Capítulo 41

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- Tem certeza que não está se sentindo sufocada? - Afrodite pergunta pela quinta ou vigésima vez em menos de cinco minuto enquanto ajeita o lenço sobre o pescoço vermelho e inchado da garota.

Seu corpo todo estava terrivelmente vermelho, as costas doía e provavelmente não sentia o braço esquerdo, as unhas da mão direita estavam lascadas e cheias de curativo e nem ao menos deixou uma marca no Deus, mas nada se comparava ao seu pescoço, estava tão nervosa com a ideia de conhecer outro Deus que não tinha ideia de qual era, não tinha ideia do que falar ou de como agir, e a ansiedade que também transbordava dos poros de Afrodite não ajudavam em nada

- Ei para eu tô legal - Disse ainda com a voz rouca e fraca, afastou as mãos da Deusa com delicadeza - Apólo disse que vou ficar bem, não tem nada de errado.

- Sabe aqueles três dias que ficou inconsciente foram os piores da minha existência - Sussurrou e o coração de Max parou por um momento, ainda não havia conversado sobre o que ela disse quando havia acordado - Mesmo que Apólo me garantiu que acordaria todo o tempo, eu simplesmente não conseguia pensar com clareza.

- Da sua existência? Aposto que teve algo mais grave do que se preocupar com uma mortal - Seu tom saiu ácido o objetivo era atingir Afrodite mas ela não notou ou fingiu que não, já que a conhecia tão bem. - Talvez uma guerra tenha tirado mais seu sono.

- Não Max, eu sei que tem certeza que conhece a todos nós com tanta certeza mas não, você não nos conhece. - Disse com tanta delicadeza que Max não sentiu como se ela tivesse dando uma bronca. - Sobre a guerra tem razão de ficar desapontada comigo, mas foi a tanto tempo... eu também sinto muito por isso, toda noite dês de que te conheci desejo que não tenha feito mas eu fiz, e não posso mudar o passado mas posso fazer melhor no presente aqui e agora.

- Afrodite...

- Tem razão em estar preocupada e receosa mas foram longos meses sem você.

- Ares cumpriu seu papel - Puxou os dedos com força.

- O prazer da carne talvez... mas meu coração...

- Deveria estar unido com a carne não? Mas a primeira coisa que fez quando fui embora for correr para os braços dele.

- Eu tenho esse terrível hábito de machucar pessoas com outras pessoas, porque eu sei que dói...

- Nossa minha senhora isso ajuda muito.

- Eu tentei te machucar...

- Sim e machucou.

- Mas não aliviou a minha própria dor e quando vi já estava tão enterrada nos meus próprios problemas
- Ela foi até Maxine a virando de lado com delicadeza- Mas eu consegui afastá-lo, graças a você Maxine, você fez isso e anda me mudando tanto sem nem notar, e são só mudanças boas, não entende? Nós somos o que deu certo, e vou fazer de tudo para que dê certo mas precisa me dar outra chance, por favor não desista de mim não desista de nós.

Seu olhar estavam implorando como sua própria boca, sempre acreditou no que os olhos diziam porque lembra do pai ter lido uma vez para ela que os olhos são a janela do coração e acreditou nisso fielmente, dizia que só se apaixonaria por alguém que falasse com os olhos, como Afrodite estava fazendo agora, era real porque via seu coração e os olhos não mentem.

- Eu amo você e sei que me ama também, por favor...

Um das mãos de Afrodite entraram atrás dos cabelos de Maxine tocando sua nuca com delicadeza, na verdade a garota não tinha mais forças para recuar porque estava tão apaixonada quanto os olhos de Afrodite, sentiu lágrimas de alívio porque ela a amava e Maxine acreditava, os olhos da menina pareciam dizer o que seus lábios não falaram porque a Deusa deu um sorriso lindo e contido mas tão bonito, ela a puxou para si devagar como se quisesse aproveitar cada momento daquilo, mesmo que tudo que queria era pular sobre Afrodite, mas deixou que ela se aproximasse no seu ritimo, sentiu que ela nem tentava usar o charme já que a marca em seu braço não ardia, seu polegar acariciou seu rosto e sentiu sua respiração tão suave tão agradável.

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