invisible string (taylor swift)

(our) dancing phantoms on the terrace...

Notas iniciais:

oi! falei pra vocês que hoje tinha uma atualização e "+ algo", e esse algo sai em torno de uma hora, prometo!!! eu não queria que os capítulos rivalizassem entre si, mas espero que vocês gostem desse e do próximo também (mas não é de invisible string, só um spoiler). obrigada por tudo sempre e tenham uma boa leitura!

dedico esse aqui para todas (os) vocês que leem minhas histórias e fazem questão de deixar mensagens lindas sobre elas. cada uma fica guardada no fundo do meu coração.

com amor,

mel.

***

"...are they second-hand embarrassed
that I can't get out of bed
'cause something counterfeit's dead?"

Taylor Swift, 2023

Descanso o corpo no banco traseiro do carro que veio me buscar no Aeroporto Internacional de Kansas City, feliz por ter passado um tempo relevante do meu vôo de volta dormindo. Assim que encosto a cabeça na parte de trás do assento, um suspiro breve deixando meus lábios, e enxergo o motorista conhecido de Travis no espelho da frente, meu celular toca em uma chamada de FaceTime. Preciso me segurar para não sorrir; é Autumn.

Disfarço minha cara de exaustão e sorrio imediatamente para a tela do celular, incapaz de acreditar que estamos na mesma cidade de novo e que, em alguns minutos, estaremos juntas. O fim de semana passou em velocidade de tartaruga, e quando ele finalmente teve o seu fim, eu deixei o show em Denver, dormi cerca de duas horas e fui direto para o avião logo em seguida, apenas para vê-la. Em resumo, sim, estou um pouco cansada, mas não quero que minha filha pense que me sinto derrotada o suficiente para não ir buscá-la em seu treino.

— Oi, mamãe! – A minha garotinha grita do outro lado da ligação, e eu consigo ver quando rostos de outras crianças se esgueiram próximos à ela, provavelmente tentando me ver também. Finjo que não percebo. — Onde você está?

— Oi, meu furacãozinho – Viro o celular na direção da janela do carro, na esperança de que ela consiga ver algum vislumbre da cidade do Missouri através do vidro. Como Autumn não diz nada, eu respondo com uma pergunta — Adivinha?

— Você já está vindo me buscar?

Balanço a cabeça, animada.

— Estarei aí em vinte minutos. – Em seguida, ao processar a sua pergunta, eu franzo as sobrancelhas, encarando o horário implícito no canto superior do meu aparelho, o qual indica que ainda são meio dia e uns quebrados. — Aconteceu alguma coisa?

— A Bex nos liberou mais cedo hoje. – Explicou Auts, rodando sem parar pelo ginásio, deixando livre alguns vislumbres de suas colegas de equipe e das mães delas, sentadas, como sempre, na arquibancada. — A gente teve a festinha antes das férias de verão e agora teremos uma folga de quinze dias.

— Isso é incrível, Auts! – Dou um gritinho contido, percebendo um riso discreto e feliz do motorista que conduz o meu veículo. Ele é um amigo antigo da família de Travis, que o acolheu bem quando o pai da minha filha chegou em Kansas City, e apesar de eu já ter o visto algumas vezes no passado, não lembrava que podia ser um senhor tão simpático.

Naquela manhã, eu havia pedido para que Travis desse um jeito de deixar o meu carro no ginásio onde Autumn treina. Foi uma estratégia legal para sair do aeroporto sem precisar dirigir e correr o risco de ser vista por jornalistas – ainda que eles não tivessem conseguido, por algum milagre, descobrir onde eu estava morando –, mas ainda continuar parecendo uma mãe normal que busca a filha em sua aula de ginástica.