Capítulo 18

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Lexie narrando...

Embora a ameaça de seleneia ainda pairava sobre minha mente, precisava salvar Augusta do inferno, com luke derrotado eu conseguiria chegar ao inferno sem interferência, e já que Cael era um anjo, seria de grande ajuda.

A lua cheia iluminava a noite fria, lançando sombras alongadas sobre as pedras desgastadas da antiga fortaleza. Eu e Cael estávamos de pé no centro de um círculo arcano, as runas brilhando com uma luz etérea. O vento uivava ao nosso redor, como se a própria natureza protestasse contra o que estávamos prestes a fazer.

Cael: Tem certeza de que quer fazer isso? — perguntou, seus olhos fixos nos meus, a preocupação evidente em sua voz. — O Inferno não é um lugar de onde se retorna facilmente.

Não hesitei. Meus olhos estavam determinados, minha postura firme.

Lexie: Augusta me salvou. Não vou deixá-la lá. Se há uma chance de resgatá-la, mesmo que seja no Inferno, eu vou.

Cael suspirou, sentindo o peso da minha decisão. Ele havia enfrentado muitas criaturas, magia antiga e maldições terríveis, mas nada o preparara para o que estava prestes a acontecer. No entanto, a minha lealdade e coragem eram inegáveis. Ele não me deixaria ir sozinha.

Cael: Muito bem — disse , levantando sua espada envolta em luz divina. — Vamos trazê-la de volta.

Com um último olhar de resolução, coloquei a mão no centro do círculo, ativando o feitiço que nos levaria ao Inferno. Uma onda de energia nos envolveu, e o chão sob meus pés pareceu se abrir em um abismo infinito. Por um momento, sentir estar caindo, como se o próprio ar fosse arrancado de meus pulmões.

A paisagem ao nosso redor mudou num piscar de olhos. Agora estavamos em um vasto deserto de cinzas, o céu perpetuamente vermelho e rasgado por relâmpagos negros. O calor era sufocante, e o ar pesado, como se a própria atmosfera fosse composta de dor e sofrimento. À distância, torres negras e distorcidas se erguiam no horizonte, cercadas por rios de fogo e almas em tormento.

Lexie: Então é aqui... — sussurrei, observando a vastidão infernal.

Cael: Bem-vinda ao Inferno — disse Cael, tentando manter o tom leve, apesar do peso do lugar.

Comecamos a caminhar pela desolação, cada passo sobre a terra quente ecoando em meio ao silêncio perturbador do ambiente. Demônios menores rastejavam pelas sombras, seus olhos brilhando enquanto observavam nos dois, mas nenhum ousava se aproximar. Eles sabiam que estavam lidando com guerreiros poderosos.

Cael: Augusta deve estar na Prisão de Almas — explicou Cael. — É onde mantêm aqueles que desafiaram os demônios ou caíram em pactos. Precisamos ser rápidos, antes que a corrupção tome conta dela por completo.

Atravessando pontes de ossos e cruzando vales sombrios onde almas em agonia gritavam por redenção, eu e Cael finalmente chegamos à entrada da Prisão de Almas. Era uma estrutura colossal, feita de pedra negra e envolta em correntes flamejantes. Guardiões demoníacos, figuras grotescas com asas de couro e olhos vermelhos, estavam postados em frente à entrada.

Lexie: Vamos fazer isso à moda antiga? — perguntei, erguendo minha lâmina.

Cael sorriu, levantando sua espada de luz.

Cael: À moda antiga.

Com um grito de guerra, avancamos contra os guardiões. As espadas cintilaram no ar enquanto o som de metal e magia se misturava com os rugidos dos demônios. Eu lutava com uma precisão letal, meus movimentos ágeis e implacáveis. Cael, por sua vez, parecia uma força divina encarnada, cada golpe de sua espada iluminando o caminho com uma luz celestial.

Os guardiões foram derrotados, mas não sem uma última resistência feroz. Quando o último demônio caiu, finalmente abrimos as portas maciças da prisão.

Dentro da Prisão de Almas, o ar era ainda mais opressivo, carregado de uma energia densa que parecia drenar a própria vontade de viver. As paredes eram feitas de ossos fundidos, e por toda parte, almas gritavam e choravam, aprisionadas em correntes e enclausuradas em pequenas celas de agonia eterna.

Lexie: Augusta deve estar aqui em algum lugar — disse, avançando rapidamente pelos corredores sombrios. — Não podemos demorar.

Após o que pareceu uma eternidade, chegamos a uma cela no final do corredor mais profundo. Lá, encolhida contra a parede, estava Augusta. Seu rosto estava pálido, seus olhos distantes, como se estivesse perdida em algum lugar entre o mundo dos vivos e o abismo do esquecimento.

Lexie: Augusta! —  gritei, correndo até minha amiga.

Augusta ergueu lentamente o olhar, como se não acreditasse no que via.

Augusta: Lexie... você... veio — sua voz era fraca, quase um sussurro.

Lexie: É claro que vim — respondi, lágrimas nos meus olhos. — Vou tirar você daqui.

Cael se aproximou, começando a recitar um feitiço de libertação, suas mãos brilhando com a luz divina. As correntes que mantinham Augusta presa começaram a tremer, mas não cederam facilmente. Uma força sombria resistia, uma energia maligna que emanava diretamente das profundezas do Inferno.

Cael: Ela está sob um pacto — disse, com a voz grave. — Precisamos quebrá-lo, ou ela nunca poderá ser liberta.

Antes que pudessem agir, o chão começou a tremer violentamente. Das sombras, uma figura gigantesca emergiu, com chifres, olhos ardentes e uma armadura negra. Era o Senhor do Inferno, o demônio que controlava a Prisão de Almas.

Demonio:  Vocês ousam invadir meu domínio e roubar o que é meu? — sua voz era um trovão, ecoando pelas paredes da prisão. — Augusta pertence a mim agora!

Eu e Cael se posicionamos entre Augusta e o demônio, suas armas erguidas, prontos para a batalha final. A luta para salvar Augusta não seria fácil, mas sabiamos que desistir não era uma opção.

Lexie: Se quiser mantê-la, vai ter que passar por nós primeiro — disse, sua voz firme, apesar do medo que sentia.

O demônio riu, um som gutural que fez o chão tremer.

Demonio: Assim será.

E, com isso, o Inferno inteiro pareceu estremecer em antecipação à batalha que estava prestes a acontecer.

O rugido do demônio ecoou pelos corredores da Prisão de Almas, reverberando nas paredes de ossos e preenchendo o ar com um peso insuportável. Eu, Cael e Augusta estavam frente a frente com o Senhor do Inferno, um ser de pura malícia, sua presença uma manifestação da própria morte e destruição.



conquistando a companheiraOnde histórias criam vida. Descubra agora