𝐈𝐗 | 𝐄𝐮 𝐍𝐚̃𝐨 𝐏𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐓𝐞 𝐏𝐞𝐫𝐝𝐞𝐫

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POV: Engel

Eu andava lentamente pelas ruas, até chegar à casa da Bubble. Quando cheguei na pracinha vi aquelas três pestes (Oliver, Edward e Zip) discutindo...Eu não queria que eles me vissem.

Eu sei o que eles vão fazer se me virem. Comecei a andar mais rápido. Eu olhava para trás, afim de ver se eles não me seguiam por acaso. Percebi que não e isso foi um alívio. Me virei para frente e comecei a caminhar mais devagar.

Cessei os passos quando, ao longe, vi minha querida Claire parada, como uma estátua. Ela estava de costas para mim. Não se movia. Eu achei aquela cena realmente estranha, então me aproximei, chamando o nome dela.

Quanto mais eu me aproximava, mais anormal aquilo ficava. Percebi que Claire estava caindo, como tomba uma árvore por causa do vento. Aprecei-me para segurá-la a tempo. Eu consegui.

Ela caiu em meus braços com os olhos fechados e os lábios entreabertos e...brancos? Era como se ela tivesse se assustado. Sua pele estava fria e seu coração batia rápido. Notei que se tratava de um desmaio.

Eu não ia perder tempo. Deitei Claire no chão, recostada a um banco. Levantei suas duas pernas e fiquei as segurando. Depois de alguns segundos, ela começou a abrir os olhos, com uma expressão assombrada no rosto.

– Claire? Claire...– Passei minhas mãos em suas cabelos, ajeitando a franjinha que ela tem. Ela me olhava como se tivesse levado um grande susto...Parecia aterrorizada. Sua respiração era irregular e seu coração batia de forma descontrolada.

– E-Engel...? – Os lábios dela tremiam. – É-é v-você...?

– Sim...Sou eu...– Eu soltei as pernas dela e aproximei minha cabeça do seu rosto. Lentamente, eu a levantei pelas costas, a colocando recostada ao meu lado.

– E-eu m-morri...?

– Não...Porque tá perguntando isso? – Percebi que ela lentamente se acalmava.

– ...É...É que eu tava andando e do nada ouvi a voz de uma moça...Ela me chamou de idiota e disse que ia morrer...Se tocasse na maçaneta de novo. – Senti um aperto no peito. Eu já tenho ideia do que aconteceu mais cedo...E do que pode acontecer se eu não protegê-la.

Eu a abracei. Sentia seu coração batendo forte em encontro ao meu. Ela enterrou a cabeça em meu ombro e...começou a chorar. Eu tenho de consolá-la...

– Claire...Você não vai morrer...Fica tranquila...– Eu comecei a passar a mão em seus cabelos. Ela sempre usa um lacinho verde na cabeça. Seu cabelo sempre tem cheirinho de chiclete...Eu não quero pensar que, se eu não tomar cuidado, nunca mais vou sentir esse cheiro... – Eu vou te proteger...Eu prometo...

– ....Obrigado, Engel...– Ela se apertou em mim e eu me apertei nela. Senti que eu mesmo estava prestes à chorar...Eu me contia. Mas as lágrimas que mais doem são as que não caem...

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POV: Oliver

Depois de Zip e Edward terem parado de bater boca eu realmente queria fazer algo. Uma ideia brilhou em minha mente: Resolvi ir ver minha amada Δlice. Edward deve ter algum problema; alguns segundos atrás, ele tentava provar que não era curtia a Zip.

Agora os dois simplesmente estavam andando de mãos dadas e rindo...Eu queria tanto que as coisas voltassem a serem como costumavam ser...Mas isso ficou no passado.

Sabe...Doí muito...Eu amo a Δlice...Mas ao mesmo tempo sinto ela tão...distante. Mesmo quando ela não tava trancada naquele quarto eu sentia isso...Ela era sempre tão incompreensível...Era única no mundo.

Ela parece tão perto e tão longe...Eu nunca consegui entendê-la, para falar a verdade...Mas, ao mesmo tempo, eu aprendi a olhá-la e encarar seu olhar como uma poesia muda...Eu andava pensativo...

Eu me via caminhando lentamente em direção à escola. Subi os degraus e olhei para os dois lados antes de abrir a porta de entrada. A maioria das luzes estavam apagadas. Eu caminhei lentamente em direção ao quarto da Δlice.

Usando minha camiseta, abri gentilmente a porta. Ela rangeu como um velho moinho de vento. Observei a sala escura, com apenas uma pequena luzinha. Quando você atravessa essa porta, é como se entrasse em um novo mundo.

Eu caminhava pelo vazio escuro. Eu e a Δlice costumamos nos encontrar 5 vezes na semana. É um risco que corro para deixá-la pelo menos feliz. Mas a Δlice sempre é a primeira a me notar quando eu entro...Por que seria diferente agora?

Comecei a procurá-la, chamando por seu nome. Talvez ela esteja dormindo. De repente, me deparei com uma longa corrente de ferro caída ao chão. Eu a segurei e a segui. A corrente me levou até uma cena que eu não queria ter visto.

Δlice estava lá, sentada no chão, encostada em um dos espinhos que ela mesma consegue criar. Estava de cabeça baixa. Seus punhos estavam acorrentados. Seu pé direto também. Haviam algumas marcas de machucados em seu corpo. A gola de seu vestido estava caída e sua tiara não estava em sua cabeça.

Haviam várias dessas correntes que saiam dessas algemas. Contei umas 5. Me aproximei de Δlice, sentindo o ar ficar cada vez mais pesado e difícil de respirar. Chegou a um ponto onde meu nariz começou a escorrer sangue, mas eu não recuaria.

Percebi que Δlice estava com o rosto ferido e com os olhos fechados, além dos lábios entre-abertos. Olhei para seus punhos e...haviam cortes profundos em suas veias. Eram tão profundo que consegui enxergar um pedaço do osso do ante-braço dela. Eles derramavam sangue fresco. Cheguei à conclusão que, se ela perdesse mais sangue iria morrer...Ou ela já estava morta?

O desespero tomou conta de mim e comecei a balançar a cabeça dela, a fim de acordá-la.

– Δ-Δlice!? Lili, você tá aí? – O silêncio era perturbador. – ΔLICE! Acorda, Δlice! Sou eu, seu namorado, o Oliver! O Oliver! OLIVER! – Comecei a sacudir o corpo dela. Não adiantava...Ela não acordava.

Isso era...terrível...Olhei para seu peito e parecia que ela não respirava. Eu me perguntava quem havia feito isso...Todos aqui tem medo de se aproximar dela, quanto mais machucá-la...A pessoa que fez isso deve ser mais poderosa que ela. Afinal, ela teria a dominado como se faz com um animal, o que é impossível.

Meu nariz sangrava muito; de debaixo das minhas unhas também começou a cair sangue fresco. Minha perna comecou a doer muito. Eu...entrei em colapso...Vi apenas a minhas próprias lágrimas escorrerem...Eu a amo muito...

Me abracei em seu corpo. Ele parecia mais leve...De repente senti algo...














































Algo que eu não esperava...


























































*CONTINUA*

「❀」𝙾 𝙼𝚊𝚕 𝚀𝚞𝚎 𝙰𝚖𝚎𝚒 - 𝙾𝚕𝚒𝚟𝚎𝚛 𝚇 Δ𝚕𝚒𝚌𝚎「❀」Onde histórias criam vida. Descubra agora