11. Trilha Sonora - SandRay (Only Friends)

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-> Um agradecimento especial para @AgathaGarcia239 por pedir por SandRay.
-> Recomendo ouvir as músicas citadas durante a leitura para tornar a experiência mais vívida.
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     O sol começava a se pôr, e "There Is a Light That Never Goes Out", do The Smiths, tocava no carro a caminho do centro, onde Sand e Ray pretendiam caminhar enquanto escutavam música juntos. Recentemente, Ray havia comprado dois pares de fones de ouvido bluetooth de alta qualidade, incluindo a capacidade de serem sincronizados, para que ele e Sand pudessem fazer das saídas um hábito.
Desde que parara de beber, música e tempo de qualidade com seu namorado eram as formas mais eficientes de relaxar, então combinar os dois era sempre uma boa estratégia. Ainda mais quando Ray considerava o quanto Sand ficava fofo quando se empolgava falando sobre música.
Ray também gostava de deixar Sand no controle da playlist. Afinal, ele tinha um ótimo gosto, e Ray andava conhecendo muitas músicas e bandas novas. Naquela tarde em específico, Sand parecia ter optado por uma playlist de bandas inglesas, e cantava empolgado no volante.
- And if a double-decker buuuuus crashes into uuuuuss - Sand dançava, apontando para Ray. - To die by your side is such a heavenly way to die.
- Haha, muito engraçado - Ray revirou os olhos, apesar de se permitir rir um pouco. Desde seu acidente de carro, Sand vivia chamando-o de barbeiro e sendo super-protetor quando se tratava de carros. Ray reclamava, mas no fundo sabia que Sand razão, e amava o quanto ele se importava.
- O que você achou de The Smiths? - Sand perguntou, após estacionar o carro no centro da cidade.
- Gostei bastante. Eles têm ótimas músicas.
- E...?
- E o quê?
- Você nunca viu o meme?
- Que meme?
- Esse aqui, olha - Sand pegou o celular e mostrou a cena para Ray, risonho. - Você deveria falar: "Eu amo The Smiths." Aí eu falo: "Huh?" E você responde: "Eu disse: eu amo The Smiths." Então eu te beijo, porque isso te torna mais atraente.
- Hmm... Interessante isso, deveria ter me mostrado antes - Ray riu. - Eu amo The Smiths.
- Huh?
- Eu disse: eu amo The Smiths.
Sand abriu um sorriso largo e o puxou pela camiseta para um beijo apaixonado. Ray retribuiu com desejo, mas a mesma mão que o provocava em seu pescoço o afastou antes que avançassem mais.
- Calma lá, baixinho. A noite está apenas começando - disse Sand, dando-lhe uma piscadela e um último selinho antes de sair do carro.
Ray suspirou, sorrindo como um idiota e tentando acalmar a excitação antes de segui-lo. Uma vez fora do carro, os dois sincronizaram seus fones e iniciaram seu passeio noturno.
Quando Sand clicou no play, no entanto, a escolha aleatória da playlist fez seus olhos brilharem e seu sorriso abrir-se ainda mais. Os primeiros segundos de "Just Like Heaven", do The Cure, foram suficientes para fazer seu corpo dançar pela calçada deserta enquanto caminhavam, fazendo Ray rir.
   Com a entrada da guitarra, Sand o tomou pela mão e começou a correr, empolgado, e Ray não poderia pensar em nada no mundo que quisesse fazer mais do que segui-lo e sentir sua energia daquele jeito.
A cidade dormia, e o vazio das ruas que percorriam trazia a sensação de que os dois eram os únicos no mundo. Ray não conseguiria tirar os olhos de Sand nem se quisesse, e só percebeu onde estavam quando seu namorado parou de correr e voltou a dançar.
Na ponte com vista para o mar, Sand pegou sua outra mão para dançarem juntos. As bochechas de Ray doíam de tanto sorrir enquanto riam dos movimentos que inventavam, girando um ao outro de vez em quando e tentando seguir o ritmo.
Why won't you ever know that
I'm in love with you
That I'm in love with you
Sand dublava a letra da música para Ray, que corava mais a cada palavra.
You, soft and lonely
You, lost and lonely
You, strange as angels
Dancing in the deepest oceans
Twisting in the water
You're just like a dream
You're just like a dream...
Sand o puxou pela cintura, para dançarem a última estrofe abraçados, e só separou-se um pouco no fim para olhá-lo nos olhos e cantar os últimos versos.
You, soft and lonely
You, lost and lonely
You, just like heaven.
Ray não conseguiu resistir, abocanhando os lábios de Sand com o fim da música e, enquanto beijavam-se, outra música de instrumental intenso e chocante de tão bonito iniciou-se em seus ouvidos.
Ray sentiu-se arrepiando dos pés à cabeça, como se a música o preenchesse e trouxesse ainda mais prazer aos toques de Sand, que pareceu notar sua reação ao som e separou o beijo para encará-lo assim que a voz entrou na música.
She'll come she'll go...
Ray inspirou fundo, em choque. A música parecia capaz de fazê-lo flutuar a qualquer momento.
She'll lay belief on you...
Seus olhos brilhavam de admiração. Ele nunca havia sentido nada parecido.
Skin sweet with musky oil
The lady from another grinning soul
- Uau... - ele deixou escapar, de queixo caído.
- Eu sei - Sand sorriu. - É David Bowie.
Sand entrelaçou seus dedos e voltou a caminhar lentamente, deixando Ray aproveitar sua experiência especial. Ele mesmo adoraria poder apagar a música da memória, só para poder ter a experiência de ouvir Lady Grinning Soul pela primeira vez de novo.
She will be your living end...
Os dois caminhavam com calma, aproveitando o frescor da noite, e quando a música chegou ao fim, Ray parou e pausou a playlist.
- Isso foi... - ele tentou buscar palavras por alguns segundos, sem muito sucesso. - Surreal. Eu nunca senti música com essa intensidade antes. Parecia até que eu tava drogado. É assim que você se sente?
- Sim - Sand riu, puxando-o para um abraço e dando-lhe um beijo na testa. - Você não sabe o quanto fico feliz de poder compartilhar esse sentimento com você. Significa muito.
- É uma honra. Estou amando cada segundo - Ray respondeu, retribuindo o carinho com um beijo na bochecha. - Obrigado por andar me mostrando tantas coisas novas e incríveis. Sinto que isso me faz evoluir de alguma forma. Me faz querer experenciar mais as coisas também. Essa música me fez querer ver estrelas.
- Acho difícil no meio da cidade... mas tem aquele estacionamento que tem uma vista legal na cobertura, lembra?
- Sim! Podemos ir pra lá então. - Ray sorriu, e os dois seguiram o resto da volta até o carro no silêncio agradável da região.

Sand e Ray voltaram a escutar a playlist enquanto dirigiam até o estacionamento. "Oh Darling!", dos Beatles, trouxe uma atmosfera romântica para o percurso, e Ray gostava tanto de como Sand agarrava sua coxa que irritava-se toda vez que ele precisava soltá-lo para trocar de marcha. Por sorte, o estacionamento era perto, e ele enfim poderia tê-lo só para si.
Com exceção deles, o último andar do estacionamento estava vazio, o que era melhor ainda.
- E aí? Bonito o suficiente? - Sand perguntou quando saíram do carro e apoiaram-se em sua frente para admirar a vista, e deixando as portas abertas para que continuassem ouvindo os Beatles, que no momento tocavam "Something".
- Sim... muito bonito... - disse Ray, apesar de não estar olhando para a vista. Seus olhos estavam grudados em Sand.
- Lembra do meme do The Smiths? - Sand questionou, igualmente excitado. Era difícil se segurar quando Ray o olhava daquele jeito.
- Claro... eu amo The Smiths - Ray respondeu, esperando que Sand seguisse o roteiro.
- Hm... é minha vez de fazer esse papel - Sand abriu um sorriso provocador. - Mas vou fazer uma pequena adaptação, okay?
- Okay...
Sand levantou-se posicionou-se em sua frente, apoiando as mãos no carro e levando Ray a inclinar-se para trás.
- Eu amo você - Sand sussurrou em seu ouvido.
- Huh?
- Eu disse: eu amo você - Sand repetiu, e Ray não hesitou em puxá-lo pela camisa para mais um beijo profundo. Exceto que ele não o deixaria escapar dessa vez.
- Eu também te amo - Ray respondeu, entre beijos, e de repente "I Want You (She's So Heavy)" começou a tocar no som do carro.
O momento não poderia ter sido mais perfeito. A música pareceu esquentar ainda mais o clima, tornando-se a trilha sonora perfeita para os toques cada vez mais atrevidos e excitados.
I want you
I want you so bad
It's driving me mad
It's driving me mad
Os dois realmente sentiam que estavam ficando malucos enquanto arrancavam suas jaquetas, desesperados por contato.
As mãos de Sand invadiram as calças de Ray por trás, apertando suas nádegas e pressionando-o contra sua ereção, enquanto Ray desabotoava seu cinto com pressa pra meter sua mão pela frente e agarrá-lo de uma vez.
Sand o puxou pela cintura, e os dois se apressaram para o banco de trás do carro, onde Sand mantinha lubrificante e alguns preservativos. O instrumental dos Beatles seguia acompanhando  seus chupões e roupas tiradas com urgência, para além dos gemidos abafados.
- Me fode logo... por favor... - Ray implorou quando Sand terminou de despir-se. Mas seu namorado fez questão de enrolá-lo e provocá-lo por mais um tempo, distribuindo lambidas e chupões durante a preparação até enfim penetrá-lo - Sand!...
É claro que Sand o estocava no ritmo da música. E é claro que isso excitou Ray ainda mais. O ritmo variava, de devagar a rápido, de volta para devagar e então rápido novamente. Ele não queria que o loop instrumental no fim acabasse, com Sand estocando-o a cada nota, e como resultado os dois chegaram a orgasmos intensos, deixando-os trêmulos.
Com o fim da música, Sand esticou-se para parar a playlist antes de voltar-se para Ray.
- Te conheço bem o suficiente pra saber que vai querer mais. Mas quero ouvir só você agora...
- Que honra... virei seu artista favorito, é? - Ray brincou.
- E se eu disser que sim?
- Então talvez eu faça uma performance especial para o meu fã - Ray sugeriu, com um sorriso, fazendo Sand rir antes de beijá-lo novamente.

Don't Delete The Kisses - OneShots BL/GLOnde histórias criam vida. Descubra agora