Capítulo 10

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Hermione não se lembrava de ter ido para a cama ou de ter adormecido. A última coisa de que se lembrava era de estar à beira do melhor orgasmo de sua vida, mas não conseguir alcançá-lo. Ela sentiu como se algo ou alguém a estivesse impedindo, e ela tinha uma boa ideia de quem era.

Virando-se na cama, seus olhos caíram sobre o indivíduo adormecido ao lado dela. O cobertor estava abaixado na cintura dele, e pela primeira vez, ela deu uma boa olhada em seu peito largo. Seus mamilos eram escuros, e ele estava surpreendentemente sem pelos. Talvez ele tivesse se barbeado? Ele não tinha músculos marcados, mas seu estômago era bem plano e pálido.

Merlin, ele era sexy.

Ela estendeu a mão para acariciar seu braço. Ele agarrou a mão dela com força, abriu os olhos e olhou ao redor, perplexo. Então seus olhos finalmente caíram sobre ela. Ela sorriu tranquilizadoramente, pensando que ele só devia estar desorientado quando soltou sua mão como se fosse uma cobra venenosa. Ela franziu a testa, confusa.

"Devo ter adormecido", ele murmurou e esfregou as mãos no rosto.

"É, você costuma fazer isso à noite", ela comentou secamente, imaginando por que ele parecia tão surpreso.

Ele não respondeu porque uma criança de três anos e meio aproveitou a oportunidade para subir na cama com eles.

"Mãe", Althea reclamou. "Não é sono, é comida!"

Hermione estava prestes a se levantar quando sentiu uma dor horrível nos músculos, especialmente na barriga, coxas e sexo. Ela caiu de costas novamente.

Marcus pareceu entender o que ela sentia porque ele se sentou.

"Por que você não vai até a cozinha e encontra o que gostaria de colocar no seu mingau? Eu estarei aí em breve para fazer para você", ele sugeriu, provavelmente falando em inglês para o benefício de Hermione.

Althea, no entanto, não parecia muito a fim dessa ideia. "Com fome agora."

Marcus sibilou algo em língua de cobra, de repente parecendo muito menos paciente. Os olhos de Althea se encheram de lágrimas. Ela soltou um pequeno assobio e saiu correndo. Marcus suspirou.

"O que você disse?" Hermione perguntou, chocada e um pouco brava por ele fazer Althea chorar.

"Não se preocupe", Marcus rosnou e rolou para fora da cama. Com um aceno de sua varinha, ele estava vestido novamente.

"Diga-me o que você disse à minha filha!" Hermione exigiu, ficando mais brava.

Como qualquer mãe, ela não queria ver sua filha chorar, mas era o fato de que ele não lhe contaria o que havia dito que a irritava mais.

" Nossa filha", Marcus a lembrou e fez um movimento de varinha que Hermione reconheceu como um Feitiço Silenciador. "E eu disse a ela para seguir as ordens de seus pais."

Hermione fez uma careta para ele. Ignorando a dor em seus músculos, ela rolou para fora da cama também. Suas pernas não se sentiam muito felizes em carregá-la esta manhã, o que só piorou seu humor.

"Você não pode simplesmente dizer isso! Você tem que ganhar o respeito dela."

Ela encontrou seu roupão jogado sobre a cadeira do outro lado da sala e o envolveu em volta de si.

"Ganhar o respeito dela...? Hermione, ela é uma criança! Ela nem sabe o que é respeito."

"Sim, ela sabe. Eu não sabia que você tinha visões tão antiquadas sobre crianças."

"Bem, é melhor isso do que não ter a mínima ideia do que fazer com elas."

Doeu. Muito. Hermione apertou os lábios, forçando-se a não começar a chorar. Claro, ela não sabia exatamente como criar sua filha, mas Althea não parecia precisar de muita educação parental. Ela estava feliz por eles terem uma conexão agora. E ela estava tentando ser uma mãe melhor, algo que ele sabia muito bem. Por que ele diria algo assim? Só para ser maldoso? Isso a decepcionou muito.

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