Capítulo XVI

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Dylan M.

Alguns momentos antes...

  Eu havia acordado daquele sonho estranho fazia alguns minutos, mas ainda estava no mesmo lugar sem me mexer um centímetro.

  O que foi aquilo?

  Um sonho qualquer? Um aviso do mundo espiritual? Um delírio pela bebida? Eu não sei, e prefiro não saber por hora.

  Minha mente estava tão ocupada pensando em um turbilhão de pensamentos sem sentido que eu nem mesmo reparei quando aquele homem adentrou o quarto novamente. Como ele disse que se chamava? Bryan? Não sei se devo confiar que esse é o verdadeiro nome dele, mas sei que ele deve ser alguém da máfia, alguém muito perigoso.

  –Finalmente você acordou.—Ele andou lentamente até mim, me fazendo estremecer.—O que deu em você? É tão fraco para bebidas assim? Você desmaiou depois de beber apenas um pequeno copo de whisky.

   Eu não iria responder nada. Ele sabia.

  –Tsc. Não sei o que eu faço com você agora…Eu te mato? Ou seria melhor te torturar primeiro?—Seu olhar era cínico, como se quisesse me ver implorar pela minha própria vida.

   –P-por que me sequestrou?

  –É simples. Vince Black, o seu namoradinho de merda, matou um homem muito importante para mim. Em um caso normal eu apenas mandaria alguém ir atrás dele, mas eu pesquisei mais a fundo e descobri o motivo dele ter matado o Davis.

  "Davis? Ele está falando que…"

  Levei minha mão até minha boca. Vince havia matado alguém por puro ciúmes?

  –Então, como você presumiu, ele matou meu braço direito no mundo da máfia, e isso me fez uma enorme falta. Então eu pensei: porque eu não poderia pegar a coisa mais preciosa dele para simplesmente fazer ele sofrer? Não é genial?

  Eu estava aterrorizado, então fiz a única coisa que qualquer ser humano racional faria nesse momento: mentir para salvar a própria pele, mesmo que eu odiasse isso.

  –Eu não estou envolvido com ele! Eu juro!—Eu comecei a me levantar da cama para tentar fugir, mas ele apontou uma arma para a minha cabeça.

   –Não precisa mentir, seu gayzinho de merda, eu sei de tudo o que aconteceu.—Ele veio até mim e apertou meu pescoço.—Ele deve estar vindo atrás de você, e quando ele chegar eu mesmo vou mata-lo.

   –Me larga! Ele não vai vir me buscar! Não adianta você me matar ou não, eu sou só um joguinho fútil dele, duvido que ele ele venha!

   O tal Bryan, eu acho, não soltava meu pescoço e eu estava começando a ficar sem ar, eu estava sufocando lentamente.

  –Me tira daqui! Eu já disse, ele não vai vir me buscar!—Eu comecei a ficar angustiado, quero sair daqui. Minha voz embargou e as lágrimas estavam se formando no canto dos meus olhos.

   De repente um barulho de algum vidro, talvez a janela, ecoa pelo quarto. O homem que antes segurava meu pescoço agora havia me soltado e eu puxei todo o ar possível, ele dava alguns passos para trás enquanto apontava a arma para algo atrás de mim.

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