Por que você é assim?

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Era realmente Pietro naquela cela. O fantasma do meu passado. O homem que roubou meu coração sem piedade e nunca mais voltou. Mas hoje, ele parece está de volta à minha vida. Ele, é meu paciente.

Com Pietro preso nesta cela, eu fico me perguntando o que aconteceu com ele após nosso término e seu desaparecimento. Será que ele desapareceu por que estava foragido? Será que algo pior aconteceu? Eu tinha tantas perguntas na época e até agora contínuo com muitas perguntas.

-Iniciaremos a primeira sessão. Seu nome? -Perguntei fria.

-Se você já sabe, por que essa pergunta? -Pietro respondeu sarcasticamente.

-Cala boca. E responda a pergunta. -Ordenou impaciente.

-Sou Pietro Caribé. Qual a próxima pergunta detetive? -Ironizou.

-Me diga, o chefe Parker me informou que você tentou matar o seu vizinho, por que ele quebrou seu fone de ouvido. Por que isso? -Questionei.

-Odeio barulho externo. Pessoas barulhentas, é o que mais odeio. Ele tirou minha única diversão. Não era nada demais então tirar dele o seu único meio de viver. -Falou, agressivamente.

-Como que você ficou assim, Pietro? Você era tão dócil, gentil e calmo. O que aconteceu com você?! -Falei, estava emotiva demais para agir com profissionalismo.

-Você nem me conheceu de verdade para saber quem eu realmente era Daniella. Se tivesse conhecido, não teria se apaixonado. -Disse, sentando na cama que tinha dentro de sua cela.

-Por que você me deixou? Por que nem me avisou que iria embora? Você nem teve qualquer consideração. -Exclamei, estava furiosa.

-Você realmente não sabe? Sou um fantasma. Eu não gosto de estar sempre no mesmo lugar. Eu não gosto de casais felizes, e não gosto de muito drama. Prefiro coisas práticas. -Falou, deitando-se na cama.

-E com coisas práticas quer dizer, me levar pra cama, conseguir o que quer e ir embora? -Falei, com raiva.

-Também. Mas não foi por esse motivo que eu partir. -Disse, deixando uma dúvida em meu coração.

-E qual foi seu motivo? -Questionei.

Ele ficou em silêncio. Abriu um sorriso malicioso e levantou-se da sua cama, sentando na sua beirada e me encarando em silêncio. Aquele silêncio era insurdecedor. Até que finalmente, foi quebrado.

-Entra aqui, e irei te contar. -Por dentro da cela, estendeu sua mão para mim, e me chamava para entrar.

-Vai a merda. -Falei, e peguei minha bolsa e sair daquela sala.

As lágrimas caiam pelo meu rosto, molhando minha blusa branca. Eu queria desabar mais por dentro minha raiva e ódio por Pietro falavam mais alto. Mas essa raiva e ódio, não foram suficientes para me impedir de voltar imediatamente para dentro da sala.

-Já voltou? Fiquei com saudades. -Seu desdém era muito irritante..

-Me fala o motivo de ter ido embora. -Questionei.

-Entra aqui. E eu contarei tudo. Talvez, quando você descobri, vai entender meus motivos. -Falou com total alto confiança.

Uma dúvida enorme brotou no meu coração. E por um segundo, eu hesitei. Porém, eu no fundo, queria a resposta para minha pergunta. Eu tinha acesso a cela de Pietro, e por fim, tomei minha decisão.

A cela era diferente das outras, utilizava reconhecimento facial para abri-la. Meu rosto estava cadastrados depois que fui designada para cuidar dele, eu entrei na cela.

Ghosting: Meu grande amor Onde histórias criam vida. Descubra agora