Capítulo 2 : PARTE I

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O chão estava gelado, o longo corredor estava deserto e escuro.

Sirius podia sentir todos os músculos de seu corpo rígido, ele conseguia sentir como suas unhas perfuravam a pele de suas mãos, sua respiração estava acelerada, fazendo com que seu peito dosasse. Sua cabeça latejava de dor tornando difícil a permanência de olhos abertos, sua mandíbula doía cada vez mais conforme ele rangia os dentes para evitar que algum grito saísse de sua boca, e ele pudesse sentir aquele líquido quente e viscoso em seus lábios. Seu sangue, aquele líquido com gosto ruim era o seu sangue.

Nos poucos instantes que ele conseguiu olhar ao seu redor e entender o que se passava diante de seus olhos, ele pode ver Severus maldito Snape, se contorcendo no chão frio, bem ao lado dele, seu rosto estava vermelho, olhos fechados com força, as mãos seguram firmemente o suéter velho na altura do seu peito e ele também tinha sangue nos lábios.

Foi então que Sirius viu, ele viu Snape, mas não ouviu absolutamente nada vindo do outro garoto. O corredor escuro estava silencioso. Pela primeira vez em muitos anos ele sentiu medo, um medo visceral que parecia o rasgar no meio, ele não se sentiu assim desde a última vez que esteve na mira da varinha de sua mãe.

Ele queria gritar, talvez isso chamasse a atenção de alguém, mas quando tentou ele se viu impossibilitado, aparentemente os seus dentes que furaram seus lábios não queriam os soltar tão cedo. No meio de tanto calor, ele se sentiu frio.

Fechando os olhos com força, talvez assim o tempo passasse mais rápido e sua dor diminuísse. Ele forçou sua mente a distanciar o máximo daquele momento e se lembrar de suas melhores lembranças, ele se lembrou das vezes em que, ainda criança, invadia a cozinha de sua casa junto com seu irmão em busca de doces, se lembrou do seu primeiro dia em Hogwarts e de quando conheceu seus melhores amigos.

Sem saber quanto tempo se passou ele apenas foi trazido de volta para a realidade quando conseguiu ouvir diferentes passos, obviamente estão correndo, vindos em sua direção. Mesmo tentando permanecer de olhos abertos, ele não conseguiu ver mais do que vultos a sua frente e perto de Snape, mas conseguiu identificar as roupas de Dumbledore e de Pomfrey.

A última imagem que ficou gravada em sua mente antes de desmaiar foi uma luz fraca vinda da varinha da enfermeira.

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Quando Black abriu seus olhos novamente ele se viu na enfermaria, a luz do sol estava entrando levemente pelas janelas, e, o mais importante, ele estava completamente sem dor. Ele se sentou na cama rapidamente enquanto levantava os braços para cima e esticava seu corpo, ele nunca tinha ouvido esses ossos estralarem como naquele momento, mas nem isso apagou o seu sorriso, mas olhar a sua esquerda e ver Snape e Dumbledore olhando para ele sim.

Seu sorriso morreu quase que imediatamente.

— Senhor Black, é bom vê-lo acordado e pelo seu sorriso eu presumo que esteja bem. — O diretor o olhou por cima de seus óculos meia lua.

Snape estava sentado na cama ao lado da sua, na cama que estava perto demais da sua, Sirius franziu as sobrancelhas com isso. O diretor estava em pé, no meio dos dois jovens. Assim que ele olhou nos olhos do sonserino, ele desviou o olhar, aquilo era estranho. Snape nunca desviava o olhar.

Sirius podia sentir uma tensão perto do seu corpo.

— Sim, sou o melhor professor. Obrigado.

— Fico feliz em ouvir isso. — O diretor prometeu brevemente para ele. — Eu entendo que vocês precisam descansar, mas temos que ter uma conversa muito importante e quanto antes terminarmos mais rápidos vocês serão liberados, sim? Você se lembra do que aconteceu ontem?

A maldição das dríades {Tradução}Onde histórias criam vida. Descubra agora