Suspiro

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"Eu preciso de ti como uma flor precisa de água, como um coração precisa de sangue, eu preciso de ti até ao último momento, até ao meu último suspiro. Eu preciso de ti apenas porque preciso de uma razão para a minha felicidade. E preciso de ti, porque sem o teu nome qual vai ser o eco todas as manhãs no meu pensamento? Talvez seja nenhum, ou talvez apenas o dos resto das noites que passei em claro enquanto pairavas na minha cabeça. Eu preciso de ti para me sentir segurar naqueles momentos em que parece que já não há coragem para enfrentar a luz do dia, naqueles dias em que me dói a alma só de pensar que tenho de abrir os olhos para um novo amanhã. Eu preciso do teu abraço para me sentir em casa nas manhãs de inverno, preciso dos teus braços como porto de abrigo a todas as palavras mudas, como mil facas enterradas na minha alma. Eu amo-te no mais límpido dos sentidos da palavra ódio, eu odeio-te como nunca amei ninguém. Sem qualquer rancor, irei guardar o teu nome no meu coração até que ele deixe de bater, até que a única luz que verei seja a do teu sorriso enquanto solto o meu último suspiro, e nessa altura eu sussurrarei ao teu ouvido " tu és o meu motivo para ser quem sou, e ser mais do que outrora fui..."

Foram estas as palavras que Helena gravou a preto no seu caderno enquanto limpava as lágrimas salgadas do seu rosto. Ela nunca tinha amado ninguém como amou Pedro, e de um momento para o outro tudo lhe caiu aos pés quando ele lhe disse "Vou viver para a Alemanha". Ela nunca tinha imaginado ouvir algo que lhe custasse tanto como lhe custaram aquelas putas daquelas palavras, em 16 anos nunca tivera um mês tão difícil como aquele, ainda mais sabendo que Pedro não estaria lá para a abraçar e dizer que tudo iria passar, porque ela sabia que não passava, não era assim tão simples, mas ele fazia com que parecesse tudo tão fáil que até dava nojo.

-Eu dava tudo para sentir esses Lábios mais uma vez...- sussurrou

Antes de se ir embora Pedro prometeu-lhe que voltava, mas ela sabia que isso não era verdade, ela sabia muito bem que ele quando dizia que prometia uma coisa nunca cumpria, era demasiado merdoso nesse aspeto.

- Fodace, tenho de parar de chorar por causa disto, ele abandonou-me e tenho de aceitar isso, afinal de contas ele tem 19 anos, é normal que queira arranjar trabalho e aproveitar para conhecer uma coninha loira e de olhos azuis, em vez de mim, uma coninha morena de olhos verdes, mamas grandes e cintura gorda...- e desata a chorar logo após estas palavras- Aiiiiiiiiiiiiiii, pára Helena estás a ser ridícula.

Ela salta da cama, desce as escada e vai em direção à cozinha, mais precisamente ao congelador, agarra num pote de gelado de chocolate, tudo bem que era do pingo doce, mas independentemente disso era gelado, a partir daí já nada interessa.

"dlim dlaum"- está alguém a bater à porta

-Fodace a estas horas? mas esta gente não faz nada da vida às segundas feiras?- dirige-se à porta e abre-a

- Bom dia senhor de fato azul, precisa de alguma coisa? É que são nove da manhã e eu estou a comer gelado! - Diz ela com um ar de exclamação

- Bom dia Helena Neves... - ela não sabia como é que aquele senhor sabia o nome dela mas lá que era jeitoso era, tinha mais ou menos 1.90 metros e tinha o cabelo ruivo e a barba aparada, falava com uma pronuncia americana muito saliente e vinha com uma pasta preta virada ao contrário, por isso Helena não conseguia perceber o que dizia na frente, tudo aquilo pareceu-lhe sinistro. - ... O meu nome é Marck White, e pertenço ao C.S.I - logo após estas palavras Helena só sente uma seringa a entrar-lhe pelo pescoço a dentro e cai no chão como uma pedra, tudo ficou preto.

...


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