2.

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S/N

Ouvi dizer que o Pedro vai dar uma festa de início de ano na sexta. — ouço Larissa dizer.

— E no que você 'tá pensando? Em ir? — pergunto, sem esperar que a resposta fosse sim.

— É lógico. Ele com certeza vai nos convidar porque parece algo grande. Precisamos sair, socializar... Não? — Larissa me olha com cara de cachorro sem dono, e bufa em seguida.

— Vocês iriam? — pergunto a Leo e Matheus, enquanto guardo meus materiais.

— Ah, talvez, pode pá. — Matheus responde.

— Ah eu, tenho que ver. — responde Leo. — Não literalmente.

E nós rimos.

— Bem, se todos forem... — começo. Vendo um sorriso se formar no rosto de Larissa. — Ah, que mal tem? — finalizo, fechando a mochila.

Vejo Leo pegar sua bengala, que se encontra dobrada, acredito que para voltar até sua casa a pé.

— Ei, quer uma carona? — toco seu braço ao falar.

— Ah, não precisa, não quero incomodar. — ele sorri de canto.

— Imagina, não é incômodo. — sorrio de volta. — Eu não irei para casa de qualquer forma. Vou para casa da Larissa, então posso te deixar na sua. Eu te chamaria se não fosse um programa de mulheres. — rio, vendo ele guardar sua bengala e devolver o sorriso.

— Sendo assim, eu aceito. — sinto ele tatear meu braço, segurando-o na altura do bíceps.

Arrepio.

Não consigo dizer se é carência ou o fato dele ser muito bonito e estar tão perto.

Sua mão desliza de forma gentil por entre meu bíceps, como se conferisse o arrepio.

— Tudo bem? — ele pergunta baixo.

— Ah, sim, só senti um frio repentino. — minto. — Vamos. — guio o mesmo até o carro durante o caminho.

— Acho melhor você apertar o cinto se quiser chegar vivo em casa. — Larissa brinca, e vejo Lucas franzir o cenho.

— Ela está brincando. Eu dirijo bem. — rio, e ele me acompanha.

— Eu espero que sim, mesmo. — ele ri.

— Leo vai na frente. Na casa dele você passa pro banco da frente, Lari, pode ser? — pergunto e ela assente, se sentando atrás de mim.

Coloco uma playlist animada e sigo o caminho conversando com Leo e Larissa, já que Matheus foi embora com outros amigos.

— Matheus foi embora com os meninos de novo? — ouço Larissa perguntar, e rio em seguida.

— Sim, Larissa. Deixa ele respirar. — brinco.

Leo toca minha mão silenciosamente, e quando me viro, ele aponta para Larissa no banco de trás, e pergunta se ela e Matheus tem algo nessa língua de sinais.

Eu dou uma risada, quando Larissa responde.

— Eu estou aqui, viu? — ela bufa.

— Eles não têm nada. Mas a Larissa bem que gostaria. — dou uma risada, sendo seguida por Leo, ouvindo ela bufar novamente.

— Vocês são uns sem graça. — rimos novamente.

— Por que você não fala isso para ele? — Leo pergunta.

— Bem, é complicado. — ela responde. — Somos amigos há anos, tenho receio de que algo fique estranho depois, caso não desse certo. Entende? — Leo assente com a cabeça.

Por Trás do Toque Onde histórias criam vida. Descubra agora