Capítulo 7

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Amelie custou a acreditar que Delilah havia levado a melhor naquela noite. A jovem se remexia na cama ao lembrar do olhar do príncipe para a rival, e aquele olhar afetuoso que Delilah recebeu com tanto carinho, em nenhum momento, ousou voltar-se para ela. Após um "Lady Amelie, está tudo bem?" Killian a deixou só, restando a ela invejar a atenção que tanto queria para si.

Nenhum dos acontecimentos posteriores pareciam dignos de suas lembranças. Dançou com lordes de requinte e bom status social, mas todos pareciam patifes perto daquele que ela desejava alcançar. E ao olhá-lo, Amelie o viu contemplar Delilah, que magicamente, depois da dança com o príncipe, parecia ter sido bem aceita por jovens curiosas o bastante para enchê-la de perguntas acerca daquele com quem dançou.

E ao lembrar da rival, dos seus sorrisos e do seu aroma adocicado, a dama D'Montfort foi transportada para o momento em que estavam sozinhas, perto o bastante para compartilharem a respiração. Suas lembranças a fizeram reviver a sensação dos dedos ágeis desabotoando o vestido e a tensão que crescia em sua face avermelhada, deu graças aos céus que Delilah não pôde ver. No sonho que tornou a sua noite turbulenta, a imagem da jovem com cheiro de mel era o seu delírio e a sua perdição.

Quando o dia despejou sobre o céu os primeiros raios de sol, Amelie já estava desperta, se é que podia dizer que conseguiu dormir. Seus dedos deslizavam para cima e para baixo, criando o esboço de um retrato no pequeno caderno que suas pernas apoiavam. Estava tão concentrada naquilo que fazia, que não pôde perceber a entrada de Millone, sua criada.

— Que susto, Millone! — Ralhou a dama, escondendo o caderninho com um sobressalto. — Ainda não está ciente de que não deve entrar em meu quarto sem ser autorizada!?

— Mil perdões, senhorita. Bati na porta e nada escutei. Temi que não estivesse se sentindo bem.

— Estou como sempre estive. Não, talvez até melhor. — Amelie balançou os ombros com desdém, saltando da cama. — Decidi que não posso me abalar por uma batalha perdida. A guerra está apenas começando, afinal.


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Delilah sentia-se com o peso de dez elefantes em cada uma de suas pernas. Se lhe falassem que frequentar bailes era sinônimo de dançar e rodopiar até que seus nervos estivessem em frangalhos, teria repensado todo o trabalho que teve para conseguir comparecer. Não podia sequer palpitar como aquelas jovens podiam ir em tantos bailes enquanto a temporada não se findasse, sem se sentirem despedaçadas depois.

No entanto, quando Rosa chegou para lhe acordar, trazendo em mãos um envelope cuja caligrafia ela logo reconheceu, a jovem esqueceu por breves segundos de suas cãibras, até que estas resolvessem refrescar novamente a sua memória. Grunhindo de dor, Delilah sentou-se, rasgando o papel pardo até que o conteúdo de dentro fosse revelado.

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