O Companheiro do Vampiro -VHOPE

Capítulo 01- Hoseok

Enquanto dirigia pelas ruas da cidade, não pude deixar de pensar em tudo que vivi ao longo dessas oito décadas à frente do conselho meu clã.
Quantas mudanças eu fiz? Perguntei a mim mesmo. Desde que assumi a liderança do conselho, trabalhei incessantemente para modernizar nossas tradições e fortalecer nossas alianças. Mas, por mais que tentasse, a paz com o clã vizinho ainda parecia um sonho distante. Cada encontro com eles era como pisar em um campo minado; qualquer passo em falso poderia desencadear um conflito que todos temíamos.

Por que é tão difícil? pensei, lembrando das reuniões tensas e dos olhares desconfiados. O peso dessa rivalidade era quase insuportável. Eu só queria garantir a segurança do meu clã e proporcionar um futuro melhor para todos nós.
Hoje será mais uma reunião com o conselho do clã vizinho e meu único intuito é selar esse acordo de paz.

Ao me aproximar da sede do conselho, diminuí a velocidade e logo estacionei. Assim que saí do carro, avistei alguns funcionários que, em sinal de respeito, curvaram a cabeça na minha presença. Entrei na sede e fui direto para o meu elevador, apertando o botão da cobertura. Enquanto o elevador subia, recapitulei os principais pontos positivos sobre o acordo de paz e o quão benéfico ele será para todos.

Segundo informações adquiridas pelo conselho, o clã vizinho está expandindo seu território e formando novas alianças. Não considero isso uma ameaça ao nosso clã, mas é melhor prevenir conflitos; por isso, essa reunião foi marcada para resolvermos a situação de uma vez por todas.

Quando o elevador chegou, ajeitei meu terno e segui para a sala de reuniões. Assim que entrei, parte do nosso conselho se pôs de pé, enquanto nossos convidados permaneceram sentados. Fitei Kim Seo Joon, presidente do conselho vizinho, sentado na cabeceira da mesa. Curvei levemente a cabeça e ele respondeu com um aceno semelhante.

— Boa noite, senhores! Senhor Kim Seo Joon, seja muito bem-vindo — disse com a voz firme, logo me sentando na cadeira da presidência.

— Boa noite, senhor presidente! — respondeu Kim Seo Joon. Acredito que ele está disposto a me ouvir; se não estivesse, não estaria aqui. — Estou ansioso para saber o intuito dessa reunião.

— Senhor Kim, acredito que o senhor já sabe do que se trata: o acordo de paz entre nossos clãs. — Ele deu um sorriso forçado, e seu olhar era calculista.

— Senhor presidente, há décadas o senhor vem buscando um acordo de paz com o meu clã. Concordei que esta seria nossa última reunião. Espero que o senhor tenha uma boa proposta a me oferecer; esta será sua última chance.

— Eu não o chamaria aqui se não tivesse uma proposta — respondi, firme. Ele esboçou um sorriso duvidoso. — É do conhecimento de todos que o senhor está expandindo suas fronteiras e fazendo novos aliados…

— Isso lhe assusta, senhor presidente? — ele perguntou, tentando me desestabilizar, mas respondi com firmeza.

— De forma alguma! Embora o senhor esteja expandindo suas fronteiras, nosso território continua sendo o maior deste distrito. Seus aliados, coincidentemente, são nossos aliados; talvez porque ninguém nos queira como inimigos. Então, senhor Kim, o que falta para que nossos clãs se tornem aliados?

— Uma única proposta, senhor presidente, e então selamos esse acordo. O senhor tem uma proposta que traga benefícios para nossos clãs? — ele indagou, cruzando os braços.

— Minha proposta continua a mesma…

— Por favor, senhor presidente, essa proposta é inaceitável. Não seremos subordinados de ninguém. Se o senhor não tem algo decente para me oferecer, eu vou embora. — Ele se levantou, e eu fiz o mesmo.