C: 3 - Sensação estranha.

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2243 palavras.

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— Vista isto. — Cassandra me entregou um vestido dourado de paetês, que cintilava como se capturasse cada raio de luz do quarto. — Está limpa?

— Sim. — Respondi, sem desviar o olhar do vestido espalhado sobre a cama, seus brilhos quase hipnotizantes.

— Excelente. Passe um perfume e coloque uma lingerie bonita; os homens têm uma predileção por essas coisas. — A frieza em sua voz era cortante e impiedosa. Seus olhos azuis, tão claros quanto o gelo, me avaliavam com um olhar distante e calculista. Um sorriso sutil, mas insensível, se formou em seus lábios. — Eu não tinha planos de incluí-la no catálogo, mas talvez esta seja uma boa oportunidade.

— Eu não tenho outra escolha. — Murmurei, a voz mal saindo, enquanto lutava contra o nó que se formava em minha garganta.

— Ótimo. — Cassandra fez um gesto impessoal com a mão. — Coloque um sorriso no rosto e um batom vermelho intenso nos lábios. Penteie bem o cabelo, também. — Suas ordens eram impiedosas, como se não houvesse espaço para resistência. Após um segundo de silêncio, ela acrescentou com uma voz ainda mais fria: — Sabe o que é um ménage, não sabe?

— Já ouvi as meninas comentando sobre isso. — Respondi, o medo e a incerteza claros em meu tom.

— Ótimo. — Cassandra balançou a cabeça de forma quase condescendente. — Não quero ouvir reclamações. Você ouviu o quanto ele está pagando. Se ele pedir um boquete, você fará; se ele quiser usar você de qualquer outra forma, você cederá. Está entendendo?

Senti um nó crescente em minha garganta, enquanto engolia em seco, as lágrimas começando a ameaçar meus olhos.

— Posso continuar servindo nas mesas. — Tentei suplicar, a voz falhando sob o peso da minha angústia.

— E perderemos a chance de receber todo esse dinheiro? — A frieza na resposta de Cassandra era quase palpável, a indiferente lógica do dinheiro superando qualquer empatia.

— Não estou preparada. — A voz saiu em um fio de voz trêmula, o medo dominando minhas palavras.

— Pois se prepare. — Cassandra disse com uma frieza intransigente, como se já tivesse decidido o meu destino.

— Eu... eu sou virgem. — Finalmente, a confissão escapuliu dos meus lábios, carregada de um desespero silencioso.

Os olhos de Cassandra se iluminaram com uma faísca de interesse, um brilho gélido que não prometia nada de bom.

— E só agora você nos diz isso?

(...)

Desço as escadas, os saltos altos quase me traindo a cada passo, enquanto o vestido se agita com o movimento. Cassandra está logo atrás de mim, seu olhar parece uma chama incandescente, queimando em minha nuca. Passamos pela sala movimentada, onde as luzes piscam freneticamente e o som da música e conversas se mistura em um zumbido constante. Olho para o palco, onde algumas meninas dançam com uma sensualidade calculada, atraindo os olhares dos homens ao redor. Engulo em seco e desvio os olhos para o chão, tentando ignorar a sensação de desamparo.

À Mercê Da EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora