isso, eu criei sozinho.

A questão não era uma mensagem de Taylor. Óbvio que não; durante todos os anos de Autumn – pelo menos aqueles em que passei a registrar pelo Instagram, pelo menos –, recebi recados oriundos da mulher, desejando "feliz aniversário" àquela criança indefesa como se ela mesma não tivesse abandonado-a praticamente em seu nascimento. No início, preciso admitir, me senti tentado a responder algumas vezes; a dar-lhe uma trégua que poderia lhe fornecer um espaço para se recolocar na vida de Autumn, mas concluí, com o passar do tempo, que seria um processo muito instável, e optei por proteger a minha filha. Ela já não conhecia a mãe, mesmo; seria menos doloroso lidar com o fato de precisar ignorar quem foi o amor da minha vida por mais de um ano do que ver minha garotinha sofrendo pela ausência de uma mulher que lhe abandonou não uma, mas duas vezes.

Ainda assim, o pior não era o envio da mensagem. Como eu disse, ele já acontecia todo ano, e apesar de eu ter começado a me irritar com todas aquelas felicitações doces, exageradas e lotadas de emojis – porque, pelo amor de Deus, ela não se tocava? Eu nunca lhe respondia! –, sentia-me meio acostumado com elas. O problema estava mesmo no conteúdo daquela mensagem, o fato dela ser a segunda daquele dia, como se a primeira me atormentando não bastasse e, principalmente, a proposta que ela guardava.

Por Deus, honestamente, sentado agora na frente do ginásio onde a minha filha de nove anos pratica ginástica artística, esperando que o seu maldito treino de férias acabe e ela caminhe até mim com uma roupa adorável de atleta e o cabelo que eu mesmo amarrei num coque, me sinto enjoado com o que a mensagem contém.

"Oi. Estou um pouco nervosa e, sinceramente, com medo de te enviar isso. Sei que você pode achar essa mensagem estranha e invasiva, mas juro que não é a minha intenção ser interpretada dessa maneira. Também sei que posso estar sendo uma megera burra te enviando mensagens nesse tom, mas, por favor, peço que considere.

Sinto falta da Autumn. Tenho pensado muito nela durante todos esses anos em que a deixei com você, e sim, sei que foi um acordo feito por nós dois, mas, ainda assim, venho me sentindo sufocada de tanto arrependimento. Me desculpe. Eu não deveria ter escrito isso. Você é um pai maravilhoso, e sei que está cuidando maravilhosamente dela

De qualquer forma, eu gostaria de vê-la. Sei que não é simples e é completamente abusivo que eu esteja te pedindo isso. Me sinto envergonhada só de fazer. Mas estarei em Kansas City no dia sete, e gostaria de saber se, por favor, você não gostaria de levá-la a um dos shows da minha turnê. Podemos conversar no meu camarim, antes ou depois do espetáculo. Ou ela pode só se divertir lá, sem que a gente tenha um contato direto. Eu só... Queria poder vê-la pessoalmente. Ouvir a voz dela.