Capítulo 8

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Livres, as pétalas de petúnias acompanhavam o casal em sua caminhada pelo Parque das Rosas. Decerto, não era apenas a curiosidade das flores que os vigiavam durante o percurso no parque conhecido pelas variedades florais, justificando o nome. Jovens damas e rapazes os observavam, cochichando entre si.

— Licença. — Pediu o príncipe, assustando Delilah por um breve momento. Não haviam dialogado nem sequer uma vez desde a saída do Instituto, e sendo sincera, passou a acreditar que nada falariam até o momento atual. — Há uma pétala presa em seu cabelo.

— Ah, deixe que eu mesma tiro.

— Por favor, conceda-me a gentileza. — Killian se adiantou, pousando a mão enluvada nos cachos presos por uma tiara de cristal. — É o dever de um rapaz assegurar que a dama ao seu lado não seja importunada. Nem mesmo por uma simples pétala de petúnia.

Delilah queria perguntar-lhe sobre os conhecimentos florais que o príncipe aparentava ter, mas não lhe passou despercebida a estranha frase proferida. Levando a mão aos lábios, Delilah riu, ironicamente.

— Tais damas são tidas como sendo tão frágeis, a ponto de precisarem de uma imponente presença masculina a fim de livrá-la de todo mal?

— Não foi o que eu...

— Os senhores. — Delilah o interrompeu, compenetrada em seu monólogo. — Esquecem que uma figura feminina é a representação da justiça nesse reino. Uma Deusa que lutou sozinha. Se todas nós, que somos damas, viemos das entranhas Dela, então não é certo pensar que somos dotadas de força tamanha?

— Senhorita Delilah, eu jamais... — Killian pigarreou, sentindo-se exaurido diante do furacão Delilah, que destruía rapazes despreparados sem dó algum. — A senhorita está certa. As senhoritas são agraciadas por força, inteligência e carisma. Ou então, não seríamos todos gratos de termos vindo ao mundo pelas Graças atribuídas as senhoras.

Delilah assentiu, sorrindo. Killian era engraçado quando tropeçava em suas palavras e no modo como agia quando o nervosismo lhe atingia, além das gesticulações que fazia sem perceber. No entanto, Killian não era como os outros rapazes, que fariam valer o seu ponto por meio de dizeres chulos, que em nada faziam jus à força feminina. Aquele era um ponto positivo. Mas o príncipe não precisava saber disso.

Antes de correr para debaixo da árvore cujos galhos presenteavam a grama verde com pétalas desbotadas, Delilah abriu um sorriso zombeteiro e o deixou para trás. Seu objetivo, abaixo dos seus pés, acumulava-se em suas mãos, e em seguida era jogado para o alto, fazendo as cascatas de pétalas escorrerem pelas curvas de seu corpo como um riacho, desaguando em seus pés, para retornarem o caminho mais uma vez. A dama Westville divertia-se naquela empreitada, pouco importando-se com a opinião dos nobres que por ali passavam, reprovando-a.

Parado no mesmo lugar, Killian engoliu em seco, hipnotizado. Como poderia uma dama mortal assemelhar-se ao magnetismo de uma Deusa? Se Sibelle havia descido novamente ao mundo terreno, decerto assumia a forma daquela dama de olhos vívidos, alheia a qualquer coisa que não fosse a sensação das pétalas a fazerem cócegas em si. Delilah brilhava mais que o sol, que naquele momento parecia curvado à ela, reconhecendo-a como núcleo de seu próprio sistema solar.

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