Cap 24.- Oh... Go on, Step on me

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  Kunikuzushi sempre se sentiu solitário, principalmente quando percebeu que a companhia feminina não o agradava como outros garotos de sua idade, mesmo assim, por ser filho de quem era, jamais seria questionado em público.

  Todos se aproximavam dele por interesse, menos Zandik. O garoto de cabelos azuis pouco se importava com o status social de Kuni, o xingava, empurrava e não mostrava medo algum de qualquer ameaça. Esse foi o ponto que fez o esquentadinho se apaixonar por seu "rival", a princípio, seus sentimentos eram bagunçados, mas de "inimigos' foram para 'amantes'.
  A princípio a relação era como qualquer outra, sigilosa, quente e com altos e baixos, porém, quanto mais se conheciam, mais Kunikuzushi percebia manias estranhas e até incômodas de Zandik; ciúme descontrolado, desconfiança e possessão.
  Kunikuzushi era uma propriedade, um bem material e não poderia ter vontades e ações próprias antes de consultar seu namorado. Se é que poderia ser chamado assim.

  Zandik se recusava a admitir que gostava de garotos, muito menos que tinha uma relação além de 'colegas' com o filho da Imperatriz.
  Três anos mantiveram Kuni em uma situação digna de ser chamada síndrome de estocolmo.

Tudo isso só mudou quando o incidente no colégio aconteceu, Kunikuzushi teve que fugir de tudo, seu "relacionamento", sua família, tudo.
  Ao mesmo tempo que se sentia injustiçado, sentia se livre, tanto de Zandik quando de seu clã.

 

  °•°•°•

Agora, Dottore encarava o mais novo paciente do hospital, aqueles cabelos negros eram facilmente reconheciveis.

- Vamos ver.. será que ele se lembra do primeiro namoradinho?.- Zandik riu.- é até engraçado dizer isso, parece que o ratinho fujão voltou.

  Arrumando seu jaleco e colocando uma máscara, Dottore caminhou em direção ao quarto, mas ao ver um rapaz de cabelos prateados acariciar o rosto de Scaramouche, seus pés pararam.

- Mas que.. porra é essa?!.- serrou os punhos, analisando a situação.

  Dottore sentiu um certo nojo de ver dois homens trocando carícias, e não pergunte nada a respeito, ele não se considerava um simpatizante da causa, mesmo que se deitou com inúmeros homens ao longo de sua vida, até mesmo """namorando'"' um.

Zandik só usava o termo 'namorado' pois Scaramouche insistia em afirmar que esse era o tipo de relação que eles tinham, fazendo o de cabelos azuis rir, então, era tudo uma sátira.
 
  Um sorriso malicioso surgiu no canto dos lábios de Dottore.

- Quando sua mãe vai voltar?.- Kaedehara perguntou angustiado.

- a qualquer momento eu acho, talvez não volte, é difícil saber.- Scara respondeu com uma expressão dolorida.

- queria te mostrar uma música que eu escrevi.- Kazuha pareceu se lembrar, futricando em seus bolsos, arrancando um papel e o entregando nas mãos de Scaramouche.

  O esquentadinho segurou a folha com dificuldade, passando seus olhos por cima das letras.

  Kaedehara encarava a situação ansioso por uma reação positiva.

  'Lua, me diga, eu poderia
dar meu coração para ele?
Assim, quando eu morrer, poderei ficar com ele.

Porque o meu amor é meu, todo meu
Eu o amo, quero que seja meu, todo meu
Nada no mundo pertence a mim
Além do meu amor, meu, todo meu, todo meu

Poor Guy - KazuScara [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora