[ D.0 ] - Cuidado com a lapada

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THEO

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THEO

5 de Junho de 2024

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Chamada para todas as viaturas na via sul, um homem de vinte e sete anos foi encontrado desacordado trancado no banheiro da própria casa, já sem pulso.

Eu nunca me perguntei como gostaria que fosse a minha morte, se por velhice ou um acidente que me colocasse para a história. A memória que gostaria de deixar para o mundo nunca necessitou de motivos, eu escrevo para quem quiser apreciar e como quiser apreciar.

Sou um escritor de tragédias, o mais novo a ser renomado por isso, e logo o que nunca pensei que seria vítima de algo tão terrível quanto o que escrevia.

A esse passo vocês já devem ter percebido que eu morri, no auge dos meus vinte e sete anos cheguei próximo de aproveitar o meu leito eterno, a base das lágrimas do único que pode estar ao meu lado durante o curto tempo que me tornei memória.

Aí eu acordei, ao som de “Man Down” da Rihanna enquanto o merda do meu irmão reclama que tô atrapalhando o sono dele, sendo que foi ele que escolheu passar a noite jogando com caras que fingem ser garotas para roubar todo o dinheiro de virjolas em jogos de tiro.

Pra mim, morrer era algo mais tranquilo, até eu perceber que estava na Coreia do Sul e não na minha querida Los Angeles. Só a morte para me fazer trocar minha vida de escritor popular, com uma casa enorme, dois carros na garagem e vinho a vontade por um bairro minúsculo, com velhas fofoqueiras que falam que eu tenho um sugar daddy e a minha familia maluca morando na porta do lado.

Minhas pendências tem muito gosto de penitências. Com certeza, quando eu servi pizza de calabresa na santa ceia, colocaram meu nome no caderninho especial das divindades. Eu não sei como as coisas funcionam no além, mas a galera por lá me achou tão ruim que preferiu me devolver de volta pro mundo.

— Como você aguenta ele? — Pergunto para Haneul assim que chego na sala, ela nem liga para a minha presença porque parece estar muito ocupada no meio do monte de papeis. — Ei!

— O que? Me chamou? — Ela tira um tampão que estava dentro do ouvido direito respondendo a minha pergunta apenas com a ação — Ué, já vai?

— O seu amigo está incomodado com a minha presença. serei obrigado a deixar ele invés de o afogar na bacia do banheiro.  —  Não iria fazer a segunda opção, porém caso fizesse, ao menos tenho uma amiga advogada para me ajudar. — A imobiliária já me deu os dados para eu entrar na minha casa provisória, vou deixar minhas coisas lá e ir trabalhar.

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