Eu não sou um fantasma

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Enquanto eu me sentia perdida no meio daquele oceano tão turbulento de emoções que era a minha vida, decidir usar mais minha razão do que a emoção. O que exatamente Pietro está querendo me dizer? Por que ele a todo momento pergunta se eu sei quem ele é? O que aparentemente eu achava que era infantilidade dele, pelo visto, era uma mensagem.

-O que você quer? Quem é você? Você seria um fantasma? -Questionei.

-Não. Eu não sou um fantasma. Eu sou você. -Falou, rindo.

-Eu? O que quer dizer?

-Você nunca parou para questionar o que você fez nestes últimos seis anos? Você estudou e virou uma psicóloga, ficou viciada em Nicotina. Não pense que eu não sei que você usa isso. -Falou sarcástico. -Você se apaixonou por um babaca. 23 anos de vida, e você jogou fora todos eles. Tudo por causa de uma só pessoa. Tem noção da besteira que você fez? -Me humilhou mais ainda.

-Está aqui para me humilhar ou dizer a verdade? -Falei, me sentir, pequena ao lado dele.

-Os dois. -Riu.

-Fale logo Pietro! Quem diabos você é?! -Questionei já irritada.

-Eu sou sua 𝙙𝙚𝙥𝙚𝙣𝙙𝙚̂𝙣𝙘𝙞𝙖 𝙚𝙢𝙤𝙘𝙞𝙤𝙣𝙖𝙡, minha querida. -Ele enfim se revelou, e no mesmo momento, meu chão abriu.

E de novo, o cenário mudou. Assim como um sopro de ventania, Pietro conseguia fazer-se desaparecer e reaparecer. E principalmente conseguia fazer isso comigo junto. Dessa vez, era diferente de todos os cenários que ele me levou. Neste, era tudo escuro, e tinha uma névoa estranha.

Uma neblina fazia minha visão ficar extremamente embasada e eu não conseguia enxergar quase nada. Olhava em volta, e eu estava sozinha. Sem qualquer sinal de Pietro.

Andei pelo local escuro e sem nenhum sinal de vida. Estava completamente sozinha. Eu já estava com muito medo do que estava acontecendo, e a única reação que tive foi chorar. As lágrimas começaram a descer pelo meu rosto, minha garganta secava pela desidratação, e por alguns segundos, desejei que Pietro, estevesse aqui.

-Chorando de novo? -Questionou, uma voz alta e grossa, mas eu não conseguia ver ninguém.

-Olá? É você Pietro? -Perguntei.

-De novo esse homem, mulher? Pelo amor de Deus! Muda o disco garota! -A voz falou, parecia indignada.

-Quem é você? -Perguntei.

-Eu? Já me apresentei antes. Você tem problema de memória, querida? Pelo visto não, por que você tem tantas memórias com seu ex. Mas esquecer de mim, aí também é complicado, não é? -A voz falou. -Sou eu, a 𝙙𝙚𝙥𝙚𝙣𝙙𝙚̂𝙣𝙘𝙞𝙖 𝙚𝙢𝙤𝙘𝙞𝙤𝙣𝙖𝙡, lembra? Muito prazer, nos conhecemos tem seis anos mas nunca pude me apresentar oficialmente. Perdoe-me.

-Dependência emocional? Eu acho que você está enganada. Eu não tenho dependência emocional. -Falei firme.

-Não é o que eu vejo. Como que você conseguiu se forma em psicológia, hein? Tu claramente tem dependência emocional! Você está tentando me fazer de otária é? -Questionou a voz.

-Isso é você quem tá dizendo. Se você acredita tanto que tenho dependência emocional, então prove! -Desafiei.

-Finalmente, não é? Tudo bem, só não venha chorar por causa dos gatilhos. -E de repente, várias nuvens começaram a aparecer ao meu redor.

As "nuvens" à minha volta tinha algo dentro delas. O que era isso?

-Preste atenção, essas é suas memórias. Vamos voltar ao passado. Desde quando você conheceu Pietro. Você amou tanto ele que nem conseguia se concentrar em mais nada! Tu só fez psicologia por que tava entediada e você sabe muito bem disso! -A voz falou e parecia mais indignada.

Ghosting: Meu grande amor Onde histórias criam vida. Descubra agora