sofrer ou viver

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Helena mal abria os olhos, estava completamente drogada.
Quando conseguiu, por um rasgo das suas pestanas ver o sitio onde estava saltou e todo o seu corpo estremeceu, o seu coração estava a bater a mil a hora e a única coisa que conseguia pensar era "será que estou morta?"
Ela estava sentada numa cadeira com as mãos amarradas, à volta dela a única coisa que se via eram paredes de betão com mais de 4 metros, e nenhuma saída. Helena olhava à volta, à procura de uma porta ou alguém ou até que fosse uma pequena fresta numa parede, ou talvez uma janela quem sabe! Ela olhava em redor e quanto mais olhava menos via.
As cordas nos pulsos começavam a magoar-lhe as mão... Mas ela continuava à procura e nada, até que...
-"espera... Há aqui alguma coisa estranha.."- a parede em frente dela tinha uma zona com cerca de 50 cm de largura e 1 metro de altura que estava com uma cor diferente, e pode-se dizer até que parecia estar ligeiramente para dentro a comparar com o resto da gigante parede de betão.
Helena não sabia como tinha ido parar ali, nem o que era aquilo, mas uma coisa sabia, ela tinha de sair dali. Ela caminhou pela gigante sala de betão com a cadeira às costas e a torcer cada vez mais os pulsos para impedir que a corda não exercesse tanta força sobre eles, à procura de um objeto cortante, nem que fosse um parafuso já ajudava...
Caminhou e deu algumas três voltas àquele inferno cinzento e nada absolutamente nada! De repente...
"Plim tlim"
Ela olha para trás e não sabendo como nem de onde tinha chegado, viu um lápis com um bico meio remordido.
- Fodace! Que merda é esta?- diz já em sofrimento - como é que é suposto eu cortar cordas desta grossura com uma cadeira as costas e um lápis meio comido? O que é que vocês querem de mim? Que merda de brincadeira é esta?.- gritava no meio da sala de betão, e a única resposta que recebeu foi a do seu próprio eco.
Helena desesperada corre de encotro à parede na outra ponta e bate com a parte lateral da cadeira, que de imediato se parte em bocadinhos. Ela ajoelha-se e  respira fundo como se nao vivesse mais do que aquele dia para diante.
Depois de alguns minutos naquela posição ela levanta-se lentamente e dá o primeiro passo em direção à saída, quando sente uma dor forte a pressionar-lhe as costelas uma dor tão forte que quase a impede de abrir os olhos, ela manda as mãos à parte lateral do seu corpo como que a querer fazer pressão e sente algo que não queria de todo. Helena tinha uma farpa da cadeira espetada entre duas costelas, o sangue a escorrer era tanto e tão quente que parecia quase leite morno a sair das suas entranhas.
Por breves momentos ela fechou os olhos e relembrou toda a sua vida desde o momento em que Madalena (a sua mãe) lhe sorriu pela primeira vez até ao momento em que estava em casa a comer gelado de chocolate e... -Foi isso! Aquele homem... Ele disse que era do... Do ... Aii... Não me lembro!
Helena, como que num rasgo de energia levantasse, ainda que com a visão toda turva, lentamente com uma mão na costela para parar o sangue e a outra esticada à frente para ir apalpando qualquer obstáculo que surgisse.
Até que chega à saída, fazendo uma ligeira pressão na parede, ela caiu para a frente ouvindo-se um estrondo ensurdecedor ao longo da enorme sala.
Helena, com muito esforço, devido às insupurtaveis dores que sentia do lado esquerdo do corpo, baixou-se e colocou-se o mais de lado possivel para passar naquela porta. Ela olhava em frente e aquilo que via era um enorme corredor de betão estreitanto cada vez mais, ela andava e quanto mais andava maior era a luz que entrava na outra ponta do corredor...
Quando chegou ao fim, a luz era tão forte que demorou quase dois minutos para que os seus olhos recuperassem, quando os abriu, deu de caras com o mesmo semblante que lhe batera à porta naquela manhã, mas desta vez de calças de ganda e uma camisa branca emaculada.

- Olá Helena, tal como ja te disse, o meu nome é Marc White, e sou o dirigente do C.S.I.
Deves estar a perguntar-te o que foi isto certo? E nesse caso eu respondo.
O C.S.I está a recrutar jovens dos 12 aos 19 anos de todas as partes do mundo, e isto foi como que um teste de sobrevivência, para te por à prova e ver o que farias em caso de desespero.
Vocês são cerca de 100 recrutas, estamos a fazer isto com o intuito de criar futuros agentes, vocês passarão aqui neste campo 8 meses e apenas 10 iram chegar ao final, alguns morreram provavelmente,e outros serão enviados para casa...
- Desculpe, mas isto deve ser um engano, eu não me inscevi para agente secreto. E não quero ficar aqui..
- mas vais ficar!- interrompe Marc- não, vocês não escolheram vir para aqui, nós é que escolhemos que vocês viessem! Tal como estava a dizer... Vocês não podem sair da recruta antes de no minimo cá estarem três meses, e a partir daí, podem-se ir embora...
-Eu não posso ficar aqui! A minha família a esta hora deve andar à minha procura!- intrepela Marc
- Qual família? Tu ainda não chegaste lá pois não?
-Chegar? Chegar onde? Como assim?
- Vai chegar aqui uma rapariga chamada Elizabeth em mais ou menos 5 minutos para te levar às instalações - diz Marc mudando de assunto
- o quê? Não era isso que...
Marc vira as costas a Helena e sai por uma porta gigante branca como se nada se tivesse passado

...

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