05 | Sentimentos reprimidos

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PARK JIMIN:

Meu rosto estava vermelho e meus olhos transbordavam de lágrimas.

Era uma situação humilhante demais para ser descrita, e eu só queria que tudo se resolvesse da maneira mais tranquila possível. Mas claro que isso era pedir muito. Percebi isso no instante em que a voz irritada de Jungkook ecoou, alta demais para ignorar.

— Porra, você não olha pra onde anda?

Tentei controlar minha respiração trêmula, enquanto levantava o olhar devagar, ainda mais constrangido ao notar que as pessoas ao redor estavam parando para assistir a cena.

— Desculpa, eu... — Comecei a falar, mas logo percebi a gravidade da situação. Lembrei-me de que, para todos ali, eu e Jungkook éramos namorados. Se o pessoal da faculdade nos visse brigando daquela maneira, seria no mínimo uma ruína total. E talvez Jungkook ainda não tivesse se dado conta disso.

Foi por isso que, engolindo a seco e tentando ignorar o nó na garganta, segurei seu pulso e o puxei para dentro da casa, procurando desesperadamente por um banheiro onde pudéssemos resolver isso longe dos olhares curiosos.

— Que porra! — Ele continuou resmungando, irritado, enquanto eu tentava sorrir casualmente para despistar quem nos observava.

Com meus olhos vermelhos de choro, isso com certeza estavam bem convincente. Pensei sozinho, e soltei um suspiro exasperado com a ironia da situação.

Finalmente, encontrei um banheiro e o empurrei para dentro, trancando a porta logo em seguida.

— Que merda você tá fazendo? — Ele perguntou com a voz ainda carregada de irritação.

— Para de gritar. — Pedi, quase num sussurro, tentando ao máximo evitar seus olhos furiosos. Eu sabia que, se ele continuasse falando naquele tom, eu iria desabar completamente. — Me desculpa, de verdade. Eu não te vi, foi um acidente!

— E como você pretende resolver essa droga? — Ele bufou, impaciente.

— Tira a regata, eu vou lavar na pia. — Murmurei, sem conseguir desviar os olhos do seu peito e tentando manter a calma.

Ele pareceu hesitar por um momento, mas então suspirou pesadamente e começou a tirar a jaqueta, seguido da regata.

Assim que ele a tirou, meus olhos vagaram quase involuntariamente por sua pele. Foi inevitável notar as incontáveis tatuagens que cobriam seu corpo, mas o que realmente chamou minha atenção foi seu abdômen esculpido. Essa era uma confirmação de que Jungkook passava muito tempo malhando.

Um arrepio correu pela minha espinha, mas tentei ignorar, pegando a regata com cuidado.

— E eu devo andar por aí com o abdômen à mostra? — Sua voz soava impaciente.

— Sua regata é branca, vai secar rápido... eu só preciso... — Tentei explicar, mas antes que pudesse terminar, fui interrompido.

Jungkook agarrou meus ombros com firmeza e me empurrou contra a parede. Seu rosto estava próximo demais, e eu franzi o cenho, ficando praticamente paralisado com a súbita aproximação.

— Qual é o seu problema? — Ele perguntou, ofegante e seus olhos me perfuraram. — Você quer me ajudar, mas nem consegue olhar nos meus olhos!

Eu não sabia como responder. Estávamos tão próximos que eu podia sentir o calor do seu corpo, e isso só fazia meu coração bater mais rápido.

— É porque você está gritando, e isso me deixa nervoso. — Tentei explicar, buscando fazê-lo entender meu lado, como eu sempre fazia.

Jungkook pareceu congelar por um momento, e eu o encarei, tentando decifrar o que estava acontecendo. Seus olhos estavam vagos, fixos em um ponto na parede, como se estivesse distante por alguns segundos, mas logo ele voltou a focar em mim.

7 DIAS PARA SENTIR • JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora