5. Sufocados.

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Ps: essa história se passa por volta de 2008☺️

Revisei mil vezes, mas o sono e o cansaço estão grandes. Se houverem erros, perdoem a escritora de vocês 🥹💖
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O silêncio reverberava no sinuoso silo, apenas as respirações entrecortadas entregavam a presença humana no local.

Ela estava inerte, sentindo a respiração dele sob seus cabelos, suas mãos repousavam sob o peitoral masculino, acompanhando o ritmo ainda descompassado do coração alado.

Ambos não tinham coragem de falar nada. Não queriam que aquele momento terminasse. Ela estava extasiada com as sensações que aquele encontro lhe proporcionara.

Na primeira vez que estiveram juntos, havia sido algo explosivo, mas ela não se recordava dos detalhes. Culpa do álcool. Causador da fática noite de paixão há 15 anos atrás.

Dessa vez a culpa não havia sido do álcool. Havia sido do desejo que sempre os unira em silêncio. Entre eles sempre houvera algo proibido, sorrateiro, uma luxúria disfarçada de ódio que os consumia.

Os colocando frente à frente. Resistindo um ao outro e alimentando o fel das palavras trocadas.

Sentiu o toque dos dedos ásperos dele fazendo círculos em seu quadril. Círculos de fogo, círculos perigosos demais.

Aquele contato e a crescente excitação que a tomava novamente, fizeram com que a dureza da realidade caísse sobre ela. Como uma pedra que desmorona de um penhasco. Bem em cima de você. Esmagando as possibilidades.

Ela se soltou do agarre dele como se aquele toque a queimasse. O frio percorreu sua espinha, ecoando por cada célula. A sensação de abandono preencheu os pulmões masculinos.

Ele olhou incrédulo como ela rapidamente vestia as roupas que antes haviam tocado os grãos de soja espalhados pelo chão do local. Sua mente não teve tempo de processar a insensatez entre despí-la e vê-la cobrindo sua desnudez novamente.

Passaria horas vendo-a daquela forma, tão natural, tão atraente. Todas as vezes em que entrava nos silos de suas fazendas era surpreendido pelo poder e a beleza daqueles grãos que cultivava com tanto esmero.

Aquela vez era diferente. De pronto os grãos pareciam pó diante da formosura dela.

⁃ Isso não deveria ter acontecido. - Ela soltou, com a voz trêmula, enquanto afivelava o cinto de sua calça jeans. - Nós dois somos casados. A sua família... Eu não quero destruir sua família... O Daniel... Eu sou casada com o seu irmão.

O som abafado do tecido sendo ajeitado soava quase como um grito de desespero no silêncio tenso. Ela não conseguia olhar para ele, o cheiro dele ainda em sua pele, a sensação dos toques que a incendiavam por dentro, mesmo que ela quisesse se afastar.

O pânico tomou o corpo feminino de uma forma que nem ela mesma conseguira compreender. Aquilo tudo parecia irracional demais. Ela e o cunhado se odiavam e assim deveriam continuar.

Antônio fechou os olhos. A culpa o invadindo diante das palavras dela. Aquela mulher o deixava sem rumo, o fazia agir de forma irracional.

⁃ Irene... - Começou, se levantando e pegando suas roupas. O peito subia e descia com o peso da culpa misturada ao desejo.

⁃ Antônio, eu te odeio, você me odeia e nada vai mudar. Isso nunca aconteceu. - Interrompeu-o, gesticulando expressivamente, sem coragem de olhá-lo nos olhos.

⁃ Mulher... Onde você vai? - Questionou vendo-a correr em direção a uma das portas.

⁃ Pra longe de você... - Conseguiu proferir.

O idiota do meu cunhadoOnde histórias criam vida. Descubra agora