5.

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Errei.

Eu sei que eu disse que não ia beber, mas um copo não parecia tão mal. E de repente, dois ou três também não pareceram. Parei quando Leo me avisou que eu já estava ficando alterada demais e arrancou o copo da minha mão.

Incrivelmente, Larissa não bebeu. Parecia muito frustrada com Matheus e eu não estava consciente o suficiente para absorver o que ela responderia caso eu perguntasse o que havia ocorrido.

Deixei passar.

Já estava de madrugada. Havia avisado aos meus pais que dormiria na casa de Larissa, e pedi a Leo que avisasse que ele seria deixado em casa também. Assim o fez.

Larissa teve que levar o carro, por motivos óbvios.

Três conhecidos pediram carona e eu disse que tudo bem, e Larissa topou dirigir um pouco mais para deixá-los em casa.

Não teria nenhum problema nesse trajeto se eu não tivesse que fazer ele no colo de Leo.

— Ah, S/N, vai no colo do Leo. É por pouco tempo, Leo. — ouço Lari dizer e apenas concordo, vendo Leo fazer o mesmo.

— Não tem problema, ela pode ir no meu colo.

Assim que todos entram no carro e se acomodam, vejo Leo, que sentou atrás de Larissa, me estendendo a mão para me ajudar a entrar.

Seguro em sua mão e entro devagar, tentando não colocar todo o meu peso nele para que não ficasse desconfortável.

Falho nos minutos seguintes.

Meu corpo desaba em Leo, e eu deito minha cabeça em seu ombro esquerdo.

— Desculpa. — peço baixinho, sem nem saber ao certo o porquê. Mas me parecia certo pedir desculpa naquele momento.

— Tudo bem. — ele acaricia meu braço.

— Estou vivendo o que a Olive viveu. Isso parece divertido. — rio, me lembrando do que li em "A hipóstase do amor."

— Oi? — Leo pergunta confuso.

— Ah, deixa para lá. — reviro os olhos.

Homens não leem bons romances?

Ligo meu celular para tentar conectar uma música no som do carro. Apenas ligo o bluetooth e se conecta automaticamente, tocando uma música animada que provavelmente estava no aleatório do meu spotify.

"Party in the U.S.A"

O pessoal que se encontrava no carro começa a cantar, e fazer dancinha com os braços e tronco.

Sigo eles, fazendo o mesmo. Cantando, talvez, um pouco mais alto que o normal, mas o que não pareceu irritar Larissa, muito menos Leo.

Me remexo de um lado para o outro, acompanhando o ritmo dos que estavam sentados ao lado de Leo.

Sinto Leo se remexer, parecendo um pouco desconfortável, mas a bebida não me deixa perceber isso de imediato.

Ele põe sua mão em minha cintura e segura pouco forte, tentando me manter menos frenética, mas acabo por não perceber na hora.

— Pode se mexer um pouco menos, S/N? — ele pede, de forma gentil, e eu assinto.

— Desculpe. — peço, ainda cantando a música que remexia o som do carro.

Por Trás do Toque Onde histórias criam vida. Descubra agora