「❀」𝙾 𝙼𝚊𝚕 𝚀𝚞𝚎 𝙰𝚖𝚎𝚒 - 𝙾𝚕𝚒𝚟𝚎𝚛 𝚇 Δ𝚕𝚒𝚌𝚎「❀」

𝐈𝐈 | 𝐌𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐐𝐮𝐞𝐫𝐢𝐝𝐚 Δ𝐥𝐢𝐜𝐞

POV: Oliver

Já estamos brincando a uns minutos. Acho que ela queria brincar com a gente e não sabia falar. Bem, pelo menos acho que era isso. Demos uma pausa para descansar. Ela estava sentada atrás de uma árvore. Me sentei ao seu lado.

Assim que notou minha presença, olhou para mim, ainda com um doce sorriso no rosto.

– Então...Qual é o seu nome?

– ... – Ela deu um sorrisinho para mim, ainda um pouco tímida. – ...Alice...

– Alice? – Ela balançou a cabeça como se dissesse sim.

– ...Mas o "A" é um triângulo...– Ela deu outro sorrisinho. Bem, eu achei isso estranho. Tipo, porque? Os pais dela não sabiam escrever e botaram o nome assim? Além disso, por que ela não é de papel? Ela tem cores...

– ...Como assim?

– ...Como assim o quê?

– Por que um triângulo? – Ela não me respondeu. Apenas me olhou, apagando o sorriso do rosto. E isso até que era normal; eu conheci ela tem menos de 2 horas.

De repente, ouvi Edward nos chamando para voltarmos a brincar.

– Bem...Quer continuar a brincadeira, ∆lice?

– Sim...! – Ela deu um sorrisinho com uma janelinha atrás.

Nos levantamos e fomos continuar a brincadeira. Passaram algumas horas e já estava escurecendo. Meus pais iriam vir procurar eu e o Edward, então achei melhor ir de volta para perto da pequena cidade que tem ali.

– Edward! – Segurei seu braço afim dele parar de correr.

– O que foi, Ollie?

– Acho melhor a gente ir procurar meus pais...Já tá ficando escuro.

– Ahh, Oliver...A gente pode ficar mais um pouco, pelo menos até a lua aparecer!

– Mas minha mãe não vai gostar. E eu não quero apanhar no meio das férias!

– Então vá só...

– Aí ela vai perguntar onde você tá, e o que eu digo?

– Diz que eu...Diz que eu já vou...

– Pra você fazer que nem na escola e demorar meia hora pra aparecer?

– Algum problema? – Ele se levantou.

– Nenhum, mas é melhor a gente não ficar sozinho em um campo.

– Ah, vai me dizer que você acredita em fantasmas, lobisomens e sei lá mais o quê.

– Não! Não é sobre isso! É que...Se aparecer alguém e te levar pra longe, eu faço o quê?

– Chora! Aqui não é um lugar amaldiçoado! É uma cidade tranquila...

– Se não for?

– Se não for, por que você acha que seus pais vieram pra cá?

– Sei lá, Edward! Só sei que a gente deve procurar meus pais!

– E a Alice com triângulo ao invés do "A"? Você vai largar ela aqui sozinha?

– Os pais dela devem ser daqui, é só ela ir pra casa! Não é ∆lice...? – De repente, ela começou a se encolher em seu coelhinho de pelúcia, como se estivesse triste.

– Alice? – Ela começou a ir para trás. – O que foi? – Edward e eu nos aproximávamos dela, mas ela começou a recuar de forma lenta.

– Tudo bem, ∆lice? – Estendi minha mão para ela, então, ela começou a se aproximar de mim até que segurou minha mão.

– ...Vocês deviam ir pros seus pais...Aqui não é seguro à noite...

– Viu, Edward? – Eu dei um empurrãozinho nele. Edward me olhou meio bravo.

– ...É melhor ficar em casa...– Ela falava como se fosse algo bastante sério.

– ...E você?

– ... – Ela não respondeu.

– Ela vai para casa, Edward...

– Se eu tivesse uma casa... – Paralizei ao ouvir essa confissão. Então eu tava meio que deixando ela triste quando disse que ela ia para casa. – Ou ao menos pais...

– Você...Não tem pais? – Ela balançou a cabeça, como se dissesse "sim".

– Ah... – Eu estava sem reação. Não sabia o que falar para ela. Mas, como sempre, o Edward falou na minha frente.

– Então como você tá toda bonita, bem vestida, cheirosa?

– Eu moro em uma lanchonete; as pessoas me veem e me dão presentes...Mas não fazem nada...Esse coelhinho é a única coisa que eu tenho da minha mãe...

– ...Como seus pais morreram? – Ela mergulhou em um pensamento que durou um tempo, e depois respondeu:

– ...Dizem que eles estavam fazendo uma caminhada na floresta de noite...e tem um monstro lá dentro que mata tudo o quê vê...E...Ele matou meus pais...

– Oh...Que triste...

– Minha tia me disse que se eu fizesse o que esse papel diz– De repente, ela parou. Escutamos um barulho de mato mexendo. ∆lice olhou para mim e começou a me empurrar para longe.

– É melhor vocês irem...Não quero que se machuquem...

– Como assim? E você?

– Bem...Vou voltar para lanchonete. Até amanhã, Ollie! – Quando percebi, já estávamos na calçada. Eu tentava processar essas informações. Quando pensei em perguntar alguma coisa para a  ∆lice, ela já tinha ido embora.

Eu estava bastante confuso. Ela ia contar alguma coisa sobre a tia dela mas parou...Que merda...

– Oliver?

– Oi, Edward...

– Esquece isso...Tem muita gente que perdeu os pais, seu burro...

– Não é só isso...

– É o que então?

– ...Aquele papel...– Edward bufou.

– Dah, era só um papel. Vamos procurar seus pais como você mesmo diss-

– Não! Tinha um desenho estranho, nele...

– E daí?

– Tipo, como se fosse um triângulo com duas linhas em cima.

– Uh, que legal! – Edward estava indo, por isso agarrei seu braço.

– Não é legal, senhor Sonic...Quer dizer algo...

– ...(*Risada*) Acho que sua mãe deveria te deixar fora da TV por uns dias! – Já estava me irritando com o Edward.

– ...Vamos procurar meus pais...– Eu o arrastava. No fim, demoramos uns 6 minutos para achar meus pais. Eles estavam na frente de uma lojinha de roupas. Minha mãe ficou meio brava comigo por eu ter praticamente sumido do mapa com o Edward.

Depois, a gente foi para um hotel em que meus pais haviam alugado um quarto. Meu pai sempre teve vontade de conhecer aquela cidade e resolveu usar as férias para isso. Antes que eu me desse conta, estava em uma caminha ao lado do Edward.

– Boa noite, Ollie... – Mamãe beijou minha testa e me cobriu com o cobertor. – Dorme com os anjinhos, lindinho...

– Mãe...

– Sim?

– Eu conheci uma menina hoje...

– Oh, que legal, amor...

– O nome dela é Alice...Ela é muito legal...– Mamãe me deu um sorrisinho alegre. – Ela...Só era um pouco estranha, mas era legal...

Eu ainda estava pensativo por causa do triângulo que estava desenhado no papel. Eu tentava entender o que aquilo queria dizer. No fim, adormeci pensando naquela coisa.

*CONTINUA*